L Liturgia

Liturgia de 06 de julho de 2019

SABADO DA XIII SEMANA COMUM
(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).

Oração do dia

- Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 27, 1-5.15-29


- Leitura do livro do Gênesis: 1 Quando Isaac ficou velho, seus olhos enfraqueceram e já não podia ver. Chamou, então, o filho mais velho Esaú, e lhe disse: “Meu Filho!” Este respondeu: “Aqui estou!” 2 Disse-lhe o pai: “Como vês, já estou velho e não sei qual será o dia da minha morte. 3 Toma as tuas armas, as flechas e o arco, e sai para o campo. Se apanhares alguma caça, prepara-me um assado saboroso, 4 como sabes que eu gosto, e traze-o para que o coma, e assim te dar a bênção antes de morrer”. 5 Rebeca escutava o que Isaac dizia a seu filho Esaú. Esaú saiu para o campo à procura de caça para o pai. 15 Rebeca tomou, então, as melhores roupas que o filho mais velho tinha em casa, e vestiu com elas o filho mais novo, Jacó. 16 Cobriu-lhe as mãos e a parte lisa do pescoço com peles de cabrito. 17 Pôs nas mãos do filho Jacó o assado e o pão que havia preparado. 18 Este levou-os ao pai, dizendo: “Meu pai!” “Estou ouvindo”, respondeu Isaac. “Quem és tu, meu filho?” 19 E disse Jacó a seu pai: “Eu sou Esaú, teu filho primogênito; fiz como me ordenaste. Levanta-te, senta-te e come da minha caça, para me abençoares”. 20 Isaac replicou-lhe: “Como conseguiste achar assim depressa, meu filho?” Ele respondeu: “É o Senhor teu Deus que fez com que isso acontecesse”. 21 Isaac disse a Jacó: “Vem cá, meu filho, para que eu te apalpe e veja se és ou não meu filho Esaú”. 22 Jacó achegou-se a seu pai Isaac, que o apalpou e disse: “A voz é a voz de Jacó, mas as mãos são as mãos de Esaú”. 23 E não o reconheceu, pois suas mãos estavam peludas como as do seu filho Esaú. Então, decidiu abençoá-lo. 24 Perguntou-lhe ainda: “Tu és, de fato, meu filho Esaú?” Ele respondeu: “Sou”. 25 Isaac continuou: “Meu filho, serve-me da tua caça para eu comer e te abençoar”. Jacó serviu-o e ele comeu; trouxe-lhe depois vinho e ele bebeu. 26 Disse-lhe então seu pai Isaac: “Aproxima-te, meu filho, e beija-me”. 27 Jacó aproximou-se e o beijou. Quando Isaac sentiu o cheiro das suas roupas, abençoou-o, dizendo: “Este é o cheiro do meu filho: é como o aroma de um campo fértil que o Senhor abençoou! 28 Que Deus te conceda o orvalho do céu, e a fertilidade da terra, a abundância de trigo e de vinho. 29 Que os povos te sirvam e se prostrem as nações em tua presença. Sê o senhor de teus irmãos, e diante de ti se inclinem os filhos de tua mãe. Maldito seja quem te amaldiçoar, e quem te abençoar, seja bendito!”

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 135, 1-2.3-4.5-6. (R: 3a)

- Louvai o Senhor, porque é bom!

R: Louvai o Senhor, porque é bom!

- Louvai o Senhor, bendizei-o; louvai o Senhor, servos seus, que celebrais o louvor em seu templo e habitais junto aos átrios de Deus!

R: Louvai o Senhor, porque é bom!

- Louvai o Senhor, porque é bom; cantai ao seu nome suave! Escolheu para si a Jacó, preferiu Israel por herança.

R: Louvai o Senhor, porque é bom!

- Eu bem sei que o Senhor é tão grande, que é maior do que todos os deuses. Ele faz tudo quanto lhe agrada, nas alturas dos céus e na terra, no oceano e nos fundos abismos.

R: Louvai o Senhor, porque é bom!

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem

(Jo 10,27).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus : Mt 9, 14-17


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 14 os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15 Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão. 16 Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. 17 Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

Liturgia comentada
Vinho novo em odres novos... (Mt 9,14-17)

O odre (do latim uter) é uma espécie de cantil para o transporte de líquidos, entre os habitantes do Oriente. Mata-se um cabrito, retira-se sua pele, que é limpa e virada do avesso. Um nó em cada pata e uma tampa no lugar do pescoço: está pronto o odre.

Um odre novo ainda mantém a elasticidade da pele; pode guardar vinho novo que, ao fermentar e produzir gases, não romperá a pele. Mas se o odre é velho, com a pele ressequida, os gases da fermentação de um vinho novo romperiam o cantil e tudo se perderia: vinho e odre.

Trata-se de uma imagem muita rica sobre a vida humana, social e espiritual. Nossos avós já diziam: “Não se trocam chinelos velhos por chinelos novos”. Isto é, quem se acostumou a certos hábitos, tradições e soluções, terá enorme dificuldade em se adaptar a novidades da geração mais nova.

Do ponto de vista espiritual, a herança do Velho Testamento pesava sobre Israel como um fardo. Além da Torá, os 613 preceitos acrescentados pelos doutores da lei sufocavam o povo. Valores como o Templo, o Sábado, o sacerdócio levítico, o rótulo de Povo Escolhido, as glórias do passado, o orgulho nacionalista – tudo conspirava para dificultar a acolhida do “vinho novo” do Espírito. É assim que a mensagem de Jesus parece romper com a Tradição e ameaça estourar o tecido encarquilhado dos velhos “odres”.

Mesmo entre os discípulos, muitos se escandalizam com as proposta de Jesus, que chega a perguntar: “Vocês também querem ir embora?” (Jo 6,67.) Somente após Pentecostes – quando o fogo do céu mudou odres velhos em odres novos – o vinho capitoso do Espírito pôde ser derramado naqueles corações renovados. Pescadores tornam-se poliglotas, covardes são heróis, bairristas acolhem o planeta.

Em tempos de mudança, também nós corremos o risco de não ter sensibilidade diante dos novos apelos do Espírito Santo. Um exemplo foi a formação de grupos que rejeitaram em bloco o Concílio Vaticano II, por se sentirem ameaçados em suas tradições. Hoje, o Espírito aponta novos caminhos. Madre Teresa de Calcutá no serviço aos pobres, João Paulo II de mãos estendidas aos irmãos separados, Mahatma Gandhi recusando a violência...

Somos odres velhos, mumificados? Ou permitimos que o Espírito Santo nos venha renovar?
Orai sem cessar: “Renova-me, Senhor Jesus!”
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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