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Liturgia de 17 de julho de 2019

QUARTA FEIRA - BEATO INÁCIO DE AZEVEDO- PRESBÍTERO E MÁRTIR

(vermelho, pref. comum ou dos mártires - ofício da memória)

Antífona da entrada

- Ao nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e nos abismos; e toda língua proclame, para glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor!

(Fl 2,10s).

Oração do dia

- Ó Deus, que escolhestes Inácio de Azevedo e seus trinta e nove companheiros para regarem com seu sangue as primeiras sementes do evangelho lançadas na terra de Santa Cruz, concedei-nos professar constantemente, para vossa maior glória, a fé que recebemos de nossos antepassados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ex 3, 1-6.9-12


- Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 1 Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Levou um dia, o rebanho deserto adentro e chegou ao monte de Deus, o Horeb. 2 Apareceu-lhe o anjo do Senhor numa chama de fogo, do meio de uma sarça. Moisés notou que a sarça estava em chamas, mas não se consumia, e disse consigo: 3 “Vou aproximar-se desta visão extraordinária, para ver por que a sarça não se consome”. 4 O Senhor viu que Moisés se aproximava para observar e chamou-o do meio da sarça dizendo: “Moisés! Moisés!” Ele respondeu: “Aqui estou”. 5 E Deus disse: “Não te aproximes! Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é uma terra santa”. 6 E acrescentou: “Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó”. Moisés cobriu o rosto, pois temia olhar para Deus. 9 E agora, o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e vi a opressão que os egípcios fazem pesar sobre eles. 10 Mas vai, eu te envio ao Faraó, para que faças sair do Egito o meu povo, os filhos de Israel”. 11 E Moisés disse a Deus: “Quem sou eu para ir ao Faraó e fazer sair os filhos de Israel do Egito?” 12 Deus lhe disse: “Eu estarei contigo; e este será o sinal de que fui eu que te enviei: quando tiveres tirado do Egito o povo, vós servireis a Deus sobre esta montanha”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 103,1-2.3-4.6-7 (R: 8a)

- O Senhor é indulgente, é favorável.

R: O Senhor é indulgente, é favorável.

- Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!

R: O Senhor é indulgente, é favorável.

- Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão.

R: O Senhor é indulgente, é favorável.

- O Senhor realiza obras de justiça e garante o direito aos oprimidos; revelou os seus caminhos a Moisés, e aos filhos de Israel, seus grandes feitos.

R: O Senhor é indulgente, é favorável.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo aos doutores! (Mt 11,25).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 11,25-27

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

 - 25 Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27 Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada

Escondeste aos sábios e entendidos... (Mt 11,25-27)

Esta verdade vem até nós do coração de uma prece de Jesus ao Pai. E ela é motivo de louvor a Deus: “Eu te dou graças, Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos”. Deus reserva aos “pequenos” deste mundo a compreensão dos mistérios que os “doutores” quiseram transformar em segredos para iniciados. Bem entendido, a reprovação é dirigida à ciência que incha, ao conhecimento que leva alguém a sentir-se superior a “essa maldita gentinha que não conhece a lei” (cf. Jo 7,49).

Não quer dizer que Deus desaprove o estudo, a busca do conhecimento, tantas vezes elogiada ao longo da Sagrada Escritura. O perigo está em sentir-nos autossuficientes com o conhecimento adquirido, o que levaria a um estado de arrogância e de autonomia, conhecida fonte de desvios e perdição. Se o conhecimento me basta, não preciso de ninguém. Nem de Deus?

Ora, o conhecimento de Jesus na qualidade de Filho de Deus não pode ser adquirido pela via racional do conhecimento humano. Não é resultado de pesquisa, de reflexão filosófica, de penetração em alguma gnose fora do alcance da maioria, mas, ao contrário, só se obtém pela “revelação”.

Ao mesmo tempo, Jesus aponta para a vantagem que levam os “pequeninos”. Quem são eles? Hébert Roux procura identificá-los: “Os pequeninos evidentemente não são considerados em sua inocência, mas em sua fraqueza e sua ignorância, e por causa do desprezo que recebem. Aqui, reencontramos um dos temas essenciais do Sermão da Montanha, que será retomado no capítulo 18: o Reino dos céus é dado, revelado não aos grandes, aos poderosos, aos sábios, aos satisfeitos, mas aos pequenos, aos humildes, aos pobres. Mas sua fé não provém de suas virtudes ou disposições naturais, elas lhes é dada por causa daquilo que lhes falta”.

Isto não deveria chocar a ninguém. Não é natural que o copo cheio não possa mais receber água? E a mão cheia de goiabas não possa mais acolher outra, mesmo mais madura? A sensação de plenitude impede uma nova acolhida; a certeza do próprio vazio abre o espaço para a visita de Deus.

Quando um sábio e poderoso realiza algo importante, ele mesmo receberá aplausos e louvores. Quando a obra é realizada por uma pessoa aparentemente incapaz, todos os elogios se dirigem a Deus. Isto explica, talvez, a escolha da pequena Maria de Nazaré...

É minha humana miséria que atrai a divina misericórdia...

Orai sem cessar: “O Senhor ergue o indigente da poeira...” (Sl 113,7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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