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Liturgia de 21 de agosto de 2019

QUARTA FEIRA – SÃO PIO X – PAPA E CONFESSOR

(Branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- O Senhor o escolheu para plenitude do sacerdócio e, abrindo seus tesouros, o cumulou de bens.

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, que para defender a fé católica e restaurar todas as coisas em Cristo, cumulastes o papa São Pio X de sabedoria divina e coragem apostólica, fazei-nos alcançar o prêmio eterno, dóceis às suas instruções e seus exemplos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Jz 9,6-15

 

- Leitura do livro dos Juízes: Naquele tempo, 6todos os habitantes de Siquém e os de Bet-Melo se reuniram junto a um carvalho que havia em Siquém e proclamaram rei a Abimelec. 7Informado disso, Joatão foi postar-se no cume do monte Garizim e se pôs a gritar em alta voz, dizendo: “Ouvi-me, moradores de Siquém, e que Deus vos ouça. 8Certa vez as árvores resolveram ungir um rei para reinar sobre elas, e disseram à oliveira: ‘Reina sobre nós’. 9Mas ela respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu azeite, com que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?’ 10Então as árvores disseram à figueira: ‘Vem e reina sobre nós’. 11E ela lhes respondeu: ‘Iria eu renunciar à minha doçura e aos saborosos frutos, para me balançar acima das outras árvores?’ 12As árvores disseram então à videira: ‘Vem e reina sobre nós’. 13E ela lhes respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima das outras árvores?’ 14Por fim, todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu reinar sobre nós’. 15O espinheiro respondeu-lhes: ‘Se deveras me constituís vosso rei, vinde e repousai à minha sombra; mas se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!’

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 21,2-3.4-5.6-7 (R: 2a)

 

- Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

 - Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra; quanto exulta de alegria em vosso auxílio! O que sonhou seu coração, lhe con­cedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios.

R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

- Com bênção generosa o pre­parastes; de ouro puro coroastes sua fronte. A vida ele pediu e vós lhe destes, longos dias, vida longa pelos séculos.

R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

- É grande a sua glória em vosso auxílio; de esplendor e ma­jestade o revestistes. Trans­for­mastes o seu nome numa bênção, e o cobristes de alegria em vossa face.

R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 20,1-16a

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. 13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Pela undécima hora... (Mt 20,1-16a)

Jesus Cristo sabia muito bem da importância do tempo em nossa vida. Foi ele mesmo quem disse: “Enquanto for dia, cumpre-me terminar as obras daquele que me enviou. Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar”. (Jo 9,4)

Ora, o dia de trabalho, na Palestina daquela época, contava-se das 6 às 18 horas. Da hora prima à duodécima. No Evangelho de hoje, alguns operários começam sua labuta bem cedo, logo ao raiar do sol. Outros chegam à vinha somente por volta da hora terceira, as 9 da manhã. Outros ainda ao meio-dia, a hora sexta, já com o sol a pino. Alguns, finalmente, são contratados às três da tarde, à hora nona. E alguns – vejam só! – vagabundeando pela praça da aldeia, ainda receberam do Patrão a oportunidade de iniciar seu trabalho na undécima hora – às 5 da tarde!

Mas o espanto cresce quando, na hora do acerto de contas, aqueles que chegaram por último não só recebem o mesmo que os demais (um denário), mas o recebem antes dos outros. Diante disso, temos no mínimo duas reações possíveis: acusar o Patrão de injustiça ou... admirar sua incompreensível misericórdia!

Obviamente, os eleitos, no céu, não sentirão ciúme com a chegada de mais um pecador redimido. Não irão reclamar, apoiados em seu sindicato, da falta de isonomia salarial da parte do Senhor, alegando que os retardatários mereciam salário menor. Ao contrário, esses bem-aventurados hão de alegrar-se com a amplitude do coração de Deus, que é, em suma, o outro nome do céu. E hão de fazer uma bela acolhida aos recém-chegados, ao som de um salmo de boas-vindas...

Quanto a nós, aqui na terra, o que nos interessa é bem outra coisa. É saber que eu posso, ainda hoje - mesmo tendo perdido tantas oportunidades anteriores - atender ao chamado de Jesus e começar a trabalhar em sua vinha... Posso ter desperdiçado muito tempo. Posso mesmo ter caído no fundo do poço. Posso ter vivido na ilusão das luzes pálidas do mundo. Mas ainda é tempo – mesmo na undécima hora – de acolher o amor do Pai e experimentar os tesouros de seu amor.

Enfim, vale a pena recordar as palavras comoventes de Santo Agostinho e, quem sabe, tomar posse delas intimamente: “Tarde te amei, Beleza infinita! Tarde te encontrei, tarde te amei, Beleza tão antiga e sempre nova! Eis que habitavas dentro de mim e eu te buscava do lado de fora... Tu me chamaste, e teu grito rompeu minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou minha cegueira... Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz”. (Confissões X,27)

Orai sem cessar: “Senhor, os meus tempos estão nas tuas mãos!” (Sl 31,16)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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