L Liturgia

Liturgia de 15 de setembro de 2019

DOMINGO – XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM

(Verde, glória, creio – IV semana do saltério)

Antífona da entrada

 

- Ouvi, Senhor, as preces de vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que vossos profetas sejam verdadeiros

(Eclo 36,18).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ex 32,7-11.13-14

 

- Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 7o Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo que tiraste da terra do Egito. 8Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se em adoração diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’”. 9E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça dura. 10Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação”. 11Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra o teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? 13Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre’”. 14E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer a seu povo.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 51, 3-4.12-13.17.19 (R: Lc 15,18)

 

- Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.

R: Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.


- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

R: Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.


- Criai em mim um coração que seja puro, dai--me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

R: Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.


- Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor! Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

R: Vou, agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.


2ª Leitura: 1Tm 1,12-17

 

- Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo: Caríssimo: 12Agradeço àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim, ao designar-me para o seu serviço, 13a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé. 14Transbordou a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. 15Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles!  16Por isso encontrei misericórdia, para que em mim, como primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza de seu coração; ele fez de mim um modelo de todos os que crerem nele para alcançar a vida eterna. 17Ao Rei dos séculos, ao único Deus, imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua palavra, a palavra da reconciliação, a palavra que hoje, aqui, nos salva! (2Cor 5,19).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 15,1-32

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6e, chegando à casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.  8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? 9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.
11E Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam.
17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer--lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver;

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

As três misericórdias... (Lc 15,1-32)

Este Evangelho nos apresenta as três parábolas que Jesus pronunciou para nos falar da misericórdia, ou melhor, do entranhado amor de Deus por nós. O pastor incansável que sai a campo em busca da ovelha tresmalhada. A diligente mulher do povo que varre a casa à procura da moedinha perdida. Enfim, o velho pai que, simplesmente, espera o regresso do filho fujão.

Três diferentes maneiras de ser misericordioso: sair a campo... varrer a casa... esperar...

A primeira é a mais fácil, pois até nos empresta um nimbo de heroísmo. Vai o pastor por brenhas e vales, busca incansavelmente até encontrar a SUA ovelha: ferida, emaranhada na moita de arranha-gato, berne no focinho. Sim, mas é MINHA ovelha. E se alegra ao recuperá-la.

A segunda é mais trivial, uma empreitada caseira. Quantas vezes, quem mais precisa de nossa misericórdia está bem ao lado, debaixo do mesmo teto. O casebre é pequeno, a lamparina de azeite mal o ilumina. A vassoura de folhas de tamareira permite reencontrar a moeda, escapada do véu de moedas que ainda recorda à sua dona a remota cerimônia do casamento. Moedinha pequena, de parco valor, azinhavrada, talvez, mas SUA moeda. Não admira que as vizinhas cheguem a zombar da alegria de sua dona.

A terceira é realmente a mais dura de viver. Um filho não é uma ovelha. Não é moeda de metal. Tem arbítrio, vontade própria. Só resta ao velho pai... esperar... Uma esperança sem garantias, mantida a pulsar no coração, mesmo contra toda evidência. Voltará o filho algum dia? Não há certezas, mas o amor não vive de certezas. O amor é capaz de fazer apostas e... esperar...

De volta à casa do pai, o filho que pecou avalia que não é mais possível recuperar a estatura filial: “Não mereço ser tratado como filho... Trata-me como um dos empregados...” Mal sabe ele que o Pai continua pai. “E enquanto eu for pai, você continua a ser meu filho...” É da natureza de Deus ser um Pai. Nada que possamos fazer apagará sua imagem paterna. Daí o beijo, a roupa nova, os sapatos, o anel...

Sair a campo... Varrer a casa... Esperar... Todos os dias nós temos oportunidades de amar e de exercer a misericórdia. Alguém anda perdido em seus descaminhos e, a qualquer momento, poderá apresentar-se à nossa frente.

Quando isso acontecer, como reagiremos?

Orai sem cessar: “Todos os caminhos do Senhor são misericórdia” (Sl 25,10)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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