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Liturgia de 16 outubro de 2019

QUARTA FEIRA DA XXVIII SEMANA COMUM

(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Senhor, se levardes em conta as nossas faltas, quem poderá subsistir? Mas em vós encontra-se o perdão, Deus de Israel! (Sl 129, 3).

Oração do dia

 

- Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça, para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Rm 2, 1-11


- Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: 1Ó homem, qualquer que sejas, tu que julgas, não tens desculpa; pois, julgando os outros, te condenas a ti mesmo, já que fazes as mesmas coisas, tu que julgas. 2Ora, sabemos que o julgamento de Deus se exerce segundo a verdade contra os que praticam tais coisas. 3Ó homem, tu que julgas os que praticam tais coisas e, no entanto, as fazes também tu, pensas que escaparás ao julgamento de Deus? 4Ou será que desprezas as riquezas de sua bondade, de sua tolerância, de sua longanimidade, não entendendo que a benignidade de Deus é um insistente convite para te converteres? 5Por causa de teu endurecimento no mal e por teu coração impenitente, estás acumulando ira para ti mesmo, no dia da ira, quando se revelará o justo juízo de Deus. 6Deus retribuirá a cada um segundo as suas obras. 7Para aqueles que, perseverando na prática do bem, buscam a glória, a honra e a incorruptibilidade, Deus dará a vida eterna; 8porém, para os que, por espírito de rebeldia, desobedecem à verdade e se submetem à iniquidade, estão reservadas ira e indignação. 9Tribulação e angústia para toda pessoa que faz o mal, primeiro para o judeu, mas também para o grego; 10glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, primeiro para o judeu, mas também para o grego; 11pois Deus não faz distinção de pessoas.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 62, 2-3.6-7.9 (R: 13b)

-  Senhor  pagais a cada um conforme suas obras.

R: Senhor pagais a cada um conforme suas obras.

 

- Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só ele é meu rochedo e salvação, a fortaleza, onde encontro segurança!

R: Senhor pagais a cada um conforme suas obras.

 

- Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só ele é meu rochedo e salvação, a fortaleza, onde encontro segurança!

R: Senhor pagais a cada um conforme suas obras.

 

- Povo todo, esperai sempre no Senhor, e abri diante dele o coração: nosso Deus é um refúgio para nós!

R: Senhor pagais a cada um conforme suas obras.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem

(Jo 10,27).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11, 42-46.


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, disse o Senhor: 42“Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo. 43Ai de vós, fariseus, porque gostais do lugar de honra nas sinagogas, e de serdes cumprimentados nas praças públicas. 44Ai de vós, porque sois como túmulos que não se veem, sobre os quais os homens andam sem saber”. 45Um mestre da Lei tomou a palavra e disse: “Mestre, falando assim, insultas-nos também a nós!” 46Jesus respondeu: “Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Fardos insuportáveis... (Lc 11,42-46)

Curiosamente, muita gente tem a respeito do Evangelho a falsa noção de que ele nos tira a liberdade e onera a nossa existência. Pois nesta passagem, em áspero confronto com fariseus e doutores da lei, Jesus de Nazaré recrimina estes últimos exatamente por sobrecarregarem o povo com “fardos insuportáveis” (cf. v. 46).

É o mesmo Jesus que nos convida a tomar sobre nossos ombros o jugo dele, “pois meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mt 11,30). Certamente, ele se refere à experiência de amar e ser amado, quando qualquer sacrifício se torna leve e todo esforço tem um sentido.

Ah! Quantos fardos têm sido impostos ao cristão em nome de um Evangelho no mínimo duvidoso! O fardo de um cristianismo revolucionário, cujo objetivo seria tomar o poder dos césares deste mundo e entregá-lo ao povo (que, é claro, seria o novo dominador). O fardo de um cristianismo dogmático, onde os hereges deveriam ser odiados e perseguidos. O fardo de um cristianismo atlético, onde cada fiel exercitaria a musculatura das virtudes, contando exclusivamente com seu suor, esforço e boa vontade.

Em todos estes casos, fica na sombra o essencial da vida cristã: a Graça! Todo bem é graça. Tudo nos vem do Pai, “de quem desce todo dom precioso e toda dádiva perfeita” (cf. Tg 1,17). A velha imagem da vida cristã como uma escada que se deve galgar, degrau por degrau, até conquistar as altitudes olímpicas, ignora que o Verbo desceu até nós e assumiu a nossa carne. Doravante, é por uma via descendente que chegaremos a Deus, que veio ocupar o último lugar.

É verdade que também o mundo pagão sobrecarrega seus adoradores com fardos igualmente pesados: a obrigação de ser o primeiro, a imposição de “vencer na vida”, o impulso para passar no vestibular, a necessidade de estar na moda, a compulsão de lucrar, de vender mais, de superar a marca anterior, bater os recordes. Em suma, a proibição de ser eu mesmo...

O pior é quando as Igrejas ditas cristãs assumem os mesmos critérios do mundo pagão, preocupadas com sua imagem, consagradas ao marketing

religioso, devotadas a crescer em número de fiéis e derrotar as demais Igrejas.

E Jesus a insistir com doçura: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”... (Mt 11,29).

Orai sem cessar: “Mostra-nos o Pai, e isto nos basta, Senhor!” (Jo 14,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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