L Liturgia

LITURGIA DE 22 DE JULHO DE 2017

SABADO – SANTA MARIA MADALENA – DISCÍPULA DE JESUS
(Branco, pref. comum ou dos santos – Ofício da memória)

Antífona da entrada

- O Senhor disse a Maria Madalena: Vai a meus irmãos e anuncia-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus. (Jo 20,17).

Oração do dia

- Ó Deus, o vosso Filho confiou a Maria Madalena o primeiro anúncio da alegria pascal; dai-nos, por suas preces e a seu exemplo, anunciar também que o Cristo vive e contemplá-lo na glória de seu reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ct 3,1-4

- Leitura do Livro do Cântico dos Cânticos: Eis o que diz a noiva: 1Em meu leito, durante a noite, busquei o amor de minha vida: procurei-o, e não o encontrei. 2Vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando pelas ruas e praças, o amor de minha vida: procurei-o, e não o encontrei. 3Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade. “Vistes porventura o amor de minha vida?” 4aE logo que passei por eles, encontrei o amor de minha vida.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 63,2-6.8-9 (R: 2b)

- A minh’alma tem sede de vós, Senhor!
R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!

- Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minh’alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!
R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!

- Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam.
R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!

- Quero, pois vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos! A minh’alma será saciada, como em grande banquete de festa; cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós meu louvor!
R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!

- Para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta.
R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Responde-nos, ó Maria, no teu caminho o que havia? Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado!.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,1-2.11-18

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
- Glória a vós, Senhor!       

- 1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. 16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabunni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 
Liturgia comentada
Por que choras? (Jo 20,1-2.11-18)

A tocante figura de Maria de Mágdala a chorar junto ao sepulcro de Jesus traz à nossa mente a imagem da amada do Cântico dos Cânticos, que buscava insone pelo Amado: “Sobre meu leito, ao longo da noite, procuro aquele que eu amo. Eu procuro, não o encontro. Tenho de levantar-me, dar a volta pela cidade; nas ruas, nas praças, procurar aquele que eu amo.
(Ct 3,1-2)

Só que, no caso de Maria, já não há razões para chorar... Jesus ressuscitou! Mas ela está olhando na direção errada: tem os olhos fixos no túmulo abandonado, enquanto o Mestre amado está bem próximo, logo às suas costas. E quando Jesus lhe dirige a palavra, Maria imagina falar com o jardineiro.

Até que Jesus a chama pelo nome: “Mariâm”, em hebraico. E também em hebraico ela responde: “Rabbúni”, uma forma afetiva de Rabi, indicando uma espécie de posse: meu Mestre... Teria ela identificado, ao mesmo tempo, a voz inconfundível de Jesus e certa entonação personalizada de seu próprio nome: “Ninguém me chama desse jeito, a não ser Jesus!”

Feliz, bem-aventurada Maria de Mágdala, outrora pasto dos demônios, hoje discípula predileta! Feliz daquele que ouve o seu nome pronunciado amorosamente por Jesus! Feliz daquele que chorava por Jesus e acabou consolado! Feliz de quem insiste em procurar pela pessoa amada!

O movimento natural de Maria é agarrar-se a Jesus, retê-lo junto a si, como posse pessoal. E gozar da incomparável alegria de sua intimidade em um tipo de relação eu/tu. Mas Jesus vai surpreendê-la com uma nova missão, ainda nos albores de um novo amanhecer: “Vai ter com os meus irmãos...” E ela parte para anunciar: “Eu vi o Senhor, e eis o que ele me disse”.

A mulher que chorava sua perda pessoal é, agora, uma voz que testemunha a vitória de Cristo sobre a morte. Ainda que o testemunho de uma mulher não convença de imediato os discípulos medrosos e desanimados, Madalena é a imagem da nova mulher, remida e projetada na estrada do Evangelho.

Como tenho vivido a minha vida? Continuo chorando rios de lágrimas, fechado em minhas próprias dores, quando o Senhor tem uma missão pessoal para mim? Ou já acolhi a missão que o Senhor me reservava?

Orai sem cessar: “Encontrei aquele que meu coração ama!” (Ct 3,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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