L Liturgia

LITURGIA DE 24 DE JULHO DE 2017

SEGUNDA FEIRA – XVI SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – Ofício da dia)

Antífona da entrada

- É Deus quem me ajuda, é o senhor que defende a minha vida. Senhor, de todo coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom. (Sl 53,6).

Oração do dia

- Ó Deus, sede generoso com vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ex 14,5-18

- Leitura do Livro do Êxodo: Naqueles dias, 5foi anunciado ao rei dos egípcios que o povo tinha fugido. Então, mudaram-se contra ele os sentimentos do Faraó e dos seus servos, os quais disseram: “Que fizemos? Como deixamos Israel escapar, privando-nos assim dos seus serviços?” 6O Faraó mandou atrelar o seu carro e levou consigo o seu povo. 7Tomou seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito, com os respectivos escudeiros. 8O Senhor endureceu o coração do Faraó, rei do Egito, que foi no encalço dos filhos de Israel, enquanto estes tinham saído de braço erguido. 9Os egípcios perseguiram os filhos de Israel com todos os cavalos e carros do Faraó, seus cavaleiros e seu exército, e encontraram-nos acampados junto do mar, perto de Fiairot, defronte de Beel-Sefon. 10Como o Faraó se aproximasse, levantando os olhos, os filhos de Israel viram os egípcios às suas costas. Aterrorizados, eles clamaram ao Senhor. 11E disseram a Moisés: “Foi por não haver sepulturas no Egito que tu nos trouxeste para morrer no deserto? De que nos valeu ter sido tirados do Egito? 12Não era isso que te dizíamos lá: ‘Deixa-nos em paz servir aos egípcios?’ Porque era muito melhor servir aos egípcios do que morrer no deserto”. 13Moisés disse ao povo: “Não temais! Permanecei firmes e vereis o que o Senhor fará hoje para vos salvar; os egípcios que hoje estais vendo, nunca mais os tornareis a ver. 14O Senhor combaterá por vós, e vós, ficai tranquilos”.  15O Senhor disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. 16Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. 17De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles, e eu serei glorificado às custas do Faraó, e de todo o seu exército, dos seus carros e cavaleiros. 18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus carros e cavaleiros”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl (Ex)15,1-2.3-4.5-6 (R: 1a)

- Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!
R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

- Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória: precipitou no mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro! O Senhor é a minha força, é a razão do meu cantar, pois foi ele neste dia para mim libertação! Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai e o honrarei.
R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

- O Senhor é um Deus guerreiro, o seu nome é “Onipotente”: os soldados e os carros do Faraó jogou no mar, seus melhores capitães afogou no mar Vermelho.
R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

- Afundaram como pedras e as ondas os cobriram. Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável! Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos!
R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 12,38-42

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
- Glória a vós, Senhor!       

- Naquele tempo, 38alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti”. 39Jesus respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas. 40Com efeito, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra. 41No dia do juízo, os habitantes de Nínive se levantarão contra essa geração e a condenarão, porque se converteram diante da pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas. 42No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará contra essa geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é maior do que Salomão”.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada
O sinal de Jonas... (Mt 12,38-42)

Lembra-se de Jonas, o profeta teimoso que tentou fugir de sua missão e acabou na barriga de um grande peixe do mar? Após três dias e três noites nas entranhas do Xeol e no coração do mar (cf. Jn 2,3-4), com um colar de algas marinhas enlaçando-lhe o pescoço, Jonas clamou por Deus e foi devolvido à superfície das águas, são e salvo. É belíssimo o salmo que ele reza naquela passagem do Antigo Testamento!

Jesus Cristo recorre à experiência bíblica de Jonas – do conhecimento de todos os seus ouvintes – para fazer alusão à sua própria ressurreição “ao terceiro dia”. Este seria o único “sinal” dado aos que duvidavam de sua missão messiânica. Na falta da fé, clamavam por demonstrações de poder...

Bem, nós corremos o mesmo risco... Podemos avaliar que nossa vida espiritual anda meio rotineira, que não basta cumprir os mandamentos, amar o próximo, viver uma vida sacramental. Aí, nasce em nossas circunvoluções cerebrais uma ânsia esquisita por algum milagre, algum prodígio sobrenatural, algumas aparições no alto da montanha, enfim, algo fora do comum... E lá vamos nós em peregrinações a locais de supostos fenômenos místicos, ou em visita a grupos onde se manifestam os dons mais extravagantes. No fundo, conhecidos sintomas de inquietação interior, de gula espiritual, de falta de abandono infantil nas mãos do Pai que nos ama...

Desde os primeiros tempos da Igreja, os autores espirituais já nos ensinaram a buscar pelo Deus dos sinais, e não pelos sinais de Deus. O próprio Jesus fez uma advertência a Tomé, que afirmava crer somente sob a condição de ver: “Felizes os que, sem terem visto, acreditam!” (Jo 20,29.)

Sim, se dependêssemos de uma enxurrada de sinais para crer em Deus, para atender ao seu chamado, para assumir nossa missão, nós ficaríamos para sempre sentados no meio-fio, esperando a banda passar... Na mão oposta, a vida dos santos revela que eles passaram longos anos sem nenhum “sinal de vida” da parte do Senhor que os atraíra, seduzira e, a seguir, escondeu-se na nuvem.

Foi assim com Madre Teresa de Calcutá – só o soubemos depois de sua beatificação! -, que passou mais de quatro décadas no mais absoluto deserto interior. E essa aridez, essa aparente ausência de Deus, não impediu que se dedicasse de alma e coração à missão de amar os abandonados.

Aliás, foi neles que ela se encontrou com Deus todos os dias...

Orai sem cessar: “Cumprirei os meus votos para com o Senhor!” (Sl 116,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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