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Liturgia de 07 de setembro de 2017

QUINTA FEIRA – XXII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – ofício do dia)

Antífona da entrada

- Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam
(Sl 85,3.5).

Oração do dia

- Ó Deus, que organizais todas as coisas com admirável providência, acolhei as súplicas que fazemos pela nossa pátria, para que sejam consolidadas a concórdia e a justiça pela sabedoria dos governantes e pela honestidade do povo, trazendo-nos paz e prosperidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Cl 1,9-14

- Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses: Irmãos, 9desde que recebemos essas notícias, não deixamos de rezar insistentemente por vós, para que chegueis a conhecer plenamente a vontade de Deus, com toda a sabedoria e com o discer¬ni¬mento da luz do Espírito. 10Pois deveis levar uma vida digna do Senhor, para lhe serdes agradáveis em tudo. Deveis produzir frutos em toda boa obra e crescer no conhecimento de Deus, 11animados de muita força, pelo poder de sua glória, de muita paciência e constância. 12Com alegria, dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. 13Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, 14por quem temos a redenção, o perdão dos pecados.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 98,2-3ab.3cd-4.5-6 (R: 2a)

- O Senhor fez conhecer seu poder salvador, perante as nações.
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador, perante as nações.

- O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador, perante as nações.

- Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador, perante as nações.

- Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso Rei!
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador, perante as nações.

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Vinde após mim, diz o Senhor, e eu ensinarei a pescar gente (Mt 4,19).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 5,1-11

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 1Jesus estava na margem do lago de Ge¬nesaré, e a multidão apertava-se a seu redor para ouvir a palavra de Deus. 2Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. 5Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. 6Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. 7Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. 8Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” 9É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. 10Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”. 11Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Sua mão e seu santo braço... (Sl 98 [97])

Claro, na Primeira Aliança, antes da encarnação do Filho, Deus não tinha um corpo. Entretanto, são comuns na Bíblia as expressões de cunho antropomórfico relacionadas a Yahweh. Seus olhos tudo veem (Sl 139,16), seus pés se apoiam no Templo (Is 60,13), seu ouvido se inclina para o homem que reza (Sl 31,2), seu hálito afogou os egípcios no Mar Vermelho (Ex 15,10). O homem sente necessidade de um Deus com quem possa relacionar-se, por isso lhe empresta estes traços de humanidade.

Também nos ícones do Oriente cristão, é comum que o iconógrafo “escreva” a mão de Deus saindo da nuvem, em um cantinho da figura, para sugerir que Deus vai-se revelar, Deus vai “entrar em ação”. Se Deus encolhe o braço, se seu braço é curto demais, ele se mostraria impotente diante do mal.

Por isso mesmo, quando canta a poderosa intervenção de Yahweh para libertar seu povo da escravidão do Egito, ou a vitória de Israel sobre os povos vizinhos, a Escritura Sagrada fala do braço divino: “O poder do vosso braço os petrificou”. (Ex 15,16) Os braços de Moisés nada poderiam realizar se Deus encolhesse o próprio braço...

O homem dito moderno (sic!) prefere usar seus próprios braços, manifestando inexplicável autoconfiança. Os heróis que ele desenha aos olhos das crianças são donos de braços musculosos, como o Superman, Tarzan, He-Man e tantos outros. Os cartazes de propaganda do III Reich nazista são notáveis nessa figuração do super-homem. Com bíceps tão malhados nas academias, o homem não precisa dos braços de Deus, dispensa as mãos divinas. Este superesforço para conduzir seu próprio destino pode explicar boa parte das neuroses de nosso tempo, bem como os desastres humanos causados pelo ateísmo dos sistemas políticos que deixaram atrás de si um rastro de sangue e de ruína.

No entanto, as mãos de Deus são poderosas: elas modelaram a argila do primeiro homem (Gn 2,7), e ainda somos como barro nas mãos do mesmo oleiro (Jr 18,6). Em sua insanidade e soberba, a criatura tenta libertar-se das mãos que o moldaram, sem perceber que seu barro conserva as impressões digitais dos dedos de Deus.

O povo fiel sabe que a força do braço de Deus pode fortalecer o homem. Assim como a unção divina fez do pastor Davi o guia de seu povo, assim também a força de Deus se manifestou na aparente fraqueza de Madre Teresa de Calcutá, de Dom Bosco e de tantos outros servos cuja ação transformou o mundo.

E nós? Estamos contando com o braço de Deus?

Orai sem cessar: “O Senhor manifestou o poder de seu braço!” (Lc 1,51)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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