L Liturgia

Liturgia de 10 de setembro de 2017

DOMINGO – XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde, glória, creio – III semana do saltério)

Antífona da entrada

 

- Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ez 33,7-9

 

- Leitura da Profecia de Ezequiel: Assim diz o Senhor: 7“Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu os deves advertir em meu nome. 8Se eu disser ao ímpio que ele vai morrer, e tu não lhe falares, advertindo-o a respeito de sua conduta, o ímpio vai morrer por própria culpa, mas eu te pedirei contas da sua morte. 9Mas, se advertires o ímpio a respeito de sua conduta, para que se arrependa, e ele não se arrepender, o ímpio morrerá por própria culpa, porém, tu salvarás a tua vida”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 95,1-2.6-7.8-9 (R: 8)

 

- Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!

R: Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!


- Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos!

R: Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!


- Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão.

R:Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!


- Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras

R: Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!


2ª Leitura: Rm 13,8-10

 

- Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos: Irmãos; 8Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei. 9De fato, os mandamentos: “Não cometerás adultério”, “Não matarás”, “Não roubarás”, “Não cobiçarás” e qualquer outro mandamento se resumem neste: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. 10O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua palavra; a palavra, da reconciliação, a palavra que hoje, aqui, nos salva (2Cor 5,19).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 18,15-20

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas.
17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Meu Pai o concederá... (Mt 18,15-20)

Este Evangelho deveria ser suficiente para nos animar em definitivo para a oração em comunidade. Há muita gente que diz, sem esconder o tom de justificativa: “Eu rezo sozinho. Não vou à igreja. Converso com Deus no meu quarto”. Mas a promessa de Jesus aponta em outra direção. Eis o comentário de Hébert Roux:

“Esta passagem deve ser aproximada do ensinamento do Sermão da Montanha relativo à oração (cf. Mt 6,7-13; 7,7-11). A oração cristã pode ousar pedir ‘seja lá o que for’; mas ela está duplamente condicionada: em primeiro lugar pelo ‘acordo’ entre aqueles que rezam, e em segundo lugar pela ‘presença’ de Jesus Cristo, pois somente em seu nome a oração tem acesso junto ao ‘Pai que está nos céus’.

Quando dois homens se unem na fé, diante do Deus de Jesus Cristo, eles se postam juntos sobre o sólido terreno da graça, e se reconhecem unidos pela mesma misericórdia, o mesmo perdão que os torna irmãos, filhos do mesmo Pai. Ali onde a gente se une ‘no nome de Jesus’, isto é, não no orgulho espiritual e na própria justiça, mas na confissão da própria pequenez (cf. Mt 18,4-5), no reconhecimento comunitário de seu pecado, somente ali pode existir a expectativa da fé e, por isso mesmo, o atendimento às orações. “Ali, Jesus está presente; ali está a Igreja.”

Como é difícil entender que nosso Deus não é um “gênio da lâmpada” de Aladim, escravo de um patrão que arranca dele os desejos mais impossíveis. Deus jamais se deixa manipular por nossas pequenas preferências e comodismos. Basta ler com atenção as palavras de Jesus neste Evangelho (vv. 19-20). Sobre elas, Hans U. von Balthasar comenta:

“Graças às duas palavras finais de Jesus, nós vemos como a oração eclesial em comunidade pode esperar pelo atendimento de Deus. As duas promessas são monumentais: aquilo que duas pessoas pedem em uma comunidade de amor, com o olhar erguido para Deus, é atendido. Quando dois ou três estão reunidos em nome de Jesus, este está ali no meio deles. Neste mistério do centro eclesial nós devemos recolocar todos aqueles que estão parados nas margens e se perdem ao atravessá-las.”

Vinte séculos após o derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos, que estavam “reunidos” no Cenáculo, a estrada do cristão continua ameaçada pelo individualismo pagão, pela visão subjetiva do Evangelho, pela recusa em ser ramo da videira (cf. Jo 15), pela ilusão de ser um órgão autônomo, e não um membro enxertado no Corpo de Cristo.

E depois, reclamam quando sua oração particular não é atendida...

Orai sem cessar: “O Senhor está ao redor de seu povo...” (Sl 125,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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