L Liturgia

Liturgia de 07 de novembro de 2017

TERÇA FEIRA – XXXI SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde, ofício do dia da – III semana )

Antífona da entrada

 

- Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37,22).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Rm 12,5-16

 

- Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos: Irmãos, 5 nós, embora muitos, somos em Cristo um só corpo e, todos membros uns dos outros. 6Temos dons diferentes, de acordo com a graça dada a cada um de nós: se é a profecia, exerçamo-la em harmonia com a fé; 7se é o serviço, pratiquemos o serviço; se é o dom de ensinar, consagremo-nos ao ensino; 8se é o dom de exortar, exortemos. Quem distribui donativos faça-o com simplicidade; quem preside presida com solicitude; quem se dedica a obras de misericórdia, faça-o com alegria. 9O amor seja sincero. Detestai o mal, apegai-vos ao bem. 10Que o amor fraterno vos una uns aos outros com terna afeição, prevenindo-vos com atenções recíprocas. 11Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor, 12alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração. 13Socorrei os santos em suas necessidades, persisti na prática da hospitalidade. 14Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. 15Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. 16aMantende um bom entendimento uns com os outros; não vos deixeis levar pelo gosto de grandeza, mas acomodai-vos às coisas humildes.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 131,1,2,3 (R: Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!)

 

- Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!

R: Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!

 

- Senhor, meu coração não é orgulhoso, nem se eleva arrogante o meu olhar; não ando à procura de grandezas, nem tenho pretensões ambiciosas!

R: Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!

 

- Fiz calar e sossegar a minha alma; ela está em grande paz dentro de mim, como a criança bem tranquila, amamentada no regaço acolhedor de sua mãe.

R: Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!

 

- Confia no Senhor, ó Israel, desde agora e por toda a eternidade!

R: Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 14,15-24

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 15um homem que estava à mesa disse a Jesus: “Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!” 16Jesus respondeu: “Um homem deu um grande banquete e convidou muitas pessoas. 17Na hora do banquete, mandou seu empregado dizer aos convidados: ‘Vinde, pois tudo está pronto’. 18Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: ‘Comprei um campo, e preciso ir vê-lo. Peço-te que aceites minhas desculpas’. 19Um outro disse: ‘Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-las. Peço-te que aceites minhas desculpas’. 20Um terceiro disse: ‘Acabo de me casar e, por isso, não posso ir’. 21O empregado voltou e contou tudo ao patrão. Então o dono da casa ficou muito zangado e disse ao empregado: Sai depressa pelas praças e ruas da cidade. Traze para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos’.
22O empregado disse: ‘Senhor, o que tu mandaste fazer foi feito, e ainda há lugar’. 23O patrão disse ao empregado: ‘Sai pelas estradas e atalhos, e obriga as pessoas a virem aqui, para que minha casa fique cheia’. 24Pois eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

Liturgia comentada

Comprei um campo... (Lc 14,15-24)

Nada de errado em comprar um campo. Absolutamente. Compra-se um campo para trabalhar a terra, plantar e colher. Com isso, criamos vagas para os desempregados, produzimos alimentos que matarão a fome de muitos. Contribuímos para o progresso da sociedade. Mas...

Sim, tudo tem um “mas”. Talvez o tal campo se transforme na razão última de nossa vida, ocupando-nos de tal modo que tudo o mais perde valor: amigos, família, o próprio Deus. Neste caso, nosso campo se mudou em ídolo: cobra de nós além do que seria legítimo, tirando nossa liberdade e transformando-nos em autênticos escravos.

A parábola de Jesus fala de “coisas boas” que acabaram por encher o coração humano a tal ponto que, quando veio o inestimável convite do Senhor, foram usadas como desculpas para recusá-lo. Desde os profetas antigos, o banquete é símbolo dos tempos messiânicos, quando nos tornamos convivas na mesa de Deus. No extremo da Escritura, o Apocalipse, o anjo manda que João anote: “Felizes os convidados ao banquete das núpcias do Cordeiro!” (Cf. Ap 19,9.) Convidar alguém para sua mesa é gesto que honra o convidado, além de manifestar evidente desejo de intimidade.

A parábola mostra duas “fases”: a recusa dos escolhidos e sua troca pelos desclassificados. Nos dois grupos, os Padres da Igreja viram respectivamente os judeus daquele tempo (o Povo escolhido) e os gentios (os que não eram povo), aos quais o Evangelho foi pregado quando os primeiros se recusaram a ouvi-lo.

Os hebreus eram a menina dos olhos do Senhor: para eles concedera “a adoção e a glória, as alianças e a Lei, o culto e as promessas” (cf. Rm 9,4). No entanto, quando veio o Messias, não o reconheceram, mas o condenaram à cruz. À primeira vista, tinham muito a perder ao aceitar o convite. Era preciso abrir mão de enorme tesouro que parecia ameaçado pela novidade de Cristo.

Não é diferente conosco. Quando o Senhor nos chama, é possível que nos deixemos iludir – especialmente os mais jovens - por uma sensação de perda: “Que é que Deus vai tomar de mim?” Como se ele não fosse o Senhor de tudo e nada lhe faltasse... Ao abraçar a Irmã Pobreza, Francisco de Assis abraçava a liberdade. Livre, nada mais seria obstáculo entre ele e o Cristo que lhe passava suas chagas.

Alguma coisa nos prende e nos faz recusar o convite do Senhor?

Orai sem cessar: “O Senhor consagra seus convidados.” (Sf 1,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.