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Liturgia de 08 de janeiro de 2020

QUARTA FEIRA - SEMANA EPIFANIA

(branco, pref. da Epifania ou do Natal- ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para ao que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu (Is 9, 2).

Oração do dia

- Ó Deus, luz de todas as nações, concedei aos povos da terra viver em perene paz e fazei resplandecer em nossos corações aquela luz admirável que vimos despontar no povo da antiga aliança. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Jo 4, 11-18

 

- Leitura da primeira carta de são João – 11Caríssimos: se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado em nós. 13A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito. 14E nós vimos e damos testemunho, que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. 15Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele. 17Nisto se realiza plenamente o seu amor para conosco: em nós termos plena confiança no dia do julgamento, porque, tal como Jesus, nós somos neste mundo. 18No amor não há temor. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e aquele que teme não chegou à perfeição do amor.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.10-11.12-13 (R: 11)

- As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

- Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo e de todas as nações hão de servi-lo.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Louvai o Senhor Jesus, todos os povos, aceito pela fé no mundo inteiro!

(1 Tm 3,16).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6, 45-52

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!  


- Depois de saciar os cinco mil homens, 45Jesus obrigou os discípulos a entrarem na barca e irem na frente para Betsaida, na outra margem, enquanto ele despedia a multidão. 46Logo depois de se despedir deles, subiu ao monte para rezar. 47Ao anoitecer, a barca estava no meio do mar e Jesus sozinho em terra. 48Ele viu os discípulos cansados de remar, porque o vento era contrário. Então, pelas três da madrugada, Jesus foi até eles andando sobre as águas, e queria passar na frente deles. 49Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e começaram a gritar. 50Com efeito, todos o tinham visto e ficaram assustados. Mas Jesus logo falou: “Coragem, sou eu! Não tenhais medo!” 51Então subiu com eles na barca, e o vento cessou. Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados, 52porque não tinham compreendido nada a respeito dos pães. O coração deles estava endurecido.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Acharam que fosse um fantasma... Mc 6,45-52

A pessoa de Jesus Cristo continua sendo um enigma para muita gente. Em geral, Jesus passa por um processo de “redução”: apenas um sábio do Oriente, um entre tantos profetas, um taumaturgo como outros curandeiros, nada mais que um contestador do Império Romano, um chefe de seita judaica... Não é fácil ver em Jesus Cristo o Filho de Deus feito homem.

Na cena deste Evangelho, ao ver que Jesus caminha sobre as águas em meio a uma tempestade no lago de Genesaré, os próprios discípulos pensam ver um fantasma. E o Mestre precisa serenar os ânimos deles e dissipar seu terror: “Não tenham medo!”

Jean Valette comenta: “Por certo, existe um elemento de ignorância e de superstição nesse temor, que nos faz confundir Deus com o indeterminado, o fantasmagórico e todas as possibilidades ameaçadoras e imprevisíveis que nos parecem agitar os espaços do desconhecido e do futuro. Mas, sem duvida, é preciso ver mais profundo. Esse temor é também a expressão de uma justa apreciação do mistério e da santidade de Deus. O temor que nos vem da ação divina é aquele dos caminhos abertos a uma liberdade que desperta em nós a vertigem da diversidade dos possíveis e a necessidade de assumir o risco da obediência e das escolhas ligadas à fé”.

Corremos, de fato, o risco de reduzir nossa religião a uma série de práticas e ritos seguros, que não nos exponham a alguma manifestação próxima de Jesus Cristo em nossa vida. Isso poderia ser perigoso. Basta ver como o entusiasmo religioso dos jovens desperta arrepios nos cristãos acomodados. É quando se erguem vozes de alerta e conselhos de moderação.

Os pregadores insistem em “domesticar” Jesus Cristo, tornando-o uma figura mansa, inócua, incapaz de ameaçar. E o Mestre, na contramão, insiste: “Vai, vende tudo o que tens e depois segue-me!” E ainda: “Se alguém me quer seguir, tome sua cruz cada dia e depois me siga!”

Figuras como Francisco de Assis e Teresa de Calcutá, que acolheram sem meias-medidas o chamado de Cristo, acabam assustando os fiéis. Um simples crucifixo na parede das repartições publicas provoca alergias e clamores pelo Estado laico. É o medo... É o medo...

O mesmo medo que aterrorizava os inimigos de Deus ao verem a coragem dos mártires diante de seus carrascos e torturadores.

Orai sem cessar: “De todo temor o Senhor me livrou!” (Sl 34,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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