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Liturgia de 09 de janeiro de 2020

QUINTA FEIRA - SEMANA EPIFANIA

(branco, pref. da Epifania ou do Natal - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

- No princípio e antes dos séculos o Verbo era Deus e dignou-se nascer para salvar o mundo (I Jo 1, 1).

Oração do dia

- Ó Deus, pelo nascimento de vosso Filho, a aurora do vosso dia eterno despontou sobre todas as nações. Concedei ao vosso povo conhecer a fulgurante glória do seu redentor e por ele chegar à luz que não se extingue. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Jo 4, 19-5,4

 

- Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 19quanto a nós, amamos a Deus porque ele nos amou primeiro.20Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. 21E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão. 5,1Todo o que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus, e quem ama aquele que gerou alguém, amará também aquele que dele nasceu. 2Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, 4pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.14-15bc.17 (R: 11)

- As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Há de livrá-los da violência e opressão, pois vale muito o sangue deles a seus olhos! Hão de rezar também por ele sem cessar, bendizê-lo e honrá-lo cada dia.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Seja bendito o seu nome para sempre! E que dure como o sol sua memória! Todos os povos serão nele abençoados, todas as gentes cantarão o seu louvor.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 4, 14-22a

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

- Glória a vós, Senhor!  


- Naquele tempo, 14Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16E veio à cidade de Nazaré onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”. 20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22ª Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Hoje se cumpriu esta passagem... (Lc 4,14-22a)

Ao longo dos séculos, a Palavra de Deus fora dirigida ao povo por meio de intermediários, profetas e patriarcas. Agora, estamos em tempos da Nova Aliança, que dispensa os arautos para nos apresentar o próprio Verbo-Palavra, encarnado na pessoa de Jesus de Nazaré. “Nestes dias, que são os últimos, falou-nos diretamente por seu Filho...” (Hb 1,2)

Dom André Louf comenta esta passagem do Evangelho: “Na sucessão das liturgias judaicas, eis que subitamente aparece Jesus, a Palavra única de Deus no coração do mundo, no coração de toda liturgia. Jesus em pessoa tomou o livro da Palavra de Deus e a proclama no meio da sinagoga. Este momento é grave e emocionante. Pela primeira vez, coincidem perfeitamente esta voz que se ergue e esta Palavra que se faz ouvir. A Palavra de Deus, o instrumento que é seu portador e a entonação que a sublinha são a mesma e única coisa, pertencem ao mesmo mistério: Palavra de Deus feita carne”.

Estamos mal “acostumados” com o rabi da Galileia, visto como o simples filho do carpinteiro. Parece-nos que se trata apenas de mais uma leitura de Isaías no espaço acanhado da sinagoga de nossos sábados habituais. Devíamos abrir os olhos e ver a novidade. Não apenas ouvimos a Palavra de Deus: estamos diante dela!

“Onde ressoaria melhor esta Palavra, a não ser na boca de Jesus? E que poderia Jesus proclamar por meio dela, a não ele mesmo? Desta vez, a proclamação da Palavra atinge realmente o seu máximo de densidade e de eficácia. A Palavra libera todas as suas energias, ela arrasta, ela mesma é o acontecimento”, comenta Dom Louf. Por isso Jesus rebate: “Esta palavra da Escritura que acabais de ouvir, é hoje que ela se cumpre!”

Não admira que todos na sinagoga tenham os olhos fixos em Jesus. A mesma palavra tantas vezes ouvida, tantas vezes objeto dos targuns judaicos, ressoa no ar com um peso inédito, um alcance inaudito. Não apenas atingiu a mente, mas remexeu com os corações. Brilha no espaço uma luz nova...

Estamos mal acostumados com Jesus, o Verbo de Deus. Estamos mal acostumados com os Evangelhos, de tal modo que sua “novidade” se oculta nas dobras das mesmas passagens, das mesmas parábolas, dos mesmos milagres, que se apresentam a nós como um velho filme tantas vezes visto.

E Jesus a clamar: “Sou eu! Pela primeira vez! Escutai!”

Orai sem cessar: “É a voz do meu amado!” (Ct 2,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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