L Liturgia

LITURGIA DE 13 DE FEVEREIRO DE 2020

QUINTA-FEIRA DA V SEMANA DO TEMPO COMUM

(cor verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6).

Oração do dia

- Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1Rs 11,4-13

- Leitura do primeiro livro dos Reis: 4Quando Salomão ficou velho, suas mulheres desviaram o seu coração para outros deuses e seu coração já não pertencia inteiramente ao Senhor, seu Deus, como o do seu pai Davi. 5Salomão prestou culto a Astarte, deusa dos sidônios, e a Melcom, ídolo dos amonitas. 6Ele fez o que desagrada ao Senhor e não lhe foi inteiramente fiel, como seu pai Davi. 7Foi então que Salomão construiu um santuário para Camos, ídolo de Moab, no monte que está defronte de Jerusalém, e para Melcom, ídolo dos amonitas. 8Fez o mesmo para todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e ofereciam sacrifícios aos seus deuses. 9Então o Senhor irritou-se contra Salomão, porque o seu coração tinha-se desviado do Senhor, Deus de Israel, que lhe tinha aparecido duas vezes 10e lhe proibira expressamente seguir a outros deuses. Mas ele não obedeceu à ordem do Senhor. 11E o Senhor disse a Salomão: “Já que procedeste assim, e não guardaste a minha aliança, nem as leis que te prescrevi, vou tirar-te o reino e dá-lo a um teu servo. 12Mas, por amor de teu pai Davi, não o farei durante a tua vida; é da mão de teu filho que o arrebatarei. 13Não te tirarei o reino todo, mas deixarei ao teu filho uma tribo, por consideração para com meu servo Davi e para com Jerusalém, que escolhi”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 106,3-4.35-36.37-40 (R: 4)

- Lembrai-vos, ó Senhor, de mim lembrai-vos, segundo o amor que demonstrais ao vosso povo!

R: Lembrai-vos, ó Senhor, de mim lembrai-vos, segundo o amor que demonstrais ao vosso povo!


- Felizes os que guardam seus preceitos e praticam a justiça em todo o tempo! Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos, pelo amor que demonstrais ao vosso povo!

R: Lembrai-vos, ó Senhor, de mim lembrai-vos, segundo o amor que demonstrais ao vosso povo!


- Misturaram-se, então, com os pagãos, e aprenderam seus costumes depravados. Aos ídolos pagãos prestaram culto, que se tomaram armadilha para eles;

R: Lembrai-vos, ó Senhor, de mim lembrai-vos, segundo o amor que demonstrais ao vosso povo!


- Pois imolaram até mesmo os próprios filhos, sacrificaram suas filhas aos demônios. Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo, e o Senhor abominou a sua herança.

R: Lembrai-vos, ó Senhor, de mim lembrai-vos, segundo o amor que demonstrais ao vosso povo!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Acolhei docilmente a palavra semeada em vós, meus irmãos; ela pode salvar vossas vidas! (Tg 1,21)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7, 24-30


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 24Jesus saiu e foi para a região de Tiro e Sidônia. Entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse onde ele estava. Mas não conseguiu ficar escondido. 25Uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés. 26A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. Jesus disse: 27"Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos". 28A mulher respondeu: "É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair". 29Então Jesus disse: "Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha". 30Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

E jogou-se a seus pés... (Mc 7,24-30)

Este Evangelho narra o encontro de Jesus com uma mulher estrangeira. Parece um encontro inesperado, até mesmo indesejado. Triste com as controvérsias motivadas pelos fariseus, Jesus se retira para as bandas da Fenícia, região considerada impura pelos judeus. Tudo indica que ele ali se refugiara em busca da solidão e do silêncio para se recompor.

É quando surge em seu caminho a siro-fenícia, suplicando a libertação de sua filha possessa. E a mulher não se limita a pedir com palavras, mas joga-se aos pés de Jesus, naquele gesto típico dos adoradores.

Não devíamos ficar espantados com a reação de Jesus, pois ele já havia anunciado que sua missão tinha como alvo prioritário “as ovelhas da casa de Israel” (cf. Mt 10,5-6), ou seja, os seus compatriotas. Daí o seu primeiro movimento de recusa: o pão é destinado aos filhos, não é para os cachorrinhos.

Agora, sim, devemos espantar-nos: a mulher não se mostra amuada pelos termos que o Mestre empregou. Ao contrário, movida pela insuperável união do amor pela filha e da fé no Senhor, ela retruca com notável humildade: longe dela pretender o pão dos filhos; pedia muito menos... apenas as migalhas que caem da mesa, desperdiçadas pelos filhos...

Aqui, nós nos detemos para refletir: é com a humildade desta estrangeira que nos dirigimos a Deus? Nossas orações são realmente súplicas? Ou ainda acreditamos nas tais “orações de poder” que arrancam de Deus, com mágico poder, até aquilo que ele não pretendia dar? Ou somos capazes de insistir e perseverar nas preces mesmo quando o Senhor parece distraído, ocupado, indiferente?

Sim, nós somos filhos (cf. 1Jo 3,1). Fomos adotados no momento de nosso Batismo. Mas é chocante como temos manifestado extremo descaso pelo “pão” que nos é servido na mesa, um pão reservado aos filhos. Não falo do pão material, mas do pão eucarístico que nos alimenta em cada Missa. Enfastiados de outros alimentos, não nos dirigimos à celebração eucarística como quem tem fome e sede: “Como a corça suspira pelas águas correntes, assim a minha alma anseia por vós, ó meu Deus!” Ainda lutamos com aquela preguiça de quem se vê obrigado a cumprir um preceito...

Claro que a mulher estrangeira conseguiu o que pedia. E ainda despertou a admiração do próprio Jesus, que declara: “Por causa do que acabas de dizer, o demônio já saiu de tua filha”. Nem foi preciso um gesto positivo do Senhor, alguma espécie de exorcismo. A fé humilde sabe vencer os demônios...

Orai sem cessar: “O Senhor ampara os humildes...” (Sl 147,6)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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