L Liturgia

Liturgia de 21 de fevereiro de 2020

SEXTA-FEIRA DA VI SEMANA DO TEMPO COMUM

(cor verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para a honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3).

Oração do dia

- Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Tg 2,14-24.26


- Leitura da carta de são Tiago: 14Meus irmãos, de que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? 15Imaginai que um irmão ou uma irmã não tem o que vestir e que lhe falta a comida de cada dia; 16se então alguém de vós lhe disser: “Ide em paz, aquecei-vos”, e: “Comei à vontade”, sem lhe dar o necessário para o corpo, que adiantará isso? 17Assim também a fé: se não se traduz em obras, por si só está morta. 18Em compensação, alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho a prática! Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras! 19Crês que há um só Deus? Fazes bem! Mas também os demônios crêem isso, e estremecem. 20Queres então saber, homem insensato, como a fé sem a prática é vã? 21O nosso pai Abraão foi declarado justo: não será por causa de sua prática, até o ponto de oferecer seu filho Isaac sobre o altar? 22Como estás vendo, a fé concorreu para as obras, e, graças às obras, a fé tornou-se completa. 23Foi assim que se cumpriu a Escritura que diz: ‘Abraão teve fé em Deus, e isto lhe foi levado em conta de justiça, e ele foi chamado amigo de Deus”’. 24Estais vendo, pois, que o homem é justificado pelas obras e não simplesmente pela fé. 26Assim como o corpo sem o espírito é morto, assim também a fé, sem as obras, é morta.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 112,1-3-4.5-6 (R: 1b)

- Feliz é todo aquele que ama com carinho a lei do Senhor Deus.

R: Feliz é todo aquele que ama com carinho a lei do Senhor Deus.


- Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!

R: Feliz é todo aquele que ama com carinho a lei do Senhor Deus.


- Haverá glória e riqueza em sua casa, e permanece para sempre o bem que fez. Ele é correto, generoso e compassivo, como luz brilha nas trevas para os justos.

R: Feliz é todo aquele que ama com carinho a lei do Senhor Deus.


- Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com justiça. Porque jamais vacilará o homem reto, sua lembrança permanece eternamente!

R: Feliz é todo aquele que ama com carinho a lei do Senhor Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Eu vos chamo meus amigos, pois vos dei a conhecer o que o Pai me revelou

 (Jo 15,15).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 8,34-38; 9,1


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo,34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: "Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la. 36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? 37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos". 9,1Disse-lhes Jesus: "Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder".

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Para resgate de sua alma... (Mc 8,34-9,1)

Fomos sequestrados. Pior ainda: escravizados. Criado livre, o homem usou mal da liberdade e acabou escravo de sua concupiscência. Sem perceber a ironia da proposta do Tentador – “sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal...” -, o primeiro casal viu-se decaído e degenerado.

“Pelo pecado dos primeiros pais, o Diabo adquiriu certa dominação sobre o homem, embora este último permaneça livre. O pecado original acarreta a ‘servidão debaixo do poder daquele que tinha o império da morte, isto é, do Diabo’. Ignorar que o homem tem uma natureza lesada, inclinada ao mal, dá lugar a graves erros no campo da educação, da política, da ação social e dos costumes.” (Catecismo, 407) Por isso, São João escreve que “o mundo inteiro está sob o poder do Maligno” (1Jo 5,19). E Paulo, em guerra com suas tendências: “Sou carnal, vendido ao pecado. Não entendo, absolutamente, o que faço: pois não faço o que quero; faço o que aborreço. [...] Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita.” (Rm 7,14-17.)

Na luta pela liberdade, o escravo tenta “ganhar a vida”. preencher com as coisas do mundo (dinheiro, poder e prazer) o abissal vazio de seu interior. Por esses bens, os escravos se digladiam, fazem guerras. Tudo para “ganhar a vida”. Ambiciosos, odientos, não podem sequer contemplar a própria face. Assim, usam máscaras: mentem para si mesmos, tentando sufocar a voz incômoda que sobe de seu íntimo. Ganharão a vida? Ou irão perdê-la no final de tudo?

Só Jesus aponta o caminho da libertação: a Cruz! “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Que pode dar o homem para resgate da sua alma?”

A liberdade perdida só se recupera como dom de Deus. Dom de amor sem limites. Foi a morte de Jesus que nos resgatou do poder do Inimigo. É seu sangue a moeda de nosso resgate. Não esqueçamos as palavras de Paulo aos Coríntios: “Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus, e que, por isto mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um alto preço.” (1Cor 6,19-20.)

E o Apóstolo nos mostra o valor da liberdade cristã retomada no batismo: “É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão.” (Gl 5,1.)

Orai sem cessar: “O Senhor é minha fortaleza e meu libertador!” (Sl 18,3)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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