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Liturgia de 24 de fevereiro de 2020

SEGUNDA-FEIRA, DA VII SEMANA COMUM

 (cor verde, - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34,11.23).

Oração do dia

- Concedei, ó Deus todo poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Tg 3,13-18


- Leitura da carta de são Tiago: Caríssimos, 13quem dentre vós é sábio e inteligente? Que ele mostre, por seu reto modo de proceder, a sua prática em sábia mansidão. 14Mas se fomentais, no coração, amargo ciúme e rivalidade, não vos glorieis nem procedais em contradição com a verdade. 15Essa não é a sabedoria que vem do alto. Ao contrário, é terrena, materialista, diabólica! 16Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. 17Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. 18O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 19B,8.9.10.15 (R: 9a)

- Os ensinos do Senhor são sempre retos, alegria ao coração!

R: Os ensinos do Senhor são sempre retos, alegria ao coração!


- A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes.

R: Os ensinos do Senhor são sempre retos, alegria ao coração!


- Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz.

R: Os ensinos do Senhor são sempre retos, alegria ao coração!


- É puro o temor do Senhor, imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente.

R: Os ensinos do Senhor são sempre retos, alegria ao coração!


- Que vos agrade o cantar dos meus lábios e a voz da minha alma; que ela chegue até vós, ó Senhor, meu Rochedo e Redentor!

R: Os ensinos do Senhor são sempre retos, alegria ao coração!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 9,14-29


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 14descendo Jesus do monte com Pedro, Tiago e João e chegando perto dos outros discípulos, viram que estavam rodeados por uma grande multidão. Alguns mestres da Lei estavam discutindo com eles.

15Logo que a multidão viu Jesus, ficou surpresa e correu para saudá-lo.16Jesus perguntou aos discípulos: "Que discutis com eles?" 17Alguém na multidão respondeu: "Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. 18Cada vez que o espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram". 19Jesus disse: "Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de suportar-vos? Trazei aqui o menino". 20E levaram-lhe o menino. Quando o espírito viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e começou a rolar e a espumar pela boca. 21Jesus perguntou ao pai: "Desde quando ele está assim?" O pai respondeu: "Desde criança. 22E muitas vezes, o espírito já o lançou no fogo e na água para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos". 23Jesus disse: "Se podes!... Tudo é possível para quem tem fé". 24O pai do menino disse em alta voz: "Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé". 25Jesus viu que a multidão acorria para junto dele. Então ordenou ao espírito impuro: "Espírito mudo e surdo, eu te ordeno que saias do menino e nunca mais entres nele". 26O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu. O menino ficou como morto, e por isso todos diziam: "Ele morreu!" 27Mas Jesus pegou a mão do menino, levantou-o e o menino ficou de pé. 28Depois que Jesus entrou em casa, os discípulos lhe perguntaram a sós: "Por que nós não conseguimos expulsar o espírito?" 29Jesus respondeu: "Essa espécie de demônios não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela “oração e jejum ".

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Com oração e jejum... (Mc 9,14-29)

Mais um contraste nos Evangelhos: montanha versus planície.

Na planície, a multidão agitada, ruidosa e... frágil na fé. Os pobres discípulos de Jesus estão incluídos na multidão que se vê impotente diante do demônio que agita terrivelmente um jovem possesso.

Um parêntese: é claro que eu acredito na existência de demônios (e estou muito bem acompanhado de toda a Tradição eclesial e do testemunho do Papa Paulo VI). Para aqueles racionalistas que insistem em traduzir as possessões do Evangelho como casos de epilepsia (doença desconhecida naquela época – garantem eles), sugiro apenas que digam aos senhores médicos (de hoje) que o remédio para tal enfermidade é... jejum e oração...

Ora seja como for, do outro lado está a montanha. O lugar do encontro com Deus (como atestam Abraão, Moisés, Elias e outros do mesmo time). E é da montanha, onde passou a noite inteira em jejum e oração, que desce Jesus e encontra cá em baixo toda esta balbúrdia feita de capetas, encapetados e exorcistas que não conhecem seu ofício.

Feito o trabalho, libertado o garoto, o pai feliz da vida, é a hora de os discípulos amuados perguntarem ao Mestre: “Como explicar o nosso fracasso? Por que não pudemos expulsar o demônio?” E Jesus responde, curto e grosso: “Esta espécie de demônios (ora, ora... então há várias espécies de epilepsia, hein?!) com nada se pode expulsar, a não ser com oração e jejum.” No texto latino de São Jerônimo: “Hoc genus in nullo potest exire nisi in oratione”.

Algum leitor estará torcendo o nariz: “Jejum e oração?! Que coisa mais arcaica!” Ora, a água vegetomineral dos tempos da vovó pode ser um remédio arcaico, mas faz efeito ainda hoje. E os capetas do tempo de Jesus Cristo são os mesmos de nosso tempo, ainda que mais treinados e especializados.

O velho remédio ainda vale? Responde o mestre da teologia ascética e mística (matérias ignoradas nos seminários de hoje!) Ad. Tanquerey. Segundo ele, para fazer exorcismos (aliás, ministério exclusivo de sacerdotes especialmente autorizados pelo bispo diocesano!) “convém preparar-se para essa temerosa função por meio de uma confissão humilde e sincera, para que o demônio não possa lançar em rosto aos exorcistas as suas faltas; e pelo jejum e oração, visto haver demônios que não cedem senão a estes meios.” (nº 1546, 1.)

Prudência e caldo de galinha, dizia vovó, não fazem mal a ninguém...

Orai sem cessar: “Senhor, tu me libertas dos meus inimigos.” (Sl 18,49)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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