L Liturgia

Liturgia de 01 de março de 2020

I DOMINGO DA QUARESMA

(Roxo, creio, prefácio próprio, I semana do saltério)

Antífona da entrada

 

- Quando meu servo chamar, hei de atendê-lo, estarei com ele na tribulação. Hei de livrá-lo e glorificá-lo e lhe darei longos dias (Sl 90,15).

Oração do dia

 

- Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 2,7-9; 3,1-7

 

- Leitura do livro do Gênesis: 7O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente. 8Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado. 9E o Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso ao paladar, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. 3,1A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comereis de nenhuma das árvores do jardim?’” 2E a mulher respondeu à serpente: “Do fruto das árvores do jardim nós podemos comer. 3Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele, nem sequer o toqueis, do contrário, morrereis’”. 4A serpente disse à mulher: “Não, vós não morrereis. 5Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”. 6A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para se alcançar o conhecimento. E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. 7Então, os olhos dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 51,3-4.5-6a.12-13.14.17 (R: 3a)

- Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós.

R: Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós.


- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão do vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

R: Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós.


- Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

R: Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós.


- Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

R: Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós.


- Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!

R: Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós.

2ª Leitura: Rm 5,12-19.

 

- Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos: 12Consideremos o seguinte: O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram. 13Na realidade, antes de ser dada a Lei, já havia pecado no mundo.
Mas o pecado não pode ser imputado, quando não há lei. 14No entanto, a morte reinou, desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que não pecaram como Adão, - o qual era a figura provisória daquele que devia vir - 15Mas isso não quer dizer que o dom da graça de Deus seja comparável à falta de Adão! A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem mais superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos. 16Também, o dom é muito mais eficaz do que o pecado de um só. Pois a partir de um só pecado o julgamento resultou em condenação, mas o dom da graça frutifica em justificação, a partir de inúmeras faltas. 17Por um só homem, pela falta de um só homem, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom gratuito e superabundante da justiça. 18Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida. 19Com efeito, como pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida numa situação de pecado, assim também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 4,1-11

 

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo palavra de Deus.

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo palavra de Deus.

 

- O homem não vive somente de pão, mas de toda a palavra da boca de Deus.

(Mt 4,4).

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo palavra de Deus.

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!  


-
Naquele tempo, 1o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. 3Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” 4Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”.  5Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, 6e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. 7Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’” 8Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, 9e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. 10Jesus lhe disse: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor, teu Deus, e somente a ele prestarás culto’”. 11Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Para ser tentado... (Mt 4,1-11)

 

Este é um daqueles evangelhos estranhos que deveriam – ao menos de início – deixar-nos escandalizados. Afinal, Jesus é conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para... ser tentado?! Exatamente. E não se trata de uma tentação qualquer. Após um tempo “completo” (pois o número 40, na linguagem bíblica, indica uma experiência completa, com princípio, meio e fim!) de oração e jejum, exatamente quando deviam faltar ao homem Jesus as forças físicas, é quando surge o Tentador.

Os racionalistas me desculpem, mas não foi uma abstração qualquer que fez a Jesus as três propostas maliciosas. A tentação que Jesus enfrentou também não decorre de uma natureza inclinada ao mal, pois o Mestre não sofria as sequelas do pecado original. Nem uma espécie de alucinação comum às mentes doentias. Tampouco partem de uma estrutura social viciada, pois ele se encontra na solitude do deserto. Logo, é realmente um “encontro” de Jesus com “alguém” que se posiciona na contramão da missão que o Pai reservara ao Filho encarnado.

Trata-se exatamente do Tentador, o “pai da mentira” (cf. Jo 8,44), cristalizado no mal desde a revolta do início e inimigo de todo bem. A vida de Jesus de Nazaré seria um permanente combate contra este adversário. No entanto, em sua insondável providência, Deus, o sumo Bem, sabe usar até mesmo das tentações para nos exercitar no amor e na verdade. Tanto que, na oração do Pai-Nosso, Jesus não nos ensina a pedir que “não sejamos tentados”, mas apenas que o Pai “não nos deixe cair em tentação”. Logo, as tentações hão de servir para cimentar nossa opção por Deus e fortalecer nossa vontade de adorar e servir a Deus.

Como escreve Santa Teresa, “com muita frequência me atormentam esses malditos, mas inspiram-me muito pouco temor; porque, vejo-o muito bem, eles não podem mexer-se sem a permissão de Deus... Saibam-no bem, todas as vezes que nós os desprezamos, diminuem as suas forças e a alma adquire sobre eles tanto mais império... Eles só têm forças sobre as almas covardes, que lhes entregam as armas...”

Assim o demonstrou Jesus, ao repelir o Tentador e voltar do deserto bem preparado para o início de sua vida pública. Dali em diante, os maus espíritos tremerão em sua presença (cf. Mc 1, 24) e obedecerão prontamente à sua voz de comando (cf. Mc 9,25-26).

Quanto a nós, temos aproveitado as tentações para renovar nossa decisão de amar e servir a Deus?

Orai sem cessar: “O Senhor ama os que detestam o mal!” (Sl 97,10)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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