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Liturgia de 02 de abril de 2020

QUINTA FEIRA DA V SEMANA DA QUARESMA

(Roxo, pref. Paixão l - ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Cristo é o mediador de uma nova aliança, para que, por meio de sua morte, recebam os eleitos a herança eterna que lhes foi prometida (Hb 9,15).

Oração do dia

 

- Assisti, ó Deus, aqueles que vos suplicam e guardai com solicitude os que esperam em vossa misericórdia, para que, libertos de nossos pecados, levemos uma vida santa e sejamos herdeiros das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 17,3-9

 

- Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, 3Abrão prostrou-se com o rosto por terra. 4E Deus lhe disse: “Eis a minha aliança contigo: tu serás pai de uma multidão de nações. 5Já não te chamarás Abrão, mas o teu nome será Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de nações. 6Farei crescer tua descendência infinitamente. Farei nascer de ti nações, e reis sairão de ti. 7Estabelecerei minha aliança entre mim e ti e teus descendentes para sempre; uma aliança eterna, para que eu seja teu Deus e o Deus de teus descendentes. 8A ti e aos teus descendentes darei a terra em que vives como estrangeiro, todo o país de Canaã como propriedade para sempre. E eu serei o Deus dos teus descendentes”. 9Deus disse a Abraão: “Guarda a minha aliança, tu e a tua descendência para sempre”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 105,4-5.6-7.8-9 (R: 8a)

 

- O Senhor se lembra sempre da Aliança!

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança!


- Procurai o Senhor teu Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face! Lembrai as maravilhas que ele fez, seus prodígios e as palavras de seus lábios!

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança!


- Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança!


- Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 8,51-59

 

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

 

- Oxalá ouvísseis hoje sua voz. Não fecheis os corações como em Meriba!

 (Sl 94,8)

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51“Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. 52Disseram então os judeus: “Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a morte’. 53Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes ser?” 54Jesus respondeu: “Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. 55No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. 56Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia; ele o viu, e alegrou-se”. 57Os judeus disseram-lhe então: “Nem sequer cinquenta anos tens, e viste Abraão!” 58Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou”. 59Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do Templo.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Jamais provará a morte... (Jo 8,51-59)

Dentro da condição humana, a morte é experimentada como um fim inevitável. Para muitos, ela é o fim de tudo. Todos os sonhos e as esperanças humanas acabam por ela aniquilados. Esse destino tem como definição a conhecida frase do Gênesis que fazia parte do ritual da Quarta-feira de Cinzas: “Lembra-te, homem, que és pó e ao pó voltarás”. (Gn 3,19)

No entanto, a própria Escritura acena com a possibilidade de escapar à morte, quando nos coloca em uma encruzilhada com uma escolha à nossa disposição: “Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Se obedeceres aos preceitos do Senhor teu Deus, [...] viverás e te multiplicarás. Se, porém, o teu coração se desviar e não quiseres escutar, [...] certamente perecereis”. (Dt 30,15-18)

Igualmente, o salmo que serve de pórtico para o saltério nos fala de dois caminhos: a Lei do Senhor e o caminho dos maus: no primeiro, a árvore sempre verde e carregada de frutos; no segundo, a palha seca que o vento leva. (Sl 1)

É fácil interpretar estas passagens apenas do ponto de vista moral, considerando a recompensa dos bons e o castigo dos maus. Mas elas seriam mais tarde iluminadas pelas palavras de Jesus, neste Evangelho de São João: “Se alguém guardar a minha palavra, jamais provará a morte”. (Jo 8,52)

A Palavra de Deus – isto é, o próprio Jesus Cristo – se autodefine como “caminho, verdade e vida”. Se aderimos a ele, passamos pela barreira da morte como quem se projeta na vida definitiva, quando já haverá “nem luto, nem pranto, nem dor” (Ap 21,4), e a própria morte será obrigada a devolver os seus mortos (cf. Ap 20,13).

A consoladora lição de Jesus é que a comunhão do homem com Deus irá conduzi-lo à imortalidade. Por natureza, somente Deus é imortal [a-thanatos], mas o homem que entra em simbiose com o Filho de Deus passa a viver seu caráter imortalidade: “já não sou que vivo, é Cristo quem vive em mim”. (Gl 2,20)

Na Igreja Católica, com o sacramento da Eucaristia – quando somos alimentados pelo Corpo e pelo Sangue de Cristo -, esta promessa atinge seu ponto mais alto. E não se trata de alguma interpretação piedosa, mas de uma promessa ouvida da boca do próprio Senhor pelos primeiros apóstolos: “Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim”. (Jo 6,53.57)

Duas fontes de vida eterna: a Palavra de Deus e a Eucaristia.

Orai sem cessar: “Senhor, dai-nos sempre deste pão!” (Jo 6,34)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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