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Liturgia de 13 de abril de 2020

SEGUNDA FEIRA - OITAVA DA PÁSCOA

(Branco, glória pref. da Páscoa I, ofício próprio)

Antífona da entrada

 

- O Senhor vos introduziu na terra onde correm leite e mel; que sua lei esteja sempre em vossos lábios, aleluia! (Ex 13,5.9).

Oração do dia

 

- Ó Deus, que fazei crescer a vossa Igreja, dando-lhe sempre novos filhos e filhas, concedei que, por toda a sua vida, estes vossos servos e servas sejam fieis ao sacramento do batismo que receberam professando a fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 2,14.22-32

 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: No dia de Pentecostes, 14Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: 22”Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós bem o sabeis. 23Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. 24Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse.  25Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. 26Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua e até minha carne repousará na esperança. 27Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente corrupção. 28Deste-me a conhecer os caminhos da vida e a tua presença me encherá de alegria’. 29Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. 30Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono. 31É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção’. 32Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 16,1-2a.5.7-8.9-10.11 (R: 1)

- Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!


- Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor; Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!

R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!


- Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.

R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!


- Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.

R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!


- Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!

R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!

(Sl 117,24)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 28,8-15

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, 8as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. 11Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, 13dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. 14Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis”. 15Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia de hoje.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Saindo às pressas... (Mt 28,8-15)

Tão logo ouviram do anjo que Jesus havia ressuscitado e esperava pelos discípulos na Galileia, Madalena e a outra Maria abandonaram prontamente o sepulcro vazio e correram a dar a notícia ao grupo dos seguidores. É verdade que alimentavam sentimentos contraditórios, divididas entre a alegria e o temor. Mas obedeceram.

Hébert Roux comente que a fé que se agarra à promessa vai manifestar-se sempre por uma obediência imediata. Não por acaso, o apóstolo Paulo gosta de usar a expressão “obediência da fé”. Continua Roux: “Assim, é como uma resposta à sua fé que Jesus aparece às mulheres. A saudação com que ele as acolhe significa textualmente: ‘Alegrai-vos!’, pois a Boa Nova da Ressurreição, tal como a da encarnação, está destinada a ser o motivo de grande alegria (cf. Lc 1,28). Aquele que se apresenta diante delas não é um ‘espírito’ ou um fantasma, mas realmente o próprio Senhor: ‘elas abraçaram seus pés e o adoraram’. Então, Jesus pronuncia de novo a palavra confortadora que somente Deus pode pronunciar quando ele manifesta seu poder ao intervir na vida humana: ‘Não tenham medo!’”

Aqui e ali, em nosso tempo, é exatamente esta fé obediente que parece rarear, em especial quando as estruturas sociais mostram-se abaladas e a vida eclesial parece ameaçada. Curiosamente, o medo e a desobediência caminham de mãos dadas. No fundo, o desobediente é um medroso que se sente ameaçado diante dos riscos embutidos no ato de obedecer. O santo, ao contrário, crê de maneira prática e, sem medo das adversidades, obedece sem hesitação às ordens recebidas.

Igualmente curiosa é a diferença de reação diante da Boa Nova da ressurreição: enquanto as mulheres a recebem com um ato de fé, os homens do Templo retrucam com incredulidade, e seu coração petrificado precisa apelar para a fraude e a propina, a fim de que os guardas espalhem o falso boato do roubo do cadáver de Jesus.

Hoje como antes, a ressurreição de Jesus Cristo nos interpela e nos põe diante de uma decisão inevitável: crer ou não crer. Aquele que crê, aposta sua vida em Jesus e ultrapassa um limiar que o projeta em uma vida luminosa. Aquele que recusa o ato de fé, ao contrário, rejeita a salvação atualizada por Jesus Cristo e, envolvido pela treva da descrença, acaba por transformar-se em opositor dos desígnios de Deus.

Eis o drama do Evangelho: os cegos veem, os surdos ouvem, os paralíticos andam... enquanto os sacerdotes do Templo e os doutores da Lei repelem o Messias que o Pai lhes enviou...

Orai sem cessar: “Serviremos ao Senhor e obedeceremos à sua voz!” (Js 24,24)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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