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Liturgia de 01 de maio de 2020

SEXTA FEIRA – SÃO JOSÉ ESPOSO DE MARIA E PADROEIRO DA IGREJA

(Branco, glória, creio, prefácio próprio e ofício da solenidade)

Antífona da entrada

 

- Feliz todo aquele que teme ao Senhor e anda em seus caminhos. Viverá do trabalho de suas mãos, para sua felicidade e bem-estar aleluia! (Sl 127, 1s)

Oração do dia

 

- O Deus, criador do universo, que destes aos seres humanos a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e proteção de São José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 1,26-2,3

 

- Leitura do livro do Genesis: 26Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todos os animais selvagens e todos os animais que se movem pelo chão”. 27 Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. 28E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão”. 29Deus disse: “Eis que vos dou, sobre toda a terra, todas as plantas que dão semente e todas as árvores que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. 30E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os animais que se movem pelo chão, eu lhes dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez. 31E Deus viu tudo quanto havia feito e achou que era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: o sexto dia. 2,1Assim foram concluídos o céu e a terra com todos os seus elementos. 2No sétimo dia, Deus concluiu toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia repousou de toda a obra que fizera. 3Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, pois nesse dia Deus repousou de toda a obra da criação.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 90,2-4.12-14.16 (R: 17c)

 

- Ó Senhor, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!
R: Ó Senhor, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!


- Já bem antes que as montanhas fossem feitas ou a terra e o mundo se formassem, desde sempre e para sempre vós sois Deus.

R: Ó Senhor, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!

 

- Vós fazeis voltar ao pó todo mortal quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.

R: Ó Senhor, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!

- Ensinai-nos a contar os nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!

R: Ó Senhor, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!

- Saciai-nos de manhã com vosso amor e exultaremos de alegria todo o dia! Manifestai a vossa obra a nossos servos e a seus filhos revelai a vossa glória!

R: Ó Senhor, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!

 

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Bendito seja Deus, bendito seja, cada dia, o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos! (Sl 67,20)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 13,54-58

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!

 

- 54Ele foi para sua própria cidade e se pôs a ensinar na sinagoga local, de modo que ficaram admirados. Diziam: “De onde lhe vêm essa sabedoria e

esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não estão todas conosco? De onde, então, lhe vem tudo isso?” 57E ele tornou- se para eles uma pedra de tropeço. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é valorizado em sua própria cidade e na sua própria casa!” 58E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Não é o filho do carpinteiro? (Mt 13,54-58)

Na festa de São José Operário, a liturgia da Igreja dirige nosso olhar para a humilde casa de Nazaré. Era a casa de José, o naggar, palavra hebraica que designa mais que um simples carpinteiro, mas um “artesão” capaz de trabalhos mais refinados. No texto grego do Evangelho, São Lucas usa a palavra “tékton”, termo genérico que engloba as atividades de um marceneiro, um ferreiro etc. Mas, acima de tudo, estamos na presença de um operário movido pelo amor.

Na Encíclica “Redemptoris Custos” [O guarda do Redentor], de 1989, o Papa João Paulo II escrevia: “A expressão cotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho, mediante o qual José procurava garantir a sustentação da família: o trabalho de carpinteiro”. (RC, 22)

O texto logo associa o trabalho ao mistério da encarnação do Verbo de Deus: “O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho um acento especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus, ele foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular”. Ocorre em Jesus Cristo uma “redenção” do trabalho. Tantas vezes recusado pela “gente fina” e transformado em símbolo de escravidão, depois de Nazaré o trabalho vai mostrar-se como instrumento de santificação e realização do homem.

Em outra Encíclica, o mesmo João Paulo II comentava: “O suor e a fadiga, que o trabalho comporta necessariamente na presente condição da humanidade, proporcionam aos cristãos e a todo homem, dado que são chamados para seguir a Cristo, a possibilidade de participar no amor à obra que o mesmo Cristo veio realizar”. (Laborem Exercens, 27) Isto quer dizer que o objetivo maior do trabalho humano não é a retribuição material pelo salário, nem o reconhecimento social pelo sucesso, mas a oportunidade de amar concretamente, ao dispor os dons pessoais em benefício do próximo.

“Suportando o que há de penoso no trabalho em união com Cristo crucificado por nós – prossegue o Papa - o homem colabora, de algum modo, com o Filho de Deus na redenção da humanidade. Mostrar-se-á como verdadeiro discípulo de Jesus, levando também ele a cruz de cada dia nas atividades que é chamado a realizar.” (LE, 22)

Desde então, o cristão não pode mais ver no trabalho apenas uma forma de “ganhar a vida” ou de garantir uma remuneração ao fim do mês. Ele sabe que o trabalho santifica o homem.

Orai sem cessar: “Viverás do trabalho de tuas mãos...” (Sl 128,2)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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