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Liturgia de 07 de maio de 2020

QUINTA FEIRA – IV SEMANA DA PÁSCOA

(Branco, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Ó Deus, quando saístes à frente do vosso povo, abrindo-lhe o caminho e habitando entre eles, a terra estremeceu, fundiram-se os céus, aleluia!

(Sl 67,8.20)

Oração do dia

- Ó Deus, que restaurais a natureza humana, dando-lhe uma dignidade ainda maior, considerai o mistério do vosso amor, conservando para sempre os dons da vossa graça naqueles que renovastes pelo sacramento de uma nova vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 13,13-25

 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: 13Paulo e seus companheiros embarcaram em Pafos e chegaram a Perge da Panfília. João deixou-os e voltou para Jerusalém. 14Eles, porém, partindo de Perge, chegaram a Antioquia da Pisídia. E, entrando na sinagoga em dia de sábado, sentaram-se. 15Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: “Irmãos, se vós tendes alguma palavra para encorajar o povo, podeis falar”. 16Paulo levantou-se, fez um sinal com a mão e disse: “Israelitas e vós que temeis a Deus, escutai! 17O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos antepassados e fez deles um grande povo quando moravam como estrangeiros no Egito; e de lá os tirou com braço poderoso. 18E, durante mais ou menos quarenta anos, cercou-o de cuidados no deserto. 19Destruiu sete nações na terra de Canaã e passou para eles a posse do seu território, 20por quatrocentos e cinquenta anos aproximadamente. Depois disso, concedeu-lhes juízes, até o profeta Samuel. 21Em seguida, eles pediram um rei e Deus concedeu-lhes Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim, que reinou durante quarenta anos. 22Em seguida, Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade’.  23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus. 24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias’”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 89,2-3.21-22.25.27 (R: 2a)

- Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.


- Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme quanto os céus.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.


- Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado. Estará sempre com ele minha mão onipotente, e meu braço poderoso há de ser a sua força.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.


- Não será surpreendido pela força do inimigo, nem o filho da maldade poderá prejudicá-lo. Diante dele esmagarei seus inimigos e agressores, ferirei e abaterei todos aqueles que o odeiam.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.


- Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, sua força e seu poder por meu nome crescerão. Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Jesus Cristo, a fiel testemunha, primogênito dos mortos, nos amou e do pecado nos lavou em seu sangue derramado (Ap 1,5).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 13,16-20

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus lhes disse: 16“Em verdade, em verdade vos digo: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17Se sabeis isto, e o puserdes em prática, sereis felizes. 18Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19Desde agora vos digo isto, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Sereis felizes... (Jo 13,16-20)

Todo mundo quer ser feliz. Poucos se apresentam como felizes. Um poeta romântico chegou a afirmar que não experimentamos a felicidade porque ela “está sempre apenas onde a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos” ...

A inclinação carnal da natureza humana busca pela felicidade em ilusões. Para muitas pessoas, a felicidade está em ter dinheiro, como se não existisse uma epidemia de infelicidade entre os mais ricos. Outras identificam felicidade e prazer, sem perceber quanta desventura brota de uma existência hedonista. Outras, ainda, querem ser felizes na droga, no álcool, na libertinagem. Outras, enfim, consideram feliz quem tem poder, influência política, autonomia e liberdade.

Jesus Cristo – que não se orienta pela carne, nem pelo romantismo - ensina diferente. Depois de lavar os pés de seus discípulos, o Mestre afirma: “O servidor não é maior que seu Senhor, nem o missionário é maior do que aquele que lhe deu a missão... Já que sabeis disso, sereis felizes se o puserdes em prática”. (Jo 13,16-17)

Parece espantoso, não? Será que a felicidade consiste mesmo em uma espécie de “submissão”? Nosso Senhor nos envia em missão e nós, seus servos, nos submetemos a essa missão. Fora disso, não há felicidade.

Assim se explica que a infelicidade se espalhe pela humanidade e se infiltre em tantos corações, pois a grande maioria das pessoas não faz a menor ideia sobre qual seja a missão para que elas foram chamadas a este mundo. De fato, nem se preocupam com isto. Vão sobrevivendo, assumindo qualquer tarefa, desde que lhe paguem para trabalhar. Por isso mesmo, tantas vezes o trabalho é vivenciado como um fardo, do qual nos livraríamos na primeira oportunidade. Sem a consciência da missão, o “sacrifício” inerente ao trabalho perde seu valor de liturgia e de culto a Deus.

Louis Bouyer comenta o gesto simbólico de Jesus ao lavar os pés dos discípulos: “Por este ato, de fato, Cristo ensina expressamente a buscar na fonte de seu próprio amor, feito de um absoluto devotamento que encontra sua glória na humilhação, um amor mútuo semelhante ao dele”. É este clima de amor humilde que transfigura o fardo de cuidar dos filhos, educar os alunos, atender os enfermos, trabalhar em comunidade sem esperar qualquer recompensa imediata.

Por isso mesmo, a “religião” manifestada nos evangelhos é uma “novidade”. Não se trata de ter poderes mágicos, nem fugir da dor, nem dominar as consciências. Basta servir...

Orai sem cessar: “Servi ao Senhor com alegria!” (Sl 100,2)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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