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Liturgia de 08 de agosto de 2017

TERÇA FEIRA - SÃO DOMINGOS PRESBÍTERO E PREGADOR
(branco, pref. comum ou dos pastores - ofício da memória)

Antífona da entrada

- Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5).

Oração do dia

- Ó Deus, que os méritos e ensinamentos de são Domingos venham em socorro da vossa Igreja, para que o grande pregador da vossa verdade seja agora nosso fiel intercessor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Nm 12,1-13

- Leitura do Livro dos Números: Naqueles dias, 1Maria e Aarão criticaram Moisés por causa de sua mulher etíope. 2E disseram: “Acaso o Senhor falou só através de Moisés? Não falou, também, por meio de nós?” E o Senhor ouviu isto. 3Moisés era um homem muito humilde, mais do que qualquer outro sobre a terra. 4Então o Senhor disse a Moisés, Aarão e Maria: “Ide todos os três à Tenda da Reunião”. E eles foram. 5O Senhor desceu na coluna de nuvem, parou à entrada da Tenda, e chamou Aarão e Maria. Quando se aproximaram, ele lhes disse: 6“Escutai minhas palavras! Se houver entre vós um profeta do Senhor, eu me revelarei a ele em visões e falarei com ele em sonhos. 7O mesmo, porém, não acontece com o meu servo Moisés, que é o mais fiel em toda a minha casa! 8Porque a ele eu falo face a face; é às claras, e não por figuras, que ele vê o Senhor! Como, pois, vos atreveis a rebaixar o meu servo Moisés?” 9E, indignado contra eles, o Senhor retirou-se. 10A nuvem que estava sobre a Tenda afastou-se, e no mesmo instante, Maria se achou coberta de lepra, branca como a neve. Quando Aarão olhou para ela e a viu toda coberta de lepra, 11disse a Moisés: “Rogo-te, meu Senhor! Não nos faças pagar pelo pecado que tivemos a insensatez de cometer. 12Que Maria não fique como morta, como um aborto que é lançado fora do ventre de sua mãe, já com metade da carne consumida pela lepra”. 13Então Moisés clamou ao Senhor, dizendo: “Ó Deus, eu te suplico, dá-lhe a cura!”

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 51,3-4.5-6a.6bc-7.12-13 (R: 3a)

- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

- Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

- Mostrais assim quanto sois justo na sentença, e quanto é reto o julgamento que fazeis. Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade e pecador já minha mãe me concebeu.
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

- Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Mestre, tu és o Filho de Deus, és rei de Israel! (Jo 1,49b).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 14,22-36

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
- Glória a vós, Senhor!

- Depois que a multidão comera até saciar-se, 22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barco e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: 'É um fantasma'. E gritaram de medo.
27Jesus, porém, logo lhes disse: 'Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!'
28Então Pedro lhe disse: 'Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro,
caminhando sobre a água.' 29E Jesus respondeu: 'Vem!' Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e começando a afundar, gritou: 'Senhor, salva-me!' 31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: 'Homem fraco na fé, por que duvidaste?' 32Assim que subiram no barco, o vento se acalmou.
33Os que estavam no barco, prostraram-se diante dele, dizendo: 'Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!' 34Após a travessia desembarcaram em Genesaré. 35Os habitantes daquele lugar, reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste.
E todos os que a tocaram, ficaram curados.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Não tenham medo! (Mt 14,22-36)

Desde as sombras das cavernas, o medo é nosso companheiro. Frágil, limitado, inerme diante das forças da natureza, o homem teme e treme. Basta um trovão, uma faísca, uma chuva forte, para o medo entrar em cena, arrepiando cabelos e provocando tremores.

Uma consequência do medo é a paralisia. Perde-se a capacidade de agir, de avaliar a realidade objetivamente. Entra em cena a louca do último andar: a imaginação. Um leve ruído no quintal, já noite avançada, e o vaso derrubado pelo gato transforma-se em virtual assaltante. Como neste Evangelho, quando os discípulos veem Jesus como um fantasma.

O cristão – se é verdadeira a sua fé – deveria reagir diante das ameaças de modo diferente do pagão, pois confia na presença e na proteção de seu Salvador. É disso que nos fala Orígenes [185-253], teólogo e mártir:

“Se, um dia, somos assaltados por provações inevitáveis, lembremo-nos de que foi Jesus quem nos ordenou que embarcássemos, e ele quer que o precedamos ‘na outra margem’”. De fato, para quem não suportou a prova das ondas e do vento contrário, é impossível chegar a essa margem.

Assim, quando nos virmos cercados por dificuldades múltiplas e penosas, fatigados de navegar entre elas com a pobreza de nossos meios, imaginemos que nossa barca está no meio do mar, sacudida pelas vagas que gostariam de nos ver ‘naufragados na fé’ (cf. 1Tm 1,19) ou em qualquer outra virtude. E se nós vemos o sopro do maligno se assanhar contra nossas iniciativas, tenhamos presente que nesse momento o vento nos é contrário.

Quando, pois, entre esses sofrimentos, tenhamos ficado firmes durante as longas horas da noite escura que reina nos tempos de provação, quando tivermos lutado ao máximo, cuidando de evitar o naufrágio, podemos estar seguros de que, lá pelo fim da noite, ‘quando a noite for avançada e o dia vier chegando’ (cf. Rm 13,12), o Filho de Deus virá junto a nós, caminhando sobre as ondas, para tornar o mar favorável a nós.”

É tudo uma questão de fé. Quem se concentra no fragor das ondas e nas ameaças do abismo acabará indo ao fundo. Quem, ao contrário, focaliza Jesus Cristo, jamais irá soçobrar nas tempestades.

Dentro da Igreja, há muita gente paralisada pelo medo. Ministros ordenados e agentes de pastoral que se sentem sitiados pelas potências de um mundo neopagão e perderam a confiança no poder transformador da Palavra de Deus. No máximo, sonham com um estado de coisas em que teriam “recursos” para trabalhar com êxito: meios de comunicação, apoio das autoridades e – claro! – dinheiro.

É para eles, de modo especial, que Jesus vem repetir: “Não tenham medo! Sou eu!”

Orai sem cessar: “Senhor, na hora do medo, em ti me refugio!” (Sl 56,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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