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Liturgia de 02 de dezembro de 2019

SEGUNDA FEIRA DA I SEMANA DO ADVENTO

(roxo, pref. do Advento I - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Ó nações, escutai a palavra do Senhor; levai a boa nova até os confins da terra! Não tenhais medo: eis que chega o nosso salvador (Jr 31,10; Is 35,4).

Oração do dia

 

- Senhor Deus, dais-nos esperar solícitos a vinda do Cristo, vosso Filho. Que ele, ao chegar, nos encontre vigilantes na oração e proclamando o seu louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Is 4,2-6


- Leitura do livro do profeta Isaías: 2Naquele dia, o povo do Senhor terá esplendor e glória, e o fruto da terra será de grande alegria para os sobreviventes de Israel. 3Então, os que forem deixados em Sião, os sobreviventes de Jerusalém, serão chamados santos, a saber, todos os destinados à vida em Jerusalém. 4Quando o Senhor tiver lavado as imundícies das filhas de Sião, e limpado as manchas de sangue dentro de Jerusalém, com espírito de justiça e de purificação, 5ele criará em todo lugar do monte Sião e em suas assembleias uma nuvem durante o dia, e fumaça e clarão de chamas durante a noite: e será proteção para toda a sua glória, 6uma tenda para dar sombra contra o calor do dia, abrigo e refúgio contra a ventania e a chuva.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 122,1-2.3-4a.4b-5.6-7.8-9 (R: 1)

- Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor!”

R: Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor! ”


- Que alegria, quando ouvi que me disseram: “Vamos à casa do Senhor! ” E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.

R: Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor! ”


- Jerusalém, cidade bem edificada num conjunto harmonioso; para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor.

R: Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor! ”


- Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.

R: Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor! ”


- Rogai que viva em paz Jerusalém, e em segurança os que te amam! Que a paz habite dentro dos teus muros, tranquilidade em teus palácios!

R: Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor! ”


- Por amor a meus irmãos e meus amigos, peço: “A paz esteja em ti!” Pelo amor que tenho à casa do Senhor, eu te desejo todo bem!

R: Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor!”

 

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Ó vindes libertar-nos, Senhor e nosso Deus; mostrai a vossa face e nós seremos salvos! (Sl 79,4)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 8,5-11


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Carfanaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”. 7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!, e ele vai; e a outro: ‘Vem!, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!, e ele o faz”. 10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada

Somente uma palavra... (Mt 8,5-11)

Ao tomar conhecimento de que Jesus está a caminho de sua casa, o centurião romano manifesta a mais profunda humildade. Para que seu servo seja curado – afirma ele - não é necessária a presença pessoal do Mestre. Basta uma palavra do Senhor, e ele será curado.

É chocante a argumentação do oficial romano: ele tem subalternos e suas ordens expressas em palavras são prontamente obedecidas. Ocorre que o centurião reconhece em Jesus uma autoridade superior à de sua própria patente militar. Ele que, para levar sua súplica até Jesus, já recorrera à mediação de anciãos dos judeus (cf. Lc 7,3), primeiro sinal de seu sentimento de indignidade – nada usual num oficial de um exército de ocupação! -, agora se espanta com a atitude do Mestre, que prontamente se dispôs a deslocar-se até a casa de um pagão, considerado “impuro” pelos judeus.

A atitude do soldado romano leva Jesus a reconhecer nele um autêntico “filho de Abraão” – expressão que só se aplicava àqueles que pertenciam ao povo da Aliança. Assim como bastara para Abraão uma palavra de Deus, ao fazer-lhe a promessa de uma descendência, para que o patriarca deixasse suas raízes e se aventurasse no desconhecido, “como se visse o invisível”, também para este obscuro centurião basta a palavra de Jesus – assim ele crê – para que aconteça a cura de seu servidor.

Como comenta Hébert Roux, “esse homem não duvida nem por um instante que exista mais realidade, mais eficácia, mais poder em uma única palavra de Jesus que em toda iniciativa humana. Ele adivinha que a ordem que Jesus pode dar é uma ordem criadora; por isso, sabe que se obtiver uma só palavra, terá também o seu cumprimento”.

Em espantoso contraste com a atitude do centurião romano – um estrangeiro, que os judeus chamavam depreciativamente de “cão” -, nós vemos hoje, dentro e fora da Igreja, grande número de pessoas que agem como se ignorassem o poder transformador da Palavra de Deus.

Em meus tempos de Pastoral Carcerária, quantas vezes ouvimos a sentida reflexão de um presidiário ao ouvir o Evangelho: - “Se eu tivesse escutado isto antes, hoje eu não estaria aqui...” Em muitos lugares, a Palavra de Deus é anunciada de forma burocrática, “profissional”, sem vibração e sem fé.

E a liturgia insiste: “Se disseres uma palavra, minha alma será salva!”

Orai sem cessar: “O Senhor falou e tudo se fez...” (Sl 33,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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