L Liturgia

Liturgia de 22 de maio de 2020

 SEXTA FEIRA – SANTA RITA DE CÁSSIA

 (Branco, Pref. - ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- Repousa sobre mim o espírito do senhor; ele me ungiu para levar a boa nova aos pobres e curar os corações contritos (Lc 4,18).

Oração do dia

 

- Ó Deus, grandeza dos humildes, que fizestes santa Rita de Cássia distinguir-se pela caridade e paciência, dai-nos por suas preces eméritos, a graça de amar-vos sempre carregando a cruz de cada dia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 18,9-18

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: Estando Paulo em Corinto, 9uma noite, o Senhor disse-lhe em visão: “Não tenhas medo; continua a falar e não te cales, 10porque eu estou contigo. Ninguém te porá a mão para fazer mal. Nesta cidade há um povo numeroso que me pertence”. 11Assim Paulo ficou um ano e meio entre eles, ensinando-lhes a Palavra de Deus. 12Na época em que Galião era procônsul na Acaia, os judeus insurgiram-se em massa contra Paulo e levaram-no diante do tribunal, 13dizendo: “Este homem induz o povo a adorar a Deus de modo contrário à Lei”. 14Paulo ia tomar a palavra, quando Galião falou aos judeus, dizendo: “Judeus, se fosse por causa de um delito ou de uma ação criminosa, seria justo que eu atendesse a vossa queixa. 15Mas, como é questão de palavras, de nomes e da vossa Lei, tratai disso vós mesmos. Eu não quero ser juiz nessas coisas”. 16E Galião mandou-os sair do tribunal. 17Então todos agarraram Sóstenes, o chefe da sinagoga, e espancaram-no diante do tribunal. E Galião nem se incomodou com isso. 18Paulo permaneceu ainda vários dias em Corinto. Despedindo-se dos irmãos, embarcou para a Síria, em companhia de Priscila e Áquila. Em Cencreia, Paulo raspou a cabeça, pois tinha feito uma promessa.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 47,2-3.4-5.6-7 (R: 8a)

 

- O Senhor é o grande Rei de toda a terra.

R: O Senhor é o grande Rei de toda a terra.


- Povos todos do universo batei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra.

R: O Senhor é o grande Rei de toda a terra.


- Os povos sujeitou ao nosso jugo e colocou muitas nações aos nossos pés. Foi ele que escolheu a nossa herança, a glória de Jacó, seu bem-amado.

R: O Senhor é o grande Rei de toda a terra.


- Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta. Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!

R: O Senhor é o grande Rei de toda a terra.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos para entrar em sua glória (Lc 24,46.26).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,20-23a

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. 21A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo. 22Também vós agora sentis tristeza, mas eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. 23aNaquele dia, não me perguntareis mais nada”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

O vosso coração se alegrará... (Jo 16,20-23a)

A Criação é alegre. Rios e cascatas, auroras e luar, lagos e pradarias – tudo irradia luz e cor e sons e melodias. No largo oceano, o balé jocoso dos golfinhos e a ciranda das anêmonas e medusas.

A sociedade é triste. Gente tensa e apressada, ônibus superlotados, carnavais que acabam em cinzas. O rugido dos motores e o gemido das buzinas. Em cima do muro, cacos de vidro e arame farpado. Dentro do lar, a solidão.

A comunidade cristã é alegre. Aceso o círio pascal, ela entoa um perene Hallelujah ao Cristo ressuscitado. Nada que Jesus não tivesse prometido em sua despedida dos discípulos. É uma alegria que vem após as dores e as angústias do parto (cf. v. 21), inseparável da vida nova que se experimenta. “Eu vos verei novamente, e o vosso coração se alegrará, e ninguém poderá tirar a vossa alegria.” (Jo 16,22)

Claro, existem diferentes “alegrias”. Cá em baixo, a alacridade ruidosa das maritacas roendo coquinhos na palmácea. Uma alegria apenas epidérmica, associada ao barulho de palmas e foguetes. Um pouco acima, o júbilo do peregrino que avista a cúpula dourada do Templo, nas montanhas de Judá, e entoa o Hallel (Sl 122,1). Mais alto, o gáudio dos pastores, aos quais o anjo da madrugada anuncia o nascimento do Menino (Lc 2,10).

Mas muito mais alta – e muito mais profunda! – a silenciosa letícia do bebê adormecido no seio da mãe (Sl 131,2). Esta alegria – a verdadeira alegria! – não depende de luzes e neon, dispensa música e fantasias, não se apoia em palmas e coreografias. Irmã gêmea da paz, esta alegria transforma a própria morte em um regresso ao lar...

Como conquistá-la? Qual o seu preço? Nem pense em comprá-la. Não é conquista. É puro dom... O Deus pródigo e feliz a reparte com fartura entre os bem-aventurados.

Certa vez, eu pregava em uma paróquia do interior de Estado de São Paulo. Em dado momento, citei a conhecida passagem paulina: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos!” (Fl 4,4) Subitamente, um senhor se levantou no fundo do salão e protestou. Era o pároco local! Segundo ele, não era possível alegrar-se em um mundo cheio de injustiça e desigualdade. O conselho de Paulo era impossível de ser seguido.

Ouvi-o até o fim. Depois, retomei a palavra e disse apenas: “Bem, não é exatamente por esses motivos que nós nos alegramos. É apesar disso tudo que nos alegramos, na certeza de que o Ressuscitado está no meio de nós...

Orai sem cessar: “Devolve-me, Senhor, a alegria de ser salvo!” (Sl 51,14)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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