Antagonismo existente entre Comunismo e Cristianismo

Ainda hoje o marxismo comunista continua encantando inúmeras pessoas, principalmente em nossas universidades, e infelizmente enganando até mesmo muitos cristãos que pouco ou quase nada conhecem a doutrina de Karl Marx. Há “católicos” que tristemente desejam conciliar o marxismo com o cristianismo. O socialismo encobre uma série de concepções, da qual algumas tendem a compatibilizar-se com a fé cristã.

Confira os pontos essenciais do pensamento Marxista com os que a Igreja Católica defende.

1) O Marxismo ensina que deve lutar contra toda e qualquer religião. Chama “A religião o ópio do povo.” Quer dizer, é a droga que deixa o povo alienado e sujeito às explorações do capitalismo e dos ricos.

A acusação vazia contra a Igreja é a de que ela só ensina aos fiéis buscarem o céu, abandonando a Terra, sem lutar pelos direitos sociais. As muitas encíclicas dos Papas, desmentem essa mentira. A Igreja sempre foi a Instituição, em toda a história da humanidade, que mais caridade fez no mundo.

2) O marxismo usa o termo “Socialismo religioso e socialismo católico.”

A Igreja diz que esses termos são contraditórios, e que ninguém pode ser ao mesmo tempo um bom católico e um verdadeiro socialista. É um regime intrinsecamente perverso e o cristão não pode de maneira alguma colaborar com ele. Não pode cair no perigo de conspirar com esse sistema perverso. Deve sim, permanecer fiel tanto aos princípios do direito natural quanto às diretrizes das autoridades da Igreja.

3) São palavras de Che Guevara, em carta escrita à sua mãe: “Não sou Cristo, nem filantropo, VELHA, sou totalmente o oposto de um CRISTO. Luto pelas coisas em que acredito, com todas as armas de que disponho, e tento deixar o outro homem morto de modo que eu NÃO SEJA PREGADO NUMA CRUZ ou em algum outro lugar.”

4) O Marxismo é estruturado sobre a teoria violenta da “luta de classes”, jogando uma classe contra a outra. Para “libertar” os proletários, eles pregam a revolução violenta, até a eliminação de todas as classes, o que é uma utopia; incita o racismo e a revolta dos empregados contra os patrões, dos pobres contra os ricos, negros contra brancos e amarelos, índios contra brancos, joga irmãos contra irmãos; provoca as vítimas do ódio racial, o ódio do grupo oprimido por meio da identificação de um inimigo a ser culpado.

A Igreja ensina que a libertação cristã usa “meios evangélicos”, e que a mentalidade da luta de classes é anticristã porque incita ao ódio e joga irmãos contra irmãos. Dessa forma, o marxista não deseja libertar os oprimidos por meio da justiça; pelo contrário, ele encoraja as vítimas de injustiça a cometer uma injustiça ainda maior. São Paulo em Col 3,11 diz: “Não haverá mais grego nem judeu, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente Cristo, que será tudo em todos.” Aqui, S. Paulo se refere às divisões de raça e etnia, classe e sexo, de sua época. Todos, queremos justiça social, mas pela caridade, por meios puros e não pela violência. O católico não deve jamais aceitar a luta como meio de transformar a sociedade; pelo contrário, ensina o acordo, o diálogo entre as partes, a reconciliação, o perdão, etc. O marxista usa os pobres para atingir seus próprios fins, enquanto se disfarça de amparo. É como Satanás disfarçado de anjo de luz (cf. 2Cor 11,14).

5) Há uma atuação marxista afirmando que: “os fins justificam os meios”. Para eles tudo é válido, e para isso podem lançar mão da falsidade, da mentira, da corrupção, da violência, do roubo e da morte para implantar o regime, como aconteceu em pleno o século XX, com a morte de 100 milhões de pessoas.

A moral católica não aceita que se faça o bem por meios maus, embora feita com boa intenção; os fins não podem justificar os meios. Não posso, por exemplo, querer fazer caridade com dinheiro roubado, ou tirado do narcotráfico, ou para ajudar os pobres usando da corrupção. Portanto, há uma lei natural que não muda e permanente através das variações da história. Quem ensinou esse adágio maquiavélico muito utilizado pela esquerda, jamais poderá alegar como “mal menor” ou para “ganhar governança”, pois, São Paulo ensina em 2Cor 6,14: “Não vos prendais ao mesmo jugo com os infiéis. Que união pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunidade entre a luz e as trevas?”

6) O comunismo nega a todos o direito da propriedade particular, e defende que todos os meios de produção devem estar nas mãos do Estado. Que qualquer direito de propriedade privada tem de ser radicalmente destruído.

A Igreja discorda dessa visão, mesmo sabendo que a injusta distribuição acarrete graves males, ela ensina que é preciso ser corrigida, mas nem por isso se deve negar o direito à propriedade privada. A Doutrina Social da Igreja (DSI) sempre reconheceu a propriedade privada, ou seja, o direito da pessoa possuir alguma coisa, fruto, de seu trabalho. No entanto, eu não posso ter propriedade de algo, nunca, se isso é conquistado de formas ilícitas. Além disso, não é justo ter propriedades de bens que não são fundamentais, e permitir não se preocupar com a necessidades imediatas, primárias de outras pessoas.

7) O comunismo priva e desrespeita a pessoa humana da sua dignidade. Afirma que a pessoa existe para o Estado. Põe acima de todos os outros compromissos e comunidades, exigindo adesão absoluta a suas ordens e prioridades. Cada homem é propriedade do Estado coletivista; somente ele concede dignidade e direitos às pessoas, ele também pode negá-los ou retirá-los.

Na tradição católica, a pessoa, a família e a fé são todas comunidades e compromissos que existem antes do Estado. Deus criou pessoas, o matrimônio e a família como meios naturais por meio dos quais novas pessoas passam a existir, são amadas e formadas. O Estado, por outro lado, é uma realidade temporária pela qual as pessoas passam em sua estrada rumo à vida que virá.

O comunismo elimina o mais sagrado dom que recebemos de Deus: a liberdade. Veja o que se passa em Cuba ainda hoje: o cidadão não pode deixar o país; é uma “ilha-prisão”, onde o povo não tem direito a votar. Marx via a pessoa humana como mero acidente material. Não se trata de um indivíduo, mas de uma matéria a ser transformada em algo que possa ser útil ao Estado e garantir a igualdade econômica e a utopia imaginada pelos fundadores do socialismo. Na ideologia socialista, o valor de um ser humano só é determinado pelo que ele tem a oferecer ao Estado.

Afirma que a pessoa existe para o Estado, e o catolicismo afirma que o Estado existe para a pessoa. Cada pessoa é um dom, uma expressão singular que não se repete do amor vivificador do Deus trinitário. Cada vida humana é uma aventura permeada de sentido, propósito e dignidade, uma história de amor única com origem e destino divinos.

8) A análise marxista ensina que a felicidade está apenas neste mundo, e que, existe apenas o “Reino do homem”, e não o “Reino de Deus”. Não se espera o reino de Deus na transcendência, mas, sim, neste mundo. Afirmam que o sentido do hoje está no amanhã.

O Reino dos Céus, conteúdo da fé cristã, não é o reino do amanhã, é o reino do além, da eternidade, eternidade que irrompeu na história humana e se fez carne: o transcendente, o sentido de tudo, o logos se fez presente na história humana. Jesus diante de Pilatos foi enfático: “O meu Reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse desse mundo, certamente os meus súditos teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus; mas o meu reino não é deste mundo.” O que no papel parece um paraíso é na prática terra fértil para monstros.

9) O marxista afirma que a Igreja é “opressora”. Para Marx e seus protegidos, todas as comunidades e compromissos humanos - com Deus, com o cônjuge, com a família e com a Igreja - devem ser eliminados da sociedade para dar prioridade ao Estado todo-poderoso, pois a Igreja é opressora.

É uma afirmação ridícula. Os milhares de hospitais, orfanatos e ministérios dedicados a todos os tipos de pessoas oprimidas ao longo da história rebatem, silenciosamente, tamanha ignorância. Isso deixa o marxista desarmado, já que o seu poder reside na manipulação das vítimas de injustiça para poderem recorrer à violência. Essa verdade converterá o marxista, já que ele será confrontado com aquilo que mais odeia: a realidade.

São João Paulo II, ao longo de seu ministério como sacerdote, bispo e Papa, sempre proclamou e defendeu a dignidade e o valor único de cada pessoa humana, e jamais se esqueceu dos horrores causados pelos socialistas da Alemanha nazista e da Rússia soviética. Ele mesmo sobreviveu ao terror da ocupação socialista e combateu seus erros com a verdade, a bondade e a beleza da fé católica.

A própria Mãe de Deus desceu do céu para opor-se aos erros do comunismo Russo.

 

Diácono Antônio Carlos Gomes de Freitas
Comunidade Católica Nova Aliança