Sexta-feira – Santo Afonso de Ligório Bispo e doutor
(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)
Antífona
– Servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua família para dar-lhes, na hora certa, a sua porção de trigo (Lc 12,42).
Coleta
– Ó Deus, que despertais continuamente em vossa Igreja novos exemplos de virtude, dai-nos seguir de tal modo os passos do bispo Santo Afonso Maria de Ligório, em seu zelo pela salvação de todos, que alcancemos com ele o prêmio do céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: Lv 23,1.4-11.15-16.27.34-37
– Leitura do livro do Levítico: 1O Senhor falou a Moisés, dizendo: 4“São estas as solenidades do Senhor em que convocareis santas assembleias no devido tempo: 5No dia catorze do primeiro mês, ao entardecer, é a Páscoa do Senhor. 6No dia quinze do mesmo mês é a festa dos Ázimos, em honra do Senhor. Durante sete dias comereis pães ázimos. 7No primeiro dia tereis uma santa assembleia, não fareis nenhum trabalho servil; 8oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo durante sete dias. No sétimo dia haverá uma santa assembleia e não fareis também nenhum trabalho servil”. 9O Senhor falou a Moisés, dizendo: 10“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra que vos darei, e tiverdes feito a colheita, levareis ao sacerdote um feixe de espigas como primeiros frutos da vossa colheita. 11O sacerdote elevará este feixe de espigas diante do Senhor, para que ele vos seja favorável: e fará isto no dia seguinte ao sábado. 15A partir do dia seguinte ao sábado, desde o dia em que tiverdes trazido o feixe de espigas para ser apresentado, contareis sete semanas completas. 16Contareis cinquenta dias até ao dia seguinte ao sétimo sábado, e apresentareis ao Senhor uma nova oferta. 27O décimo dia do sétimo mês é o dia da Expiação. Nele tereis uma santa assembleia, jejuareis e oferecereis ao Senhor um sacrifício pelo fogo. 34bNo dia quinze deste sétimo mês, começa a festa das Tendas, que dura sete dias, em honra do Senhor. 35No primeiro dia haverá uma santa assembleia e não fareis nenhum trabalho servil. 36Durante sete dias oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo. No oitavo dia tereis uma santa assembleia, e oferecereis ao Senhor um sacrifício pelo fogo. É dia de reunião festiva: não fareis nenhum trabalho servil. 37Estas são as solenidades do Senhor, nas quais convocareis santas assembleias para oferecer ao Senhor sacrifícios pelo fogo, holocaustos e oblações, vítimas e libações, cada qual no dia prescrito.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 81,3-4.5-6ab.10-11ab (R:2a)
– Exultai no Senhor, nossa força.
R: Exultai no Senhor, nossa força.
– Cantai salmos, tocai tamborim, harpa e lira suaves tocai! Na lua nova tocai a trombeta, na lua cheia, na festa solene!
R: Exultai no Senhor, nossa força.
– Porque isto é costume em Jacó, um preceito do Deus de Israel; uma lei que foi dada a José, quando o povo saiu do Egito.
R: Exultai no Senhor, nossa força.
– Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei.
R: Exultai no Senhor, nossa força.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– A Palavra do Senhor permanece eternamente, e esta é a Palavra que vos foi anunciada (1Pd 1,25).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 13,54-58
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
O filho do carpinteiro… (Mt 13,54-58)
A “descoberta” de Jesus Cristo continua sendo um mistério insondável. Ao longo da história – desde Saulo de Tarso, passando por Agostinho de Hipona e Iñigo de Loyola, Ratisbonne e Charles de Foucauld -, muitos testemunharam o encontro com Jesus Cristo, homem e Deus, Filho de Deus, nascido de mulher. E esse encontro virou de cabeça para baixo a vida de quem o encontrava.
Misteriosamente, porém, numerosa multidão passou ao lado de Cristo e não o reconheceu. Cegados por interesses e ideologias, viram em Jesus só um sábio judeu, um agitador político, o filho do carpinteiro. Esta constatação deve levar-nos à mais profunda gratidão pelo dom da fé. Afinal de contas, não foi por nossa esperteza ou pela inteligência superior que a fé brotou em nossos corações: é puro dom. Pura graça! Sinal do amor de Deus por nós, manifestado através da herança dos pais, das tradições nacionais, da presença da Igreja. Sem estas oportunidades, como chegaríamos a crer?
Lembro a conversa telefônica com um amigo, pai de três ex-alunos meus. Após anos sem contato, ele dizia: “Eu continuo o mesmo que você conheceu: não creio em nada…” Naquele momento, cresceu em mim a compreensão do grande presente que recebemos com o dom da fé! Crer não tem preço…
Os contemporâneos de Jesus se acotovelavam com o Verbo de Deus encarnado, mas poucos o identificaram. Raros os que chegaram ao ato de fé. Os vizinhos de Nazaré se fixaram na imagem do filho de José, o artesão. E não devemos culpá-los facilmente, pois viram o garoto Jesus buscando água na fonte, firmando a peça que José serrava, correndo com os moleques da aldeia. Humano demais… comum demais…
Não sem motivo, os judeus pediam “sinais”. O Messias esperado devia ser alguém fora do comum. Acostumados com um passado de grandes milagres – o Mar Vermelho partido em dois, maná caindo do céu por 40 anos no deserto, as muralhas de Jericó detonadas a golpes de… trombetas! – o povo de Israel não percebeu Jesus como o Prometido de Adonai. Por isso não o reconheceram…
Hoje, é nossa vez. Esta é a oportunidade que temos para identificar Jesus Cristo como o Filho de Deus que se encarnou e, amorosamente, entregou a vida para nos salvar da morte eterna. Pilatos chegou perto. Até perguntou: “Então, tu és rei?” (Jo 18,37) Mas cedeu a outros interesses e não acolheu a Verdade. Qual será nossa escolha?
Orai sem cessar: “Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo!” (Mt 16,16)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.