– No meio da Igreja o Senhor abriu os seus lábios, encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu com um manto de glória, aleluia.
(Eclo 15,5)
– Deus eterno e todo-poderoso, que nos destes no bispo Santo Atanásio um exímio defensor da divindade do vosso Filho, concedei-nos benigno que, alegrando-nos com sua doutrina e proteção, possamos conhecer-vos sempre melhor e vos amar cada vez mais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 34um fariseu chamado Gamaliel levantou-se no Sinédrio. Era mestre da Lei e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante. 35Depois disse: “Homens de Israel, vede bem o que estais para fazer contra esses homens. 36Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram, e nada restou. 37Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele morreu e todos os seus seguidores se dispersaram. 38Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. 39Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” E os membros do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel. 40Chamaram então os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram. 41Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. 42E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
– Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
R: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
– O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?
R: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
– Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.
R: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
– Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
R: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus
(Mt 4,4).
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?”10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
É preciso contemplar as narrativas do Evangelho com mais demora, mais atenção aos detalhes. Afeitos à linguagem televisiva, que bombardeia nosso olhar com imagens que não duram 3 segundos, vamos perdendo a capacidade de contemplar. Ficamos, assim, na casca das coisas…
Nesta narrativa da multiplicação dos pães, distraídos com as quantidades e os impossíveis, deixamos de gravar um gesto de Jesus: ao tomar nas mãos os poucos pães, Jesus “dá graças”. No texto grego original do evangelista João, “eucharistésas”, um verbo com o mesmo radical de “Eucaristia”.
E por que motivo Jesus dá graças? Por cinco humildes pães de cevada (cf. Jo 6,9). Só isto?! Só isto… Então, vamos esquecer o milagre que viria depois, os doze cestos de sobras, o espanto geral. Vamos deter-nos no detalhe que passa batido: na raiz do fenômeno, uma “ação de graças”.
Ora, nós talvez déssemos graças a Deus pela cura do câncer, pelo salvamento de um naufrágio, pelo prêmio da loteria. São coisas grandes! Situações que dão manchete. Mas dar graças por uma ninharia dessas?!
Aí está: perdemos a capacidade de agradecer pelo pouco. Pelo comum. Pelo trivial. Ou – para usar uma expressão do Evangelho – pelo pão de cada dia. Aqueles dons de todo dia não merecem nossa gratidão.
E quais são eles? A luz do sol… o ar que respiramos… a água da torneira… o beijo da mãe… o abraço do pai… a presença dos amigos… o emprego que ainda temos… o cafezinho do intervalo… o sorriso da recepcionista…
Os pequenos milagres passam por nós como se fossem direitos adquiridos. Perderam o seu rosto de “dom”. Não há por que agradecer… Se fosse algo maior, mais caro, talvez agradecêssemos. E sob a pele da ingratidão, a falta de fé!
Aprendi com Claude Rault que há dois tipos de fé: uma que brota dos sinais e outra que nasce da Palavra. A primeira é instável e imperfeita: quando o sinal falta ou não é bem traduzido, corre o risco de naufragar. A outra – que germina com a Palavra acolhida – é a fé que chegou ao cume da maturidade. Daí, a afirmação de Jesus: “Felizes os que creram sem ter visto!” (Jo 20,29) Bastou a Palavra para alicerçar a fé…
Pode ser que ainda esperamos de Deus um grande milagre, algo impossível às limitações da condição humana. Enquanto isso, não agradecemos os pequenos milagres de cada dia…
Orai sem cessar: “Entoai ação de graças ao Senhor!” (Sl 147,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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