Domingo da XIV do tempo comum
(verde, glória, creio – II semana do saltério)
Antífona
– Recebemos, Senhor, vossa misericórdia no meio do vosso templo. Como vosso nome, ó Deus, assim vosso louvor ressoa até os confins da terra; vossa destra está cheia de justiça (Sl 47,10s).
Coleta
– Ó Deus, pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído; dai-nos uma santa alegria, para que, livres da servidão do pecado, cheguemos à felicidade eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: Is: 66,10-14c
– Leitura do livro do profeta Isaías: 10 Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós, que a amais; tomai parte em seu júbilo, todos vós, que choráveis por ela, 11 para poderdes sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória. 12 Isto diz o Senhor: “Eis que farei correr para ela a paz como um rio e a glória das nações como torrente transbordante. Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos. 13 Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém. 14c Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos”.
– Palavra do senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 66,1-3a.4-5.6-7a.16.20 (R: 1)
– Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!
R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!
– Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais sublime louvação! Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!
R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!
– Toda a terra vos adore com respeito e proclame o louvor do vosso nome!” Vinde ver todas as obras do Senhor: seus prodígios estupendos entre os homens!
R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!
– O mar ele mudou em terra firme, e passaram pelo rio a pé enxuto. Exultemos de alegria no Senhor! Ele domina para sempre com poder!
R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!
– Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez! Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor!
R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!
2ª Leitura: Gl 6,14-18
– Leitura da carta de São Paulo aos Gálatas: Irmãos: 14 Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. 15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão têm valor; o que conta é a criação nova. 16 E para todos os que seguirem esta norma, como para o Israel de Deus, paz e misericórdia. 17 Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus. 18 Irmãos, a graça do Senhor nosso, Jesus Cristo, esteja convosco. Amém!
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– A paz de Cristo reine em vossos corações; ricamente habite em vós sua Palavra! (Cl 3,15s).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 10,1-12.17-20
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 1 o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3 Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5 Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7 Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8 Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9 curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. 10 Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: 11 ‘Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ 12 Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”. 17 Os setenta e dois voltaram muito contentes, dizendo: “Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome”. 18 Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago. 19 Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal. 20 Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Viver a hospitalidade… (Lc 10,1-12.17-20)
Em 12/07/2015, em viagem apostólica ao Paraguai, o Papa Francisco falou em sua homilia:
“Jesus chama os seus discípulos e envia-os, dando-lhes regras claras e precisas. Desafia-os a um conjunto de atitudes, comportamentos que devem ter. Sucede, e não raras vezes, que nos poderão parecer atitudes exageradas ou absurdas; seria mais fácil lê-las simbólica ou «espiritualmente». Mas Jesus é muito claro. Não lhes diz: fazei de conta, ou fazei o que puderdes.
Recordemos as recomendações: «Não leveis nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem alforje, nem dinheiro […] Permanecei na casa onde vos derem alojamento». Parece uma coisa impossível.
Poderíamos concentrar-nos em palavras como «pão», «dinheiro», «alforje», «cajado», sandálias», «túnica». E seria lícito. Mas parece-me que há aqui uma palavra-chave, que poderia passar despercebida diante da contundência daquelas que acabo de enumerar. Uma palavra central na espiritualidade cristã, na experiência do discipulado: hospitalidade. Como bom mestre, Jesus envia-os a viver a hospitalidade. Diz-lhes: «Permanecei na casa onde vos derem alojamento». Envia-os a aprender uma das características fundamentais da comunidade crente. Poderíamos dizer que é cristão aquele que aprendeu a hospedar, que aprendeu a alojar. […]
Quantas vezes concebemos a missão com base em projetos ou programas. Quantas vezes idealizamos a evangelização, pondo de pé milhares de estratégias, táticas, manobras, truques, procurando que as pessoas se convertam com base nos nossos argumentos. Hoje o Senhor diz-nos muito claramente: na lógica do Evangelho, não se convence com os argumentos, as estratégias, as tácticas, mas simplesmente aprendendo a alojar, a hospedar.
A Igreja é uma mãe de coração aberto que sabe acolher, receber, especialmente a quem precisa de maior cuidado, que está em maior dificuldade. A Igreja, como a queria Jesus, é a casa da hospitalidade.
E quanto bem se pode fazer, se nos animarmos a aprender esta linguagem da hospitalidade, esta linguagem de receber, de acolher! Quantas feridas, quanto desespero se pode curar numa casa onde alguém se sente bem-vindo! Para isto, é preciso ter as portas abertas, sobretudo as portas do coração.”
Orai sem cessar: “Feliz o homem que cuida do fraco!” (Sl 41,2)
Apresentação de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.