Quarta-feira – Santa Paulina de Jesus – religiosa e virgem
(branco, pref. comum ou das virgens – Ofício do dia)
Antífona
– O caminho dos justos é como luz esplêndida que surge e cresce do amanhecer até o pleno dia. (Pr 4,18)
Coleta
– Deus eterno e todo-poderoso, que conduzistes Santa Paulina pelo caminho da santidade através das provações, do trabalho humilde e da oração constante, concedei-nos, por sua intercessão, suportar com fortaleza os sofrimentos de cada dia e servir com generosidade os mais necessitados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: Gn 41,55-57; 42,5-7.17-24a
– Leitura do livro do Gênesis: 41,55Naqueles dias, todo o Egito começou a sentir fome, e o povo clamou ao Faraó, pedindo alimento. E ele respondeu-lhe: “Dirigi-vos a José e fazei o que ele vos disser”. 56Quando a fome se estendeu a todo o país, José abriu os celeiros e vendeu trigo aos egípcios, porque a fome também os oprimia. 57De todas as nações vinham ao Egito comprar alimento, pois a fome era dura em toda a terra. 42,5Os filhos de Israel entraram na terra do Egito com outros que também iam comprar trigo, pois havia fome em Canaã. 6José era governador na terra do Egito e, conforme a sua vontade, se vendia trigo à população. Chegando os irmãos de José, prostraram-se diante dele com o rosto em terra. 7aAo ver seus irmãos, José os reconheceu. 17E mandou metê-los na prisão durante três dias. 18E, no terceiro dia, disse-lhes: “Fazei o que já vos disse e vivereis, pois eu temo a Deus. 19Se sois sinceros, fique um dos irmãos preso aqui no cárcere, e vós outros ide levar para vossas casas o trigo que comprastes. 20Mas trazei-me o vosso irmão mais novo, para que eu possa provar a verdade de vossas palavras, e não morrerdes”. Eles fizeram como José lhes tinha dito. 21E diziam uns aos outros: “Sofremos justamente estas coisas, porque pecamos contra o nosso irmão: vimos a sua angústia quando nos pedia compaixão, e não o atendemos. É por isso que nos veio esta tribulação”. 22Rúben disse-lhes: “Não vos adverti dizendo: ‘Não pequeis contra o menino?’ E vós não me escutastes. E agora nos pedem conta do seu sangue”. 23Ora, eles não sabiam que José os entendia, pois lhes falava por meio de intérprete. 24aEntão, José afastou-se deles e chorou.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33,2-3.10-11.18-19 (R: 22)
– Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
– Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
– O Senhor desfaz os planos das nações e os projetos que os povos se propõem. Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar.
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
– Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando! (Mc 1,15).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 10,1-7
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 1Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos maus e de curar todo tipo de doença e enfermidade. 2Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; 3Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. 5Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! 6Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
E deu-lhes poder… (Mt 10,1-7)
Jesus não confiaria aos apóstolos uma missão entre lobos sem os revestir do necessário poder. O Mestre sabia que o mundo é dominado por um “príncipe” disposto a tudo para manter na escravidão aqueles que o Pai destinava à filiação divina.
Dietrich Bonhoeffer reflete sobre este poder:
“Não se trata apenas de uma palavra, uma doutrina, mas é um poder eficaz que os apóstolos recebem. Deve ser um poder maior que o poder daquele que domina a terra: o diabo. Os discípulos bem sabem que o diabo tem poder, ainda que a astúcia dele seja exatamente a de negar o seu poder e dar aos homens a ilusão de que ele não existe.
Ora, é justamente esta manifestação tão perigosa de seu poder que importa atingir. É preciso que o diabo seja posto à luz do sol e vencido pelo poder de Jesus Cristo. Assim, os apóstolos se enfileiram ao lado do próprio Jesus, pois é a obra dele que devem ajudá-lo a realizar.
Assim, para essa missão, Jesus não lhes nega também o dom mais elevado, que consiste em ter parte no seu poder sobre os espíritos impuros, sobre o diabo que se apoderou da humanidade. Nessa missão, os apóstolos se tornaram semelhantes a Cristo. Eles realizam as obras de Cristo.”
Seria extremo infantilismo acreditar que a decadência generalizada das sociedades humanas pudesse ser sanada através de bons conselhos. A própria consciência coletiva se encontra obturada por uma enxurrada de hábitos, modismos e contravalores, hoje assimilados neutramente por grande parte da massa humana. A regeneração humana exige uma participação no poder de Cristo.
E não podemos queixar-nos, pois ele se manifesta aqui e ali, sem reservas. O próprio Bonhoeffer, que lemos acima, manifestou esse poder quando se insurgiu contra a hidra nazista e não cedeu um milímetro em sua missão evangelizadora, acabando como mártir nos cárceres da tirania.
É esse mesmo poder que inspira Dom Bosco a se dedicar aos pivetes, ainda que acusado por outros padres de estar desonrando o clero ao se misturar àquela “gentinha”. As atitudes do Papa Francisco, assumindo modelos “franciscanos” no Vaticano, revela aquela liberdade que o mundo pagão desconhece. É preciso poder para abraçar a pobreza e a obediência a Deus.
Orai sem cessar: “O Senhor é meu escudo e salvação!” (Sl 18,3)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.