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Liturgia de 13 de abril de 2025 

DOMINGO – RAMOS E PAIXÃO DO SENHOR.
(Vermelho, creio, prefácio próprio, II semana do saltério)

 

Antífona 

– Seis dias antes da festa da Páscoa, quando o Senhor veio à cidade de Jerusalém, correram ao seu encontro os pequeninos. Traziam nas mãos ramos de palmeira, e clamavam em voz alta: Hosana nas alturas! Bendito és tu que vens em tua imensa misericórdia. Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar! Dizei-nos: Quem é este Rei da glória? O Rei da glória é o Senhor onipotente, o Rei da glória é o Senhor Deus do universo! Hosana nas alturas! Bendito és tu que vens em tua imensa misericórdia.

 

Coleta 

– Deus eterno e todo-poderoso, para dar ao gênero humano um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador assumisse a condição humana e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e participar de sua ressurreição. Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

 

1ª Leitura: Is 50,4-7 

– Leitura do livro do profeta Isaías: 4O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas o Senhor Deus é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

 

 

Salmo Responsorial: Sl 22,8-9.17-18a.19-20.23-24 (R: 2a)

 

– Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
R: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?


– Riem de mim todos aqueles que me veem, torcem os lábios e sacodem a cabeça: “Ao Senhor se confiou, ele o liberte e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”

R: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?


– Cães numerosos me rodeiam furiosos, e por um bando de malvados fui cercado. Transpassaram minhas mãos e os meus pés e eu posso contar todos os meus ossos.

R: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?


– Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica. Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, ó minha força, vinde logo em meu socorro!

R: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?


– Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos! Vós, que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o, toda a raça de Israel!

R: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?



 

2ª Leitura: Fl 2,6-11

– Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses: 6Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai.

 

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

 

 

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 22,14-23.56

 

Glória e louvor a vós, ó Cristo.

Glória e louvor a vós, ó Cristo.

 

– Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz, pelo que o Senhor Deus o exaltou e deu-lhe um nome muito acima de outro nome

(Fl 2,8s)

 

Glória e louvor a vós, ó Cristo.

 

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas:

 

14Quando chegou a hora,
Jesus pôs-se à mesa com os apóstolos e disse: 

Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal, 

antes de sofrer.

16 Pois eu vos digo que nunca mais a comerei,
até que ela se realize no Reino de Deus”.

17 Então Jesus tomou um cálice, deu graças e disse:
“Tomai este cálice e reparti entre vós;

18 pois eu vos digo que, de agora em diante,
não mais bebereis do fruto da videira,
até que venha o Reino de Deus”.

19 A seguir, Jesus tomou um pão, deu graças,
partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo:
“Isto é o meu corpo, que é dado por vós.
Fazei isto em memória de mim”.

20 Depois da ceia,
Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo:
“Este cálice é a nova aliança no meu sangue,
que é derramado por vós”.

21“Todavia, a mão de quem me vai entregar
está comigo, nesta mesa.

22 Sim, o Filho do Homem vai morrer, como está determinado.
Mas ai daquele homem por meio de quem ele é entregue”.

23 Então os apóstolos começaram a perguntar uns aos outros
qual deles haveria de fazer tal coisa.

56 Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo;
encarou-o bem e disse:
“Este aqui também estava com ele!”

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada
Quando chegou a hora… (Lc 22,14 – 23,56)

Tudo tem o seu tempo. Tudo tem sua hora. O povo fala em “Hora H”: isto é, nem antes, nem depois. Um tempo exato, certo, determinado. A intuição acerca dessa “hora” é determinante para o resultado de nossas ações. Uma coisa certa na hora errada acaba por se tornar em coisa errada. Daí a importância de discernir a nossa “hora”, saber esperar por ela sem antecipá-la e frustrar seus efeitos.

 

Foi assim com Jesus de Nazaré. Ele tinha noção de que viria uma “hora” quando seria possível cumprir sua missão. Nas bodas de Caná, ele hesita em atender ao pedido de sua Mãe, alegando que sua hora ainda não havia chegado (cf. Jo 2,4). Foi preciso um empurrãozinho materno para que ele realizasse o milagre “original”, transformando a água em vinho.

 

Durante a vida pública de Jesus Cristo, vários episódios deixam antever que viria uma “hora” especial, única, definitiva, em que os desígnios do Pai se abririam aos pés do Filho e, só então, ele mergulharia no vórtice da Paixão que iria alterar para sempre todo o futuro da humanidade. Tal como em João 7,30: “Procuravam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos, porque não tinha chegado a sua hora”. Não se trata de uma visão determinista dos acontecimentos, como na fala do povo: “Tinha mesmo que acontecer!” Ou: “O que é do homem, o lobo não come…”

 

De modo algum! Trata-se, antes, de uma vida a tal ponto abandonada nas mãos de Deus, que as ameaças e os imprevistos de cada dia não chegavam a atingir a Jesus em seu íntimo, conforme ele ensinou sobre a confiança em Deus (cf. Mt 6,25-34). Lírios do campo e aves do céu são referências nesse tipo de abandono, exemplos de pequeninos jamais esquecidos pelo Criador.

 

Agora, porém, na véspera de sua Paixão, chega a “hora” de Jesus. E ele o declara expressamente: “Eis que vem a hora, e já chegou, em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis sozinho. Mas eu não estou só. O Pai sempre está comigo”. (Jo 16,32) Esta afirmação de Jesus desmente aqueles teólogos que viram no Calvário o Filho abandonado pelo Pai, como se este não tivesse participado, a seu modo, da Paixão do Filho.

 

Na entrada triunfal em Jerusalém, entre hosanas e palmas agitadas no ar, Jesus não se deixa distrair de seu caminho; ele sabe que a mesma multidão, que ora grita hosanas, há de urrar o terrível: “Crucifica-o!” E Jesus ficará firme: “Minha alma está perturbada. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora?’ Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o teu nome!’” (Jo 12,27-28) Para Jesus não é a hora da dor, da traição, do abandono, mas sobretudo a hora de ser glorificado o Pai na Paixão amorosa do Filho, que dá sua vida por amor. Uma hora que o mundo jamais esquecerá…

 

Orai sem cessar: “Senhor, os meus tempos estão em tuas mãos!” (Sl 31,16)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.