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Liturgia de 14 de fevereiro de 2025

Sexta-feira – Santos Cirilo e Metódigo – Monge e Bispo
(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)


Antífona

– Estes são os homens santos, que se tornaram amigos de Deus, gloriosos arautos da verdade divina.


Coleta

– Ó Deus, pelos santos irmãos Cirilo e Metódio, concedestes a luz da verdade aos povos eslavos; dai-nos acolher em nos corações as palavras da vossa doutrina e fazei de nós um povo unido na verdadeira fé e no testemunho do Evangelho. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: Gn 3,1-8 

– Leitura do livro do Gênesis: 1A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: “Não comereis de nenhuma das árvores do jardim”?2E a mulher respondeu à serpente: “Do fruto das árvores do jardim, nós podemos comer”.3Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele nem sequer o toqueis, do contrário, morrereis’”. 4A serpente disse à mulher: “Não, vós não morrereis. 5Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”. 6A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para obter conhecimento. E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. 7Então, os olhos dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira. 8Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava pelo jardim à brisa da tarde, Adão e sua mulher esconderam-se do Senhor Deus no meio das árvores do jardim.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 32,1-2.5-7 (R: 1a)

 

– Feliz aquele cuja falta é perdoada!
R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!

 

– Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta! Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo culpado, e em cuja alma não há falsidade!

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!

 

– Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer. Disse: “Eu irei confessar meu pecado!” E perdoastes, Senhor, minha falta.

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!

 

– Todo fiel pode, assim, invocar-vos, durante o tempo da angústia e aflição, porque, ainda que irrompam as águas, não poderão atingi-lo jamais.

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!

 

– Sois para mim proteção e refúgio; na minha angústia me haveis de salvar, e envolvereis a minha alma no gozo da salvação que me vem só de vós.

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a Palavra de Jesus! (At 16,14)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,31-37.

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

 

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!  


Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Jesus gemeu… (Mc 7,31-37)

No momento de curar o surdo-mudo, tocando seus ouvidos e passando sua própria saliva na língua do infeliz, Jesus ergue os olhos ao céu e solta um gemido. Algumas traduções preferem dizer que ele “suspirou”, mas o verbo grego original – stenáksen – significa realmente “gemer”, e São Jerônimo, ao verter o texto para o latim, usou apropriadamente o verbo “ingemuit”, gemeu.

Mais uma vez, ficamos impressionados com o realismo do evangelista e com o comovente aspecto da humanidade de Jesus de Nazaré. Ao se encarnar, o Verbo de Deus manifesta nossos traços humanos em lágrimas, suor, inquietações e cansaço. Homem como nós…

Jean Valette afirma que é preciso ir mais além na reflexão sobre este gemido de Jesus. “O verbo ‘gemer’ é encontrado muito raramente no Novo Testamento, mas em passagens importantes e, em particular, na Carta aos Romanos e na 1ª Coríntios, que parecem ser passagens esclarecedoras para o nosso propósito. Nestas passagens, Paulo fala do gemido dos crentes e de toda a Criação à espera da redenção final (cf. Rm 8,22ss), mas também do Espírito que intercede por nós com gemidos inefáveis (cf. Rm 8,26). Estes textos concordam com o nosso de maneira muito expressiva.”

“O gemido de Jesus – prossegue Valette – é assim compreendido como o grito de sua carne e de seu espírito diante do poder do mal e do preço que será preciso pagar pela vitória. O gemido de Jesus diante desse homem cativo que o mal mantém ligado, e que representa todo um povo e, talvez, o mundo todo, é ao mesmo temo o eco da dor dos homens e o eco da dor de Deus. Jesus parece estar naquele ponto de virada de sua existência e de seu ministério, quando ele acaba de descobrir que a paixão dos homens e a Paixão de Deus se encontram e se unem nele, para o conduzir até a cruz.”

O Filho de Deus que assumiu nossa carne “geme” diante da dor humana, a mesma dor que ele assume em seu sacrifício no Calvário. No polo oposto dos deuses do Olimpo e de outros panteões antigos, nosso Deus recusa permanecer alheio e impassível diante de nosso drama. Por isso, cremos que ele “entende” nossa condição e é capaz de mergulhar nela de corpo e alma.

Como ensina a Carta aos Hebreus (4,15-16), “não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, sem todavia pecar. Aproximemo-nos, então, seguros e confiantes, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça do auxílio no momento oportuno”.

Quando a dor apertar, quando o caminho parecer um beco sem saída, lembremo-nos de que Jesus gemeu por nós…

 

Orai sem cessar: “Por suas chagas fomos curados”… (Is 53,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.