– Nós, porém, devemos gloriar-nos na cruz do nosso Senhor Jesus Cristo; nele está a salvação, nossa vida e ressurreição; por ele somos salvos e libertos
(Gl 6,14).
– Ó Pai, estamos reunidos para santa Ceia, na qual o vosso Filho unigênito, ao entregar-se à morte, deu à sua Igreja um novo e eterno sacrifício, como banquete do seu amor. Concedei-nos, por mistério tão excelso, chegar à plenitude da caridade e da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
– Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias: 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2” Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: ‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa. 4Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro. 5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde. 7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. 11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor!
12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor. 13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito. 14Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
– O Cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
R: O Cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
– Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor? Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.
R: O Cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
– È sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos. Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, mas me quebrastes os grilhões da escravidão!
R: O Cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
– Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do senhor. Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido.
R: O Cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
– Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios: Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. 26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.
Glória, ó Cristo, Verbo de Deus.
Glória, ó Cristo, Verbo de Deus.
– Eu vos dou um novo mandamento, nova ordem agora vos dou, que também vos ameis uns aos outros, como eu vos amei, diz o Senhor! (Jo 13,34)
Glória, ó Cristo, Verbo de Deus.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– 1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. 6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. 8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.
11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Um dos símbolos da antiga realeza, juntamente com a coroa e o cetro real, era o manto de honra. Na última ceia em que convive com seus apóstolos, em clima de intimidade e de tensão emocional, Jesus se despe do manto e troca-o por uma tolha. É uma cena de despojamento. E tem o seu sentido.
O manto é uma veste pesada, longa, imprópria para prestar um serviço manual. Além do lado prático, o manto – bem como as comendas e condecorações, os colares de mérito e os paramentos religiosos – acaba por situar seu portador alguns degraus acima da gente comum. E o Mestre precisa ensinar uma última lição: descer…
Aliás, toda a vida de Jesus foi uma permanente descida. Desce do Pai para a mulher, em sua encarnação. O divino desce ao nível dos humanos. Homem, desce ao nível dos servos, lavando os pés dos discípulos. Rebaixa-se ainda mais: aceita morrer na cruz, suplício reservado aos escravos e proibido aos cidadãos. Morto, desce ao túmulo. Depois de sepultado, desce ao Xeol, a mansão dos mortos, para levar a eles a Boa Nova (cf. 1Pd 3,19; 4,6). Acabou a descida? Ainda não: em cada missa, sob a aparência material de uma pasta de água e farinha de trigo, Jesus continua a descer sobre nossos altares.
Ainda queremos subir? Receber aplausos? Merecer honrarias? Subir no pódio? Que fez Jesus Cristo ao lavar os pés de seus discípulos? A resposta nos é dada por Mons. Claude Rault, Bispo do Saara argelino:
“Ele assumiu a condição do Servidor… Ele estabeleceu o sinal que o compromete no caminho do dom de sua vida por todos. E agora pede a seus discípulos que façam o mesmo. Não apenas fazer gestos de gentileza, prestar serviços eventuais, mas serem ‘servidores’ uns dos outros. Ele pede a seus discípulos que tenham uns pelos outros um amor suficientemente forte para ir até o fim, até o dom de sua vida, se assim for preciso.”
Recentemente, cm palavras um tanto incômodas, o Papa Francisco veio apontar na mesma direção: “O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações ou em programas de promoção e assistência; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro ‘considerando-o como um só consigo mesmo’. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pela sua pessoa e, a partir dela, desejo procurar efetivamente o seu bem. […] Unicamente a partir desta proximidade real e cordial é que podemos acompanhá-los adequadamente no seu caminho de libertação”. (EG, 199)
Vamos despir o manto?
Orai sem cessar: “Servi ao Senhor com alegria!” (Sl 100,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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