– Sede para mim um Deus protetor e um lugar de refugio, para me salvar. Porque sois minha força e meu refugio e, por causa do vosso nome, me guiais e sustentais (Sl 30,3s).
– Ó Deus, que prometeis permanecer nos corações retos e sinceros, concedei-nos, por vossa graça, viver de tal maneira, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
– Leitura do Livro do Gênesis: 1Adão conheceu Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz Caim, dizendo: “Gerei um homem com a ajuda do Senhor”. 2E deu também à luz Abel, irmão de Caim. Abel foi pastor de ovelhas e Caim, agricultor. 3Aconteceu, tempos depois, que Caim ofereceu frutos da terra como sacrifício ao Senhor, 4e Abel ofereceu primogênitos do seu rebanho, com sua gordura. O Senhor olhou para Abel e sua oferenda, 5mas para Caim e sua oferenda não olhou. Caim encheu-se de cólera e seu rosto tornou-se abatido. 6Então o Senhor perguntou a Caim: “Por que estás cheio de cólera e andas com o rosto abatido? 7É verdade que, se fizeres o bem, andarás de cabeça erguida; mas se fizeres o mal, o pecado estará à porta, espreitando-te. Tu, porém, poderás dominá-lo”. 8Caim disse a seu irmão Abel: “Vamos ao campo”. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre o seu irmão Abel e matou-o. 9E o Senhor perguntou a Caim: “Onde está o teu irmão Abel?” Ele respondeu: “Não sei. Acaso sou o guarda do meu irmão?” 10O Senhor lhe disse: “Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão está clamando por mim, da terra. 11Agora, pois, serás amaldiçoado pela terra que abriu a boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão! 12Quando tu a cultivares, ela te negará seus frutos. E serás um fugitivo, vagando sobre a terra”. 13Caim disse ao Senhor: “Meu castigo é grande demais para que eu o possa suportar. 14Se, hoje, me expulsas desta terra, devo esconder-me de ti, tornando-me um fugitivo a vaguear sobre a terra; qualquer um que me encontrar me matará”. 15E o Senhor lhe disse: “Não! mas aquele que matar Caim, será punido sete vezes!” O Senhor pôs, então, um sinal em Caim, para que ninguém, ao encontrá-lo, o matasse. 25Adão conheceu de novo sua mulher. Ela deu à luz um filho, a quem chamou Set, dizendo: “O Senhor deu-me um outro descendente no lugar de Abel, que Caim matou”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
– Imola a Deus um sacrifício de louvor!
R: Imola a Deus um sacrifício de louvor!
– Falou o Senhor Deus, chamou a terra, do sol nascente ao sol poente a convocou. Eu não venho censurar teus sacrifícios, pois sempre estão perante mim teus holocaustos.
R: Imola a Deus um sacrifício de louvor!
– “Como ousas repetir os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca”? Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios!
R: Imola a Deus um sacrifício de louvor!
– Assentado, difamavas teu irmão, e ao filho de tua mãe injuriavas. Diante disso que fizeste, eu calarei? Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e repreendo e manifesto essas coisas aos teus olhos
R: Imola a Deus um sacrifício de louvor!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6)
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 11os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus. E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu. 12Mas Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”. 13E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca e se dirigiu para a outra margem.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Nesta passagem do Evangelho, Jesus se mostra algo irritado com a permanente pressão dos fariseus que, tentando pô-lo à prova, chegavam a cobrar dele um sinal do céu que avalizasse a sua autoridade. São João da Cruz afirma claramente que essa mania de pedir “sinais” a Deus e essa sede de visões e revelações são incompatíveis com os tempos da Nova Aliança em Jesus Cristo.
O santo do Carmelo diz que o hábito de fazer perguntas a Deus, como no tempo dos antigos profetas, se explica porque “ainda não estavam bem assentados os fundamentos da fé, nem estabelecida a Lei evangélica”. Agora, porém, “já estabelecida a fé em Cristo, e a Lei evangélica promulgada na era da graça, não há mais razão para perguntar daquele modo, nem aguardar as respostas e os oráculos de Deus, como antigamente. Porque, ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra única (e outra não há), tudo nos falou de uma vez nessa Palavra, e nada mais tem para falar”.
Quando se multiplicam as notícias de aparições, de fenômenos solares, ao lado de profecias de noites de trevas, manifesta-se claramente o estágio primitivo de uma fé que não chegou a amadurecer. O mesmo Doutor ensina: “Se atualmente, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, pedindo-lhe alguma visão ou revelação, não só cairia em uma insensatez, mas agravaria muito a Deus em não pôr os olhos totalmente em Cristo sem querer outra coisa ou novidade alguma. Deus poderia responder-lhe deste modo, dizendo: ‘Se eu te falei já todas as coisas em minha Palavra, que é meu Filho, e não tenho outra palavra a revelar ou responder que seja mais do que ele, põe os olhos só nele; porque nele eu disse e revelei tudo, e nele acharás ainda mais do que pedes e desejas”.
Antes da revelação plena na pessoa de Jesus Cristo, os antigos valiam-se de variados meios para discernir a vontade de Deus. Isto incluía o exame de vísceras de animais, o estudo dos astros e até mesmo uma espécie de jogo de azar com pequenas pedras ou ossos de animais, que a Bíblia chama de “urim” e “tumim”. Um caso clássico na Bíblia foi a experiência de Gedeão (cf. Jz 6,36ss), quando ele estendeu no terreno uma pele de carneiro, pedindo ao Senhor que o orvalho noturno caísse apenas sobre o velo, mas a terra em torno continuasse seca, como sinal certo de que Israel seria salvo por suas mãos.
“Mas interrogar-me agora e querer receber minhas respostas como no Antigo Testamento – conclui São João da Cruz – seria de algum modo pedir novamente Cristo e mais fé; tal pedido mostraria, portanto, a falta desta mesma fé já dada em Cristo.” Certos grupos que se dizem cristãos, mas permanecem aferrados ao Velho Testamento, incorrem com frequência neste despropósito.
Orai sem cessar: “Quem confia no Senhor, esse é feliz!” (Pr 16,20)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Receba novos artigos, vídeos e cursos no seu e-mail.
Comunidade Cotólica Nova Aliança. Copyright © 2025
Todos os Direitos Reservados.