O amor de Jesus por nós exige que Ele se dê a nós (CIC § 1388)

É consentâneo com o próprio sentido da Eucaristia que os fiéis, se tiverem as disposições requeridas [Cf. CIC, cân. 916-917: AAS 75 (1983 II), pp. 165-166] , comunguem quando participarem da missa [No mesmo dia, os fiéis podem receber a Sagrada Eucaristia só uma segunda vez. Pontifícia Comissio Codici Iuris Canonici Authentici Interpretando, Responsa ad proposita dubia, 1: AAS 76 (1984) 746] : “Recomenda-se muito aquela participação mais perfeita à Missa, pela qual os fiéis, depois da comunhão do sacerdote, comungam o Corpo do Senhor do mesmo sacrifício [SC 55] ”.

Observe prezado(a) ouvinte que nesse parágrafo, a Igreja ensina-nos que devemos receber a Eucaristia não com as disposições dignas, mas com as devidas, porque, se fosse necessário ser digno deste sacramento, quem jamais poderia comungar? Só um Deus poderia ser digno de receber um Deus. Digo  dignas no sentido em que convém à mísera criatura vestida da pobre carne de Adão. Originariamente falando, basta que a alma se encontre em graça de Deus e com vivo desejo de aumentar nela o amor a Jesus Cristo.

"Ninguém é digno de receber a Eucaristia, mas é o amor de Jesus que quer que o recebamos. O amor de Jesus por nós exige que Ele se dê a nós. Assim, o importante são as 'disposições convenientes' , ou seja, para comungar, precisamos fazer uma boa comunhão com Jesus: 1- Estar em estado de graça; 2- querer ser santo; 3- desejar crescer no amor a Jesus; 4- fazer meditação frequente; 5- mortificar os sentidos e as paixões; 6- fazer a ação de graças após a comunhão, e querer ser de Deus.

Aqueles que não querem comungar, por se acharem indignos, Santo Afonso de Ligório diz: 'Menos digno te tornarás, pois serás fraco e cairás mais'. E ensinava que 'as faltas, quando não plenamente voluntárias, não impedem a Comunhão'." (Cf. o Livro: O Segredo da Sagrada Eucaristia, Prof. Felipe Aquino, pág. 70 e 71).

"Nas nossas comunidades católicas também não faltam, certamente, aqueles que poderiam participar da comunhão eucarística, e que dela não participam, apesar de não terem na própria consciência impedimento de pecado grave. Esclareço que tal atitude, está ligada a uma exagerada severidade. Na realidade, mais freqüentemente do que o sentido de indignidade, verifica-se uma certa falta de disponibilidade interior se assim podemos nos exprimir, falta de 'fome' e de 'sede' eucarística, por detrás da qual se esconde também a falta de uma adequada sensibilidade e compreensão da natureza do grande sacramento do amor." (João Paulo II - O mistério e o culto da Santíssima Eucaristia -11).