A comunhão com o Corpo de Cristo (CIC § 1400)

As comunidades eclesiais oriundas da Reforma, separadas da Igreja Católica, “em razão sobretudo da ausência do sacramento da ordem, não conservaram a substância própria e integral do mistério eucarístico [UR 22] ”. Por este motivo a intercomunhão eucarística com essas comunidades não é possível para a Igreja Católica. Todavia, essas comunidades eclesiais, “quando fazem memória, na Santa ceia, da morte e da ressurreição do Senhor, professam que a vida consiste na comunhão com Cristo e esperam sua volta gloriosa [UR 22] ”.

Analisando esse parágrafo, vemos que a Igreja nos esclarece a respeito da "impossibilidade da inter-comunhão eucarística, no que diz respeito às Comunidades originadas da Reforma Protestante. É impossível aos fiéis dessas Comunidades cristãs que, em celebrações da Santa Missa apresentarem-se no momento da Sagrada Comunhão para receber o Corpo do Senhor, bem como aquelas situações de fiéis católicos que, em celebrações destas denominações cristãs protestantes são convidados e apresentam-se para participar da “Santa Ceia” destas mesmas Comunidades. Algumas denominações protestantes são propensas a aceitar que os católicos poderiam participar da Santa Ceia nas igrejas protestantes, e os protestantes poderiam participar da Sagrada Comunhão nas Igrejas Católicas.

É importante recordar que, para nós católicos, “receber a Comunhão” tem um sentido mais denso e profundo. Para nós, significa a comunhão com o Corpo de Cristo, que é simultaneamente Igreja e Eucaristia, como já foi estudado anteriormente. Assim, na visão católica, não deve haver comunhão com a Eucaristia sem que haja comunhão com a Igreja.

São diversos os documentos oficiais da Igreja que afirmam, esta impossibilidade. Cito apenas um, o número 38 da Carta Encíclica “Ecclesia de Eucharistia, do Servo de Deus, o Papa João Paulo II: “Não é possível dar a comunhão a uma pessoa que não esteja batizada ou que rejeite a verdade integral de fé sobre o mistério eucarístico [...] O sacramento do seu corpo e sangue não consente ficções.”

Para um católico, não faz sentido participar da “Santa Ceia” nas celebrações das Comunidades protestantes, pois estas não têm o ministério sacerdotal. Conseqüentemente, não podem consagrar a Eucaristia validamente, mas celebram apenas um símbolo que lembra a Cristo.

Católicos e protestantes devem estar convictos de que, em relação à Eucaristia, não é possível simplesmente chegar a um acordo “diplomático”. O amor fraterno e o respeito mútuo não podem se distanciar da verdade nem a encobrir. A falta de entendimento não pode ser dissimulada por uma participação ambígua na mesma mesa. Assim, neste caso, a inter-comunhão longe de favorecer a reunião entre os irmãos separados, acaba se transformando em um empecilho para a verdadeira unidade na fé e na caridade." (Cf. Citação livre de Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphalen – RS, Fonte: http://tantumergo.wordpress.com)