No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da Verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age “in persona Christi Capitis” (na pessoa de Cristo Cabeça [cf. LG10; 28; SC 33; CD 11; PO 2; 6. ] ):
Na verdade, o ministro faz as vezes do próprio Sacerdote, Cristo Jesus. Se, na verdade, o ministro é assimilado ao Sumo Sacerdote por causa da consagração sacerdotal que recebeu, goza do poder de agir pela força do próprio Cristo que representa (“virtute ac persona ipsius Christi [Pio XII, Enc. Mediator Dei] ”).
“Cristo é a origem de todo sacerdócio: pois o sacerdote da Antiga Lei era figura dEle, ao passo que o sacerdote da nova lei age em sua pessoa [Sto. Tomás de Aquino, S. Th. III,22,4] .”
Dizer que o sacerdote atua “na Pessoa de Cristo Cabeça" significa dizer que ele atua em nome e com o poder de Cristo.
O sacerdote recebe o dom de um "poder espiritual" que é participação da autoridade com a qual Jesus Cristo, pelo seu Espírito conduz a Igreja.
Conforme São Paulo nos ensina, o único mediador entre Deus e o homem é Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Tm 2,5). No entanto, Este, antes de partir deste mundo, quis constituir os Apóstolos como seus ministros, deixando-nos, assim, alguém a quem pudéssemos recorrer a fim de recebermos o perdão dos pecados e nos alimentar da Eucaristia. Ou seja, Cristo institui o sacramento da Ordem, criando o sacerdócio da Nova e Eterna Aliança.
Sendo assim, todo sacerdote age na pessoa de Cristo Cabeça. Ensina-nos aqui o Catecismo que "o ministro faz as vezes do Sumo e Eterno Sacerdote, Cristo Jesus. Se, na verdade, o ministro é assimilado ao Sumo Sacerdote por causa da consagração sacerdotal que recebeu, goza do poder de agir pela força do próprio Cristo que representa" (cf. CIC 1548). Portanto, o padre tem o poder de agir com a mesma força de Jesus. O mesmo Jesus já tinha proferido em seu discurso de despedida dos apóstolos: "Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em Mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas." (Jo 14,12).
É o próprio Cristo que age na pessoa do sacerdote (padre ou bispo). Por isso, podemos dizer que o sacerdote é outro Cristo. Aquele mesmo que caminhou na Judéia, na Galiléia, na Samaria e em Jerusalém, continua caminhando conosco, em nossas cidades, em nossos caminhos através dos nossos padres e bispos. Dessa maneira, podemos recorrer a Cristo em nossa oração, escutá-lo em sua Palavra, unir-nos a Ele alimentando-nos da Eucaristia e nos reconciliando com Ele através do sacramento da penitência que recebemos do sacerdote.
Guarde no seu coração, que no sacramento é o próprio Cristo quem age. O sacerdote apenas empresta o seu ser, mas é Cristo quem realiza o sacramento. Por isso, independente da pessoa, a graça do sacramento é assegurada a qualquer fiel.
Portanto, é necessário termos um olhar de fé. Pois, quando olhamos para um padre ou bispo, devemos considerar que apesar de muitas vezes apresentar os mesmos defeitos e limitações de antes de sua ordenação, a nossa fé nos garante que há algo de diferente nele,ou seja: Ele é Cristo! É o Cristo em nosso meio, feito sacramento para nossa salvação. Esta é uma certeza que, como já foi dito, só pode ser compreendida por quem tem fé.