Esta presença de Cristo no ministro não deve ser compreendida como se este estivesse imune a todas as fraquezas humanas, ao espírito de dominação, aos erros e até aos pecados. A força do Espírito Santo não garante do mesmo modo todos os atos dos ministros. Enquanto nos sacramentos esta garantia é assegurada, de tal forma que mesmo o pecado do ministro não possa impedir o fruto da graça, há muitos outros atos em que a conduta humana do ministro deixa traços que nem sempre são sinal de fidelidade ao Evangelho e que podem, por conseguinte, prejudicar a fecundidade apostólica da Igreja.
Quero esclarecer a você prezado(a) ouvinte, que a Igreja é mais que uma simples organização humana, uma vez que ela também é obra da graça de Deus e da ação do Espírito Santo. Ela é um mistério humano-divino e, se quisermos entendê-la bem, nunca devemos esquecer nem separar estas duas dimensões.
É também nesta realidade humano-divina da Igreja que devemos entender a figura do sacerdote; sendo humano como todos os seus irmãos, ele, no entanto, foi chamado por Deus e colocado à frente da comunidade dos fiéis para representar Cristo; em nome de Cristo e com seu poder, ele serve e santifica o povo, que não pertence a ele, mas a Deus.
Sem esta relação com Cristo e a Igreja, não se compreende bem a figura do sacerdote. O padre permanece humano e sujeito a todas as fraquezas da condição humana. Ele deve andar no caminho da santidade e os defeitos e fraquezas humanas não devem ofuscar a grandeza do dom que recebeu, não por mérito seu, mas por graça e bondade de Deus; não para a própria vaidade, mas para servir ao reino de Deus e para o bem dos irmãos.
Infelizmente, em nossos dias, a imagem verdadeira e bonita do sacerdócio fica frequentemente ofuscada pela difusão de notícias sobre fraquezas humanas de sacerdotes.
Embora conhecendo as fraquezas humanas, Deus confia nos sacerdotes. Então, precisamos amá-los, respeitá-los e, acima de tudo, orar muito por eles.
Pelo sacramento da ordem eles foram pelo Espírito Santo, revestidos de dignidade. Precisamos entender que o sacerdote foi revestido por Deus de dignidade, mas o sacerdócio não o torna protegido de cair, de errar! Eles são humanos como nós, e como nos trazem Jesus, são muito mais tentados!
O inimigo faz de tudo para nos afastar de Deus, e muito mais contra os que por Deus foram escolhidos para nos dar a Eucaristia.
Convido você a rever os seus conceitos sobre a figura do sacerdote. Sobre o seu pároco. Ele pode ter muitos defeitos e falhas, mas nem os anjos do céu possuem dignidade igual a que foi concedida a um sacerdote. Então que os amemos e rezemos para que tenhamos sempre mais santas e firmes vocações!
Para refletir :
Lembre-se de acompanhar nossos sacerdotes com suas orações e colaborar para sua santificação e perseverança. Não sejamos para eles uma pedra de tropeço.
O padre, mais do que homenagens, precisa de gestos de amizade desinteressada que lhe demonstrem que ele não deu a vida em vão.