A alegria da Solenidade de TODOS OS SANTOS, que ontém celebramos, invade nossas almas. Sob o impacto desta alegria sempre renovada, acrescentamos hoje uma nova alegria: A abertura do programa “Crescendo na Fé”. É o início de uma nova etapa em nossas catequeses, inaugurando as aulas do Catecismo da Igreja Católica.
Este programa tem como objetivo oferecer a você, um conhecimento da doutrina cristã, para adquirir mais instrução e segurança na fé, e ajudá-lo a caminhar com mais firmeza para a Casa do Pai.
Muitos católicos têm inúmeras dúvidas sobre a doutrina católica. É comum recebermos esta pergunta: o que a Igreja diz sobre isto ou aquilo?
Por causa desta falta de formação doutrinal, o nosso bom povo católico muitas vezes se torna presa dos “falsos profetas” e “lobos” arrebatadores dos quais, Jesus falou bem claro no Sermão da Montanha; que se aproximam do rebanho de Deus vestidos de ovelhas.
O Catecismo da Igreja foi preparado para que todos conheçam a fé católica genuína, sem erro, confirmada pelo Papa e pelos bispos em comunhão com ele. É hoje a melhor fonte para tirarmos as nossas dúvidas e, mais ainda, estudarmos a nossa fé.
O católico precisa conhecer melhor a sua fé, e crescer no conhecimento daquilo que Jesus nos deixou como a expressão da verdade que nos leva a salvação. A Igreja, que é a coluna e o fundamento da verdade coloca esta verdade diante de você através do Catecismo da Igreja Católica.
O Catecismo é hoje o nosso escudo de proteção contra as ameaças das falsas doutrinas e dos erros que, infelizmente, às vezes são apresentados até mesmo por sacerdotes, em desacordo com o ensinamento do Magistério Oficial da Igreja.
Este programa será sempre desenvolvido com as leituras dos números do Catecismo e de explicações dos pontos estudados. No decorrer, poderão ser apresentadas as respostas às perguntas formuladas pelos ouvintes.
No fim do estudo de cada ponto do Catecismo, serão feitas algumas perguntas e afirmações, para que você reflita e interiorize as verdades colocadas e o leve a aplicar a Palavra de Deus à sua própria vida.
Caro amigo: Com ênfase o Papa pede que todos (pastores e fiéis) usem assiduamente o Catecismo. Disse o Papa:“ Peço portanto aos pastores da Igreja e aos fiéis que acolham este Catecismo em espírito de Comunhão, e que o usem assiduamente ao cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de convocar para a vida evangélica”.
O Papa fez questão de destacar que o Catecismo da Igreja Católica, é uma exposição da fé da Igreja e da doutrina, testemunhadas ou iluminadas pela Sagrada Escritura, pela Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja. Ele o vê como um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão da Igreja e como uma norma segura para o ensino da fé.
E repete a sua importância: “Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva como texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica”.
Essas palavras do Papa deixam claro a importância enorme do Catecismo para a Igreja e para cada um de nós que quer servi-la. Este é o “texto de referência”, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica. É também oferecido a todos os fiéis que desejam aprofundar o conhecimento das riquezas inesgotáveis da salvação.
O que isto significa prezado ouvinte? Significa que daqui para frente, ninguém mais pode viver o catolicismo “a seu próprio modo”, como se a Igreja não tivesse uma doutrina oficial. Ninguém poderá discordar dos seus ensinamentos, ainda que seja um teólogo, diácono, padre, bispo ou até cardeal. Podemos dizer que o Catecismo põe fim a todo “achismo ou achologia” dentro da Igreja. Com a publicação do Catecismo devem acabar as “opiniões próprias” em discordância com a doutrina oficial da Igreja, que tanto mal fazem aos fiéis.
“O Catecismo da Igreja Católica, por fim, é oferecido a todo homem que nos pergunte a razão da nossa esperança (cf. 1 Pd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê”.
Meu irmão e irmã: Com toda certeza e segurança, posso afirmar que muito importante no ambiente da Igreja foi a publicação do "Catecismo da Igreja Católica”.
Foi uma das maiores graças que recebemos de Deus, pelas mãos do Papa João Paulo II. No discurso que ele fez aos bispos em Santo Domingo, no ano de 1992 (dia 12/10/1992), na VI reunião do CELAM, referindo-se ao Catecismo que tinha acabado de aprovar, o Papa disse: “Recentemente aprovei o Catecismo da Igreja Católica, que recomendo como o melhor dom que a Igreja pôde fazer aos bispos e ao povo de Deus. Trata-se de um valioso instrumento para a nova evangelização, onde se compendia toda a doutrina que a Igreja deve ensinar”.
Caro(a) ouvinte: No Catecismo encontramos um resumo excelente de toda a doutrina católica. Sabemos que um dos problemas mais graves da nossa Igreja é a falta de conhecimento da doutrina por parte da maioria do nosso povo. Isto deixa-o à mercê das seitas que se empenham em querer converter uma ou várias pessoas a uma determinada causa, idéia ou religião.
Ao apresentar o Catecismo para toda a Igreja, o Santo Padre nos relata a trajetória realizada desde o Concílio Vaticano II (1962-1965) até termos em mãos essa grande obra catequética.
Ao discursar aos bispos do Brasil, do Regional Centro-Oeste da CNBB, que estiveram em visita, em Roma, em 29/01/1996, o Papa falou da importância do Catecismo para formar bem a consciência do povo: “Formai-lhe a consciência reta, coerente e corajosa. Deixai-me deste modo insistir sobre a conveniência de valerem-se todos do Catecismo da Igreja Católica... para uma correta interpretação desta e de outras verdades da nossa fé”.
Foram os bispos do mundo inteiro que pediram ao Papa a elaboração do novo Catecismo. O Concílio foi uma fonte inspiradora da renovação para o tempo atual. Quando o Concílio Vaticano II completou 20 anos, em 1985, o Santo Padre convocou uma Assembléia Extraordinária do Sínodo dos bispos para "celebrar as graças e os frutos espirituais do Concílio Vaticano II, aprofundar o seu ensinamento para aderir melhor a ele e promover o conhecimento e aplicação do mesmo".
Ao término do Sínodo, muitos bispos manifestaram o desejo de que fosse publicado um compêndio de toda a Doutrina Católica em matéria de fé e moral. Desse modo teríamos um ponto de referência para todo o trabalho catequético da Igreja no mundo inteiro. Vemos portanto, que o motivo do pedido foi para que ficasse claro para toda a Igreja, a sua doutrina oficial, nem sempre conhecida e obedecida por todos.
O trabalho foi confiado pelo Santo Padre primeiramente a uma comissão de doze cardeais, presidida pelo então cardeal Ratzinger, que era o Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, para prepará-lo.
Para auxiliar essa equipe, foi constituída uma outra equipe de sete Bispos peritos em catequese, encarregados de preparar um projeto para o Catecismo. Essa equipe de redação trabalhou ativamente examinando as observações enviadas por numerosos teólogos, exegetas, catequistas e sobretudo pelos bispos do mundo inteiro. Quando a primeira versão ficou pronta, o Papa mandou-a para todos os bispos, opinarem e darem as suas sugestões. Após isto, ele aprovou-a em julho de 1992.
Cerca de vinte e cinco mil emendas propostas pelos fiéis do mundo inteiro foram cuidadosamente analisadas. Houve, portanto, um vasto intercâmbio até se chegar ao texto final de 672 páginas, escrito originalmente em francês. Ao apresentar oficialmente o Catecismo, o Santo Padre agradeceu às Comissões dizendo que "o esforço de pôr em evidência aquilo que no anúncio cristão é fundamental e essencial; o empenho em re-exprimir, com uma linguagem mais correspondente às exigências do mundo de hoje, a verdade Católica perene, são hoje coroados de êxitos".
Sem dúvida foi um marco na história da Igreja, pois este é o Segundo Catecismo oficial. O Catecismo anterior, chamado de Catecismo Romano, elaborado pelo Papa S. Pio V, foi redigido em 1566 por decreto do Concílio de Trento. O Novo Catecismo atualizou o primeiro, sem nada cancelar sobre os dogmas da fé. Confirma a doutrina básica da Igreja, mas atualiza a posição da Santa Sé frente às mudanças do mundo moderno. Muitos problemas surgiram nestes 431 anos que nos separavam da elaboração do primeiro. A Igreja, Guardiã do depósito da Revelação sabe como adaptá-la aos novos tempos sem afetar a integridade da doutrina.
Da mesma forma que o Catecismo Romano foi elaborado para expor com clareza a fé católica, então conturbada pela Reforma Protestante, o novo Catecismo nos é dado hoje pelo Espírito Santo, como um instrumento poderoso de evangelização de acordo com o Magistério da Igreja, a Tradição oral e a Bíblia. Ele é a mais autêntica interpretação da Revelação divina, oral e escrita. Podemos então, caminhar com a Bíblia numa das mãos e o Catecismo na outra. Assim estaremos seguros na fé.
No dia 15 de agosto de 1997 o Santo Padre, aprovou e promulgou a edição típica latina do Catecismo. É a sua versão final.
Para facilitar o uso como o “texto de referência” da fé e da moral católica, o Catecismo traz no seu final um índice temático, valiosíssimo para que você possa fazer consultas rápidas. Cada um dos seus 2865 parágrafos é numerado, e, após as palavras chaves do índice temático, você encontrará os números dos parágrafos que tratam do assunto procurado. Assim, por exemplo, se você quer saber a doutrina oficial da Igreja sobre o aborto, basta procurar no índice temático essa palavra, e logo em seguida a ela, encontrará os números 2270s., 2274. Basta procurar esses parágrafos e você terá o ensinamento da Igreja sobre o aborto.
Que a graça que vem do alto, abra o seu coração, esclareça a sua mente e fortaleça a sua vontade e de todos os cristãos diante do precioso dom do Catecismo da Igreja Católica. Ele é um acontecimento histórico, que deve enriquecer nossas vidas.
Exorto você a estudar com entusiasmo e perseverança a nossa fé contida no CIC: "Ninguém ama o que não conhece" ou que conhece mal. Viva alegremente as verdades nele contidas. Anuncie sem desanimar a Salvação do Senhor, "pois é a vontade de Deus que todos se salvem e conheça a Verdade" (1 Tm 2,4).
Ao término de nossa primeira reflexão, quero rezar com você usando as palavras do Santo Padre, para a realidade das Terras do Grão Pará: "Ó Maria, Rainha da Amazônia, tu que no eterno desígnio do Pai, do Filho e do Espírito Santo foste escolhida para te tornares a Mãe do Verbo, tu, que no dia de Pentecostes, estavas presente como Mãe da Igreja (At 1,14) acolhe este fruto do trabalho da Igreja inteira. Para os homens deste nosso tempo de progresso, mas também de angústia, para os homens de todas as civilizações e línguas, de todas as culturas e raças, pedimos-te, ó Maria de Nazaré, a graça de uma sincera abertura de espírito.” Amém!
Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança