As tentações do empresário

[Estes nossos encontros se prestam a uma reflexão em torno de assuntos que dizem respeito à consciência pessoal e suas ressonâncias sociais].

As tentações: há que se estar alerta para elas e evitá-las. Com uma terminologia cristã, as chamamos de "tentações". Aqui, trataremos das tentações específicas do empresário. Alguém que tem o poder de ensinar com autoridade, como o Papa João Paulo II, assinala quais são as tentações mais freqüentes dos dirigentes de empresa. Estas são as suas palavras no discurso aos empresários argentinos em Luna Park, em 12 de abril de 1987:

"Não vos esqueçais nunca que, o realmente perigoso, são as tentações que podem cegar vossa consciência e vossa atividade:

· O desejo insaciável de lucro

· A ganância fácil e imoral

· O desperdício

· A tentação do poder e do prazer

· As ambições desmedidas

· O egoísmo desenfreado

· A falta de honestidade nos negócios

· As injustiças para com os funcionários.

Sobre este tema concreto, aos empresários mexicanos em Durando, no Teatro Ricardo Castro, em 2 de maio de 2005, disse:

"É certo que, a muitos dos presentes, move-os, em vosso trabalho, um sincero desejo de servir. Porém, não é menos certo que pode envolvê-los um grande perigo: a submissão aos bens terrenos, o afã da ganância exclusiva (unida normalmente à sede de poder) a qualquer preço.

Quando se sucumbe diante desta tentação, aparece um materialismo crasso e, por sua vez, a radical insatisfação que o homem sente quando tenta matar sua sede de Bem Infinito com as criaturas materiais.

Por outra parte, não é raro que esta ambição desordenada se traduza também num certo descuido da vida familiar e da educação dos filhos. Se não se adverte a isto ou se resolve, pode-se chegar a autênticas crises no matrimônio e na vida dos filhos. Eis aqui, pois, um novo chamado de Cristo: a família reclama algo mais que aquele teor de vida elevado que podeis lhe dar: exige vossa presença, vosso afeto, vosso sincero interesse de esposo e pai, ou de esposa e mãe".

Um breve comentário: uma coisa é sentir a tentação, outra é aceitá-la. Na oração do Pai nosso que o Senhor nos ensinou, não pedimos que não tenhamos tentações, mas que não caiamos nelas.

Tentações, sempre as teremos nesta vida. Se nosso Pai as permite, comenta Santo Agostinho, "não é para Ele ver quanto as desejamos, o que Ele já sabe", porque perscruta os nossos corações. "Permite-as para que nós vejamos quanto queremos a Ele". Como sempre, para ter êxito, o homem de empresa emprega os meios mais aptos. Para não cair, os meios necessários são a oração e o cuidado de não se colocar voluntariamente em perigo, na ocasião de cair.

AUTORIA – Manuel Loza Macías
TRADUÇÃO LIVRE – Ammá Maria Ângela de Melo Nicolleti
FONTE – www.es.catholic.net