O amor entre duas pessoas batizadas

O matrimônio é uma promessa que ele e ela se fazem mutuamente e se prometem amar-se para sempre.

Esta promessa a fazem diante de Deus e da comunidade que assiste à cerimônia. Ninguém os casa; eles se casam.

E Deus Se compromete com eles e lhes oferece Sua própria força, Sua graça, Sua luz e de acompanhá-los para o resto de suas vidas. É a inserção do Cristo Nupcial para acompanhá-los para sempre.

No altar, foram duas pessoas e voltaram três. Este Terceiro é Quem os ajudará a superar situações que, humanamente, parecem insuperáveis. E serão sem a ajuda de Deus, sem a ajuda dEste Cristo Nupcial que foi dado para ajudá-los.

São muitos que não sabem de Sua existência: rezam a muitos santos e não sabem que têm um Cristo próprio que nunca deixará de lhes responder, o que quer que peçam.

Se existe um Cristo Nupcial que os ajuda, por que então fracassam tantos matrimônios cristãos? Fracassam simplesmente porque não O usam. Se O usarem; se, quando há uma crise recorressem a Ele, Deus mesmo iluminaria. Nunca deixa de fazê-lo.

Porém, como vai iluminar se não se recorre a Ele? O Cristo Nupcial somente intervém se tu Lhe pedes que intervenha. De tal modo Deus é respeitoso para com a liberdade de cada um de nós.

Talvez pensemos que viver de verdade o amor conjugal é algo que somente conseguem alguns privilegiados, algo demasiado exigente para pessoas comuns como nós. Sem dúvida, se lermos com cuidado a Bíblia, que é a história do amor salvador de Deus pela humanidade, teremos que reconhecer que Deus nos chama a todos a esse amor, a todos nos convida a crer para poder amar e ser amados.

Não é algo para alguns poucos, senão para todos os batizados: é para nós dois, aqui e agora. Não aceitar isto é não crer em Deus, é recusar a felicidade a felicidade que Ele nos oferece.

Está claro que Deus, cavalheiro com é, não iluminará, não intervirá, se eu não Lhe peço. Deus não nos dá as coisas feitas. Colocou em nós muitas qualidades humanas que devemos desenvolver. O amor de Deus não age em nós contra a nossa vontade, nem tão pouco se não colocamos todo nosso esforço para superar as dificuldades.

Talvez tenhamos pensado alguma vez que o fato de termos nos casado na Igreja, como comumente se diz, seja uma espécie de garantia que Deus nos dá de que tudo irá bem e que sempre nos amaremos. E isto não é assim quando nos descuidamos de nosso crescimento humano e não fazemos nenhum esforço para melhorar. Casar-se na Igreja, o sacramento que ali recebemos, não é mágico. Não torna responsável uma pessoa que não se esforça por cumprir suas obrigações, não torna generosa uma pessoa que apenas pensa em si mesma, sóbrio a um alcoólico ou compreensivo a um intransigente.

Então, o que Ele faz? O que faz é dar, a quem O deseja, busca e se esforça a força para se superar. Faz, nada mais, nada menos, o que nós não podemos fazer. Porém, não fará nada que nós podemos fazer.

Reflitamos nas qualidades humanas que necessitamos desenvolver para crescer no amor conjugal. Qualidades como a paciência, a admiração pela pessoa do outro, o respeito que é a base para sustentar o amor, a gratuidade, a inteligência, a responsabilidade, a cortesia, a compreensão, a vontade de dialogar com o outro, a alegria, a capacidade de perdoar, a fidelidade. Sobre estas qualidades humanas, sobre esta natureza, constrói-se um matrimônio que quer ser imagem do amor grande, do amor profundo, do amor estável, do amor para sempre. Todas são qualidades humanas que eu devo me esforçar por torná-las melhor.

Amar é algo muito difícil e exigente. Por isso, Paulo de Tarso o chamou de caminho excepcional. Consegue-o os que são capazes de se impor uma disciplina de vida. A disciplina de nos tornarmos melhores cada dia.

A história do amor em nosso matrimônio é a história de nossa luta para nos superar, é a história de muitas lutas para nos superar, é a história de infidelidades perdoadas, é a história de dois que, um dia, decidiram fazer um só caminho. E, nesse caminhar, se quisermos que seja um longo caminho juntos, devemos recorrer ao nosso Cristo Nupcial. Foi-nos dado para isso, está no meio de nós para isso, para que o usemos.

Há por aí um texto bíblico que nos relata que Pedro enfrentava uma tormenta e que já não sabendo o que devia fazer, se deu conta de que Jesus estava ali, dormindo num canto da barca e decidiu despertá-lO. Jesus, não apenas acalmou a tormenta, mas levou a barca a bom ponto.

Não estará nosso Cristo Nupcial cochilando? Não está na hora de despertá-lO? Não terá chegado a hora de despertá-lO?

AUTORIA – Salvador Casadevall
TRADUÇÃO LIVRE – Ammá Maria Ângela de Melo Nicolleti
FONTE – www.es.catholic.ne