Liturgia de 21 de junho de 2023

QUARTA FEIRA – SÃO LUÍS GONZAGA - RELIGIOSO

(branco, pref. comum ou dos santos - ofício da memória)

 

Antífona de entrada

- O homem de coração puro e mãos inocentes é digno de subir à montanha do Senhor e de permanecer em seu santuário. (Sl 23,4.3)

 

Oração do dia

- Ó Deus, fonte dos dons celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na penitência, se não o seguimos na inocência. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 2Cor 9,6-11

- Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 6“quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza”. 7Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus “ama quem dá com alegria”. 8Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9como está escrito: “Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”. 10Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça. 11Assim, ficareis enriquecidos em tudo e podereis praticar toda espécie de liberalidade, que, através de nós, resultará em ação de graças a Deus.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 112,1-2.3-4.9 (R: 1a)

 

- Feliz aquele que respeita o Senhor!
R: Feliz aquele que respeita o Senhor!


- Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!

R: Feliz aquele que respeita o Senhor!


- Haverá glória e riqueza em sua casa, e permanece para sempre o bem que fez. Ele é correto, generoso e compassivo, como luz brilha nas trevas para os justos.

R: Feliz aquele que respeita o Senhor!


- Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez, e crescerão a sua glória e seu poder.

R: Feliz aquele que respeita o Senhor!



Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Quem me ama, realmente, guardará minha palavra, e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23) 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 6,1-6.16-18

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.
2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará recompensa. 5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade, vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. 16Quando jejuardes, não fi­queis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade, vos digo: Eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

Liturgia comentada

Teu Pai, que vê o escondido... (Mt 6,1-6.16-18)

Ah! Os olhos do Pai... Nada escapa ao seu olhar!

 

Pena que esta visão onisciente de Deus tenha sido usada para impor medo e terror! Na escola primária, anos 50, nossas aulas de religião consistiam unicamente em copiar um desenho que a professora fazia no quadro negro. Lembro-me claramente de um deles: um muro, logo atrás uma casa, e mais no fundo uma árvore carregada de frutas maduras; dois moleques pulavam o muro e, no alto, erguia-se um grande triângulo com um olho no centro.

 

Era o olho de um Deus vigilante, pronto a punir e castigar os pecados infantis. Detalhe: todos os desenhos, o ano inteiro, traziam o mesmo triângulo ameaçador...

 

A frase implícita – “Deus me vê” – ficava sempre incompleta. Ninguém nos dizia: “Deus me vê e... me ama!” Ninguém se lembrava de citar a Sagrada Escritura: “Senhor, vós me perscrutais e me conheceis... vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão... Vós me tecestes no seio de minha mãe...” (Salmo 139)

 

O olhar do Pai, que vê em segredo, enxerga o que sou e o que posso ser. Deus olha o pecador atual e o santo possível. E aqui está o ponto central deste Evangelho: Deus não se perde em aparências. Ele não gasta tempo com gestos exteriores, mas penetra o âmago do ser.

 

Conclusão: precisamos pedir a graça de olhar o mundo com os olhos de Deus. Contemplar o horizonte das nações, o cenário do Brasil, as pedras de nossa rua, sentindo – e re-sentindo – o mesmo amor cuidadoso e responsável que pulsa no coração do Pai.

 

A partir daí, iremos pouco a pouco libertando-nos de uma religião apenas aparente, feita de gestos sem alma, cumpridos apenas para... “cumprir” ... Não uma religião de “preceitos” e normas, mas uma vida de amizade com Deus e serviço ao próximo.

 

Com os olhos de Deus, veremos presídios e escolas como campos de missão, paróquias e fábricas como sementeiras do bem, diplomas e títulos como ferramentas do amor.

 

Com os olhos do Pai, não julgaremos ninguém pela aparência, pela roupa surrada, pelo esmalte descascado, pelo calcanhar rachado. Olhos de Pai veem filhos em toda parte...

 

Orai sem cessar: “Senhor, todos os olhos se dirigem para vós!” (Sl 145,15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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