TERÇA FEIRA – XXX SEMANA COMUM
(verde, ofício do dia)
Antífona da entrada
- Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a sua face (Sl 104,3).
Oração do dia
- Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Rm 8,18-25
- Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos, 18Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. 24Pois já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente está vendo; como pode alguém esperar o que já vê? 25Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 126,1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R:3a)
- Maravilhas fez conosco o Senhor!
R: Maravilhas fez conosco o Senhor!
- Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.
R: Maravilhas fez conosco o Senhor!
- Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor”! “Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria”!
R: Maravilhas fez conosco o Senhor!
- Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.
R: Maravilhas fez conosco o Senhor!
- Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!
R: Maravilhas fez conosco o Senhor!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 13,18-21
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Ele cresce... (Lc 13,18-21)
Era apenas um grão de mostarda. No ambiente palestino, a menor semente conhecida. Foi este pequeno grão que Jesus escolheu para manifestar um aspecto do Reino de Deus. Isto é, nas coisas espirituais, não podemos ficar presos àquilo que nossos olhos veem. O mais importante permanece sempre oculto.
Sim, Jesus também insinua que a semente da mostarda – por mínima que seja – já traz em seu interior um dinamismo que a impelirá a crescer e frutificar. Aquilo que parecia sem força e sem valor, agora é um arbusto (com cerca de 3m de altura, lá na Palestina), capaz de abrigar as aves do céu e seus ninhos.
Um dos simbolismos bíblicos para as “aves do céu” é o “estrangeiro”, aqueles povos que não eram Israel, os que vinham “das ilhas”, isto é, de longe. Assim, o Reino de Deus há de se expandir a ponto de acolher em seu seio também aqueles que “não eram povo” (cf. 1Pd 2,10).
A mesma ideia de crescimento oculto, subterrâneo, é repetida na pequena parábola do fermento. Nesta, Jesus se vale da imagem doméstica que ele contemplava no cotidiano de Nazaré: Maria juntando farinha, água e fermento, preparando em silêncio a massa do pão de cada dia. Durante a noite, a massa “descansava” na janela. Ao amanhecer, misteriosamente, uma força interior fizera crescer os pães. E o Menino Jesus, futuro Rabi da Galileia, meditava: “É assim que o Reino de meu Pai há de crescer, mesmo na escuridão da longa noite dos homens...”
O mundo capitalista, alimentado de produção e consumo, de pragmatismo e eficiência, prefere os gestos grandiloquentes, as realizações “macro”, modernas torres de Babel. Deus é pobre. Deus é simples. Prefere os inícios humildes. Trabalha sempre na sombra, como os 30 anos de vida oculta em Nazaré...
E nós? Estamos contribuindo concretamente para a construção do Reino de Deus entre nós com os pequenos gestos de amor de cada dia? Valorizamos também as pequenas tarefas enquanto sinal de afeto e de compromisso? Já chegamos a perceber a importância das pequeninas ações, autêntico fermento de vida e impulso criador, humildes tijolos da humanidade?
Ou ainda continuamos cegos à ação do Espírito, que age em surdina na matéria do mundo?
Orai sem cessar: “Venha a nós o vosso Reino!” (Mt 6,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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