SABADO DA OITAVA DO NATAL
(branco, glória, pref. do Natal - ofício do dia)
Antífona da entrada
- Quando um tranquilo silêncio envolvia todas as coisas e a noite chegava ao meio de seu curso, a vossa palavra onipotente. Senhor, desceu do céu, do vosso trono real (Sb 18,14).
Coleta
- Concedei, ó Deus todo-poderoso, que o novo nascimento de vosso Filho em nossa carne nos liberte da antiga escravidão que nos mantem o julgo do pecado. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: 1Jo 2,12-17
- Leitura da primeira carta de são João: 12Eu vos escrevo, filhinhos: os vossos pecados foram perdoados por meio do seu nome. 13Eu vos escrevo, pais: vós conheceis aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevo, jovens: vós vencestes o Maligno. 14Já vos escrevi, filhinhos: vós conheceis o Pai. Já vos escrevi, jovens: vós sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós e vencestes o Maligno. 15Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. 16Porque tudo o que há no mundo – as paixões da natureza, a concupiscência dos olhos e a ostentação da riqueza – não vem do Pai, mas do mundo. 17Ora, o mundo passa, e também a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 96,7-8a.8b-9.10 (R: 11a)
- O céu se rejubile e exulte a terra!
R: O céu se rejubile e exulte a terra!
- Ó família das nações, dai ao Senhor, ó nações, dai ao Senhor poder e glória, dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!
R: O céu se rejubile e exulte a terra!
- Oferecei um sacrifício nos seus átrios, adorai-o no esplendor da santidade, terra inteira, estremecei diante dele!
R: O céu se rejubile e exulte a terra!
- Publicai entre as nações: Reina o Senhor! Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça.
R: O céu se rejubile e exulte a terra!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Um dia sagrado brilhou para nós: nações vinde todas adorar o Senhor, pois hoje desceu grande luz sobre a terra!
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2,36-40
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 36havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
E o menino foi crescendo... (Lc 2,36-40)
Veio o Natal mais uma vez. Fomos até o presépio e vimos o Menino na manjedoura. Que lindo! Mas não podemos ceder à tentação de fixá-lo na condição de bebê, no colo da Mãe. O Menino precisa crescer...
E ele crescia, diz o Evangelho. Crescia de modo integral: em estatura, sabedoria e graça. Crescimento somático, psíquico e pneumático. Se cresce apenas o corpo, mas não a mente, algo vai mal. Se cresce a mente, mas não cresce o espírito, ainda vai mal. É uma pena ver atletas que não sabem pensar. Ver pensadores que não sabem rezar. Não foi um crescimento integral...
Devíamos dedicar mais tempo a meditar sobre esse Deus-que-cresce. “No estábulo de Belém - comenta François Trévedy – e, depois, na oficina de Nazaré, o Deus feito homem, o Deus aprendiz de homem é primeiramente aprendiz do tempo: ele se tece, ele se trama longamente, lentamente, na obscuridade, ou antes se deixa tecer por outras mãos às quais se confia.
O pequeno Jesus – o imenso Jesus não é, no fundo, nem de cera, nem de gesso, nem de terracota; ele é de carne modelada na primavera (Marie-Noël). Ele é de Pai e de Mãe e de Espírito, cúmplices, e sua carne comum é sua única auréola.”
Como nós temos sido incapazes de apresentar a nossos filhos o modelo oferecido por Jesus que cresce! Que bela colheita humana teriam nossas famílias depois de semear “Jesus-que-cresce” nos olhos e no coração de nossas crianças!
Vazios desse modelo, nossos filhos adotam outros modelos: o atleta vencedor, o artista de sucesso, a atriz sedutora, o político poderoso – pobres ídolos com pés de barro, que ruirão na primeira crise e mergulharão seus “seguidores” na decepção.
Voltando a F. Trévedy, ele suplica: “Não nanifiquemos o Natal, pois o Menino se eleva ao Infinito. Não negligenciemos o Natal nem subestimemos sua dimensão e sua gravidade, pois o Infinito é e permanece Criança, em profundidades que lhe são proporcionais. Esse Menino singular é imensamente criança, e é como tal que ele cresce, e é como tal que ele é chamado a crescer em cada um de nós e no mundo, isto é, chamado a nos invadir. A nós e ao mundo.”
Que desastre! Reduzir o humano ao nível da planície, quando os astros esperam por nós...
Orai sem cessar: “O Senhor dará força a seu povo!” (Sl 29,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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