Liturgia de 01 de junho de 2024

SÁBADO – VIII SEMANA COMUM
(vermelho, prefácio dos mártires, - ofício da memória)

 

Antífona
- Os malvados me contaram coisas vãs, ignorando a vossa lei; eu, porém anunciei vossa palavra diante dos reis sem me envergonhar (Sl 118,85.46)

 

Coleta
- Ó Deus, pela loucura da cruz, ensinastes de modo admirável ao mártir são Justino a sublime sabedoria de Cristo, concedei-nos, por sua intercessão, repelir os erros que nos cercam e permanecer firmes na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.


1ª Leitura: Jd 17.20b-25

- Leitura da carta de são Judas: 17Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. 20bEdifificai-vos sobre o fundamento da vossa santíssima fé e rezai, no Santo Espírito, 21de modo que vos mantenhais no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. 22E a uns, que estão com dúvidas, deveis tratar com piedade. 23A outros, deveis salvá-los arrancando-os do fogo. De outros ainda deveis ter piedade, mas com temor, aborrecendo a própria veste manchada pela carne... 24Àquele que é capaz de guardar-vos da queda e de apresentar-vos perante a sua glória irrepreensíveis e jubilosos, 25ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo, nosso Senhor: glória, majestade, poder e domínio, desde antes de todos os séculos, e agora, e por todos os séculos. Amém.

 

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 63,2.3-4.5-6 (R: 2b)

- A minha alma tem sede de vós, ó Senhor!
R: A minha alma tem sede de vós, ó Senhor!

 

- Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minha alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!
R: A minha alma tem sede de vós, ó Senhor!

 

- Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam.
R: A minha alma tem sede de vós, ó Senhor!

 

- Quero, pois vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos! A minha alma será saciada, como em grande banquete de festa; cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós meu louvor!
R: A minha alma tem sede de vós, ó Senhor!

 

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- A Palavra de Cristo ricamente habita em vós, dando graças, por ele, a Deus Pai! (Cl 3,16).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 11,27-33

 

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos
- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 27Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Enquanto Jesus estava andando no Templo, os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os anciãos aproximaram-se dele e perguntaram: 28” Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?” 29Jesus respondeu: “Vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, eu vos direi com que autoridade faço isso. 30O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me”. 31Eles discutiam entre si: “Se respondermos que vinha do céu, ele vai dizer: ‘Por que não acreditastes em João?’ 32Devemos então dizer que vinha dos homens?” Mas eles tinham medo da multidão, porque todos, de fato, tinham João na qualidade de profeta. 33Então eles responderam a Jesus: “Não sabemos”. E Jesus disse: “Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas”.

 

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Não sabemos... (Mc 11,27-33)

O episódio deste Evangelho nos dá um exemplo acabado da má consciência que costuma desviar da verdade aqueles que se sentem ameaçados por ela. Preferem alegar ignorância – ou afirmar que a verdade não está ao seu alcance – pois uma tomada de posição os colocaria em terreno inseguro.

 

João Batista atraíra multidões, anunciando a proximidade do Reino e pregando um batismo de penitência. Os homens do Templo recusaram uma coisa e outra. Agora, são os mesmos personagens – escribas, anciãos e sacerdotes – que vão a Jesus, questionando a autoridade do Mestre para pregar e curar.

 

Como resposta, eles ouvem uma pergunta inesperada: “O batismo que João havia pregado era do céu ou dos homens?” Isto é, fora algo inspirado por Deus ou apenas um impulso pessoal do Batista? E eles se veem em uma “saia justa”: como negar a ação divina diante do povo que reconhecera João como profeta? Mas, se João era um profeta, por que motivo não acolheram sua mensagem?

 

Com esta simples pergunta, Jesus traz à luz a perversão espiritual dos homens do Templo. Assim sendo, eles acham mais cômodo responder: “Não sabemos...” E quase acrescentaram: “Nem queremos saber!”

Em nossos dias, é comum encontrar entre nós o mesmo tipo de “cegueira voluntária”. Em especial naqueles grupos e pessoas que, se admitissem a verdade do Evangelho, deveriam ao mesmo tempo mudar de rumo, mudar de vida, deixar de lado seus critérios e valores. Como isso poderia trazer incômodos e riscos, causar prejuízos materiais ou fechar as portas do mundo pagão, é mais prático dizer: “Não sabemos!”

 

Jesus veio ao mundo para nos salvar da morte eterna. Parte de sua missão consistia em nos revelar a Verdade sobre Deus e a Verdade sobre o Homem. Foi por suas palavras que ficamos sabendo que Deus é Pai. E que nós somos filhos!

 

Ora isso pode ser muito incômodo: a relação entre Pai e filho inclui a obediência. E uma multidão de rebeldes prefere traçar o próprio rumo, ainda que o resultado seja um autêntico naufrágio da civilização humana.

 

E nós? Podemos realmente alegar que “não sabemos”? Fecharemos nossos ouvidos à Palavra do Evangelho? Recusaremos o convite às bem-aventuranças evangélicas? Vamos ignorar o magistério da Igreja e o exemplo dos santos? Seguiremos tratando o próximo como inimigo ou objeto de exploração? Gastaremos o tempo para acumular os tesouros que a traça vai roer?

 

Orai sem cessar: “Vou te louvar, Senhor, com um coração sincero!” (Sl 119,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.