Liturgia de 09 de julho de 2024

TERÇA FEIRA – SANTA PAULINA DE JESUS – RELIGIOSA E VIRGEM

(branco, pref. comum ou das virgens – Ofício do dia)

 

Antífona

- O caminho dos justos é como a luz esplêndida que surge e cresce do amanhecer até o pleno dia. (Pr 4,18)

 

Coleta

- Deus eterno e todo poderoso, que conduzistes, conduzistes a santa Paulina pelo caminho da santidade através das provações, do trabalho humilde e da oração constante, concedei-nos, por sua intercessão, suportar com fortaleza os sofrimentos de cada dia e servir os mais necessitados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: Os 8,4-7.11-13

- Leitura da profecia de Oséias: Assim fala o Senhor: 4Eles constituíram reis sem minha vontade; constituíram príncipes sem meu conhecimento; sua prata e seu ouro serviram para fazer ídolos e para sua perdição. 5Teu bezerro, ó Samaria, foi jogado ao chão; minha cólera inflamou-se contra eles. Até quando ficarão sem purificar-se? 6Esse bezerro provém de Israel; um artesão fabricou-o, isso não é um deus; será feito em pedaços esse bezerro da Samaria. 7Semeiam ventos, colherão tempestades; se não há espiga, o grão não dará farinha; e, mesmo que dê, estranhos a comerão. 11Efraim ergueu muitos altares em expiação do pecado, mas seus altares resultaram-lhe em pecado. 12Eu lhes deixei, por escrito, grande número de preceitos, mas estes foram considerados coisa que não lhes toca. 13Gostam de oferecer sacrifícios, imolam carnes e comem; mas o Senhor não os recebe. Antes, o Senhor lembra seus pecados e castiga suas culpas: eles deverão voltar para o Egito.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 115,3-4.5-6.7ab-8.9-10 (R: 9a)

 

- Confia, Israel, no Senhor!
R: Confia, Israel, no Senhor!


- É nos céus que está o nosso Deus, ele faz tudo aquilo que quer. São os deuses pagãos ouro e prata, todos eles são obras humanas.

R: Confia, Israel, no Senhor!


- Têm boca e não podem falar, têm olhos e não podem ver; têm nariz e não podem cheirar, têm ouvidos, não podem ouvir.

R: Confia, Israel, no Senhor!


- Têm mãos e não podem pegar, têm pés e não podem andar; Como eles serão seus autores, que os fabricam e neles confiam.

R: Confia, Israel, no Senhor!


- Confia, Israel, no Senhor. Ele é teu auxílio e escudo! Confia, Aarão, no Senhor. Ele é teu auxílio e escudo!

R: Confia, Israel, no Senhor!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9,32-38

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 32apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. 33Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. 34Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Sem pastor... (Mt 9,32-38)

Se não há professores na escola, os alunos ficam sem pastor. Dados da Secretaria Municipal de Educação informam que, nos últimos 10 anos, o número de professores na rede municipal de ensino do Rio de Janeiro caiu de 42.536 para 36.416, um déficit de 6.120 profissionais.

 

Por que faltam pastores-professores? Más condições de trabalho... salários baixos... insegurança física... alunos indispostos a estudar... Tudo isso, mas também a redução do entusiasmo que faz do magistério uma vocação avassaladora.

 

Se não existem médicos ao alcance do povo, os doentes ficam sem pastor. A cidade de São Paulo conta com 47,3% dos médicos do Estado, o que significa 4,98 profissionais por mil habitantes. Apesar disso, sobram médicos no centro e faltam na periferia. A população pobre de São Paulo sofre com falta de médicos nas periferias.

 

Por que faltam médicos? Certamente, as motivações são semelhantes às dos professores, mas também é preciso incluir a ausência de pessoas apaixonadas pela medicina, ainda que nas condições desfavoráveis da periferia, das regiões isoladas dos centros médicos ou de regiões em conflito armado.

 

No Evangelho de João, Jesus já chamara nossa atenção para a plantação madura à espera da colheita, mas sem operários que recolham os dons da terra. “Levantai os olhos e olhai os campos, como estão dourados, prontos para a colheita” (Jo 4,35). No Evangelho de hoje, a imagem utilizada é de caráter pastoril: ovelhas que sofrem pela ausência do cuidado dos pastores.

 

Nas palavras de Hébert Roux, “a desgraça física e material desses errantes que se apegam aos passos de Jesus é, para ele, o sinal de um sofrimento ainda mais profundo: ele revela o estado de abandono em que se encontra o povo de Deus, a casa de Israel, privada de verdadeiros pastores”. Por isso mesmo, Jesus se apresenta como o “bom Pastor”, aquele que dá a vida por suas ovelhas (cf. Jo 10,11).

 

Ora, se os jovens crescem sem professor para sua mente, os adultos penam sem médico para seu corpo, muito mais grave é a condição das crianças que vão passar pela infância sem que ninguém lhes apresente Jesus, o bom Pastor. Se nossos filhos crescem sem Deus, este abandono da alma é o mais destrutivo entre todos. Sem escola, sem saúde e sem a amizade de Jesus – pobre povo sem pastor!

 

Quem dará a vida pelas ovelhas?

 

Orai sem cessar: “Eu vos darei pastores segundo o meu coração!” (Jr 3,15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.