Liturgia de 11 de julho de 2024

QUINTA FEIRA – SÃO BENTO ABADE E PAI DOS MONGES

(branco – Ofício do dia)

 

Antífona

Houve um homem de vida venerável, Bento pela graça e pelo nome, desejando agradar somente a Deus, deixou a casa do pai e seus bens e procurou um novo estilo de vida e santidade.

 

Coleta

- Ó Deus, que constituístes o abade são Bento preclaro mestre na escola do serviço divino, concedei, nós vos pedimos, que, nada antepondo ao vosso amor, corramos de coração alegre e generoso no caminho dos vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: Os 11,1-4.8c-9

- Leitura da profecia de Oséias: Assim fala o Senhor: 1“Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. 2Quanto mais eu os chamava tanto mais eles se afastavam de mim; imolavam aos Baals e sacrificavam aos ídolos. 3Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. 4Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes de comer. 8cMeu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. 9Não darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, eu sou Deus, e não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 80,2ac.3b.15-16 (R: 4b)

 

- Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!
R: Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!


- Ó Pastor de Israel, prestai ouvi­dos. Vós, que sobre os querubins vos assentais, despertai vosso poder, ó nosso Deus, e vinde logo nos trazer a salvação!

R: Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!


- Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!

R: Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando!  (Mc 1,15).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 10,7-15

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! 9Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito a seu sustento. 11Em qualquer cidade ou povoado onde en­trar­des, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hos­pedai-vos com ele até a vossa partida. 12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz. 14Se alguém não vos receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e sacudi a poeira dos vossos pés. 15Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Ao entrardes na casa... (Mt 10,7-15)

Meditemos nas palavras do Papa Francisco em Campo Grande de Ñu Guazú, Assunção (Paraguai), em 12 de julho de 2015.

 

“Jesus chama os seus discípulos e envia-os, dando-lhes regras claras e precisas. Desafia-os a um conjunto de atitudes, comportamentos que devem ter. Sucede, e não raras vezes, que nos poderão parecer atitudes exageradas ou absurdas; seria mais fácil lê-las simbólica ou «espiritualmente». Mas Jesus é muito claro. Não lhes diz: fazei de conta, ou fazei o que puderdes.

 

Recordemos juntos estas recomendações: «Não leveis nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem alforje, nem dinheiro (…) Permanecei na casa onde vos derem alojamento». Parece uma coisa impossível.

 

Poderíamos concentrar-nos em palavras como «pão», «dinheiro», «alforje», «cajado», sandálias», «túnica». E seria lícito. Mas parece-me que há uma palavra-chave, que poderia passar despercebida diante da contundência daquelas que acabo de enumerar. Palavra central na espiritualidade cristã, na experiência do discipulado: a HOSPITALIDADE. Como bom mestre, Jesus envia-os a viver a hospitalidade: «Permanecei na casa onde vos derem alojamento». Envia-os a aprender uma das características fundamentais da comunidade crente. Poderíamos dizer que é cristão aquele que aprendeu a hospedar, que aprendeu a alojar.

 

Jesus não os envia como poderosos, como proprietários, chefes ou carregados de leis, normas. Ao contrário, mostra-lhes que o caminho do cristão é simplesmente transformar o coração. O próprio coração e ajudar a transformar o dos outros. Aprender a viver de forma diferente, com outra lei, sob outra norma. É passar da lógica do egoísmo, do fechamento, da luta, da divisão, da superioridade para a lógica da vida, da gratuidade, do amor. Passar da lógica do dominar, esmagar, manipular para a lógica do acolher, receber, cuidar.

 

Quantas vezes concebemos a missão com base em projetos ou programas. Quantas vezes idealizamos a evangelização, pondo de pé milhares de estratégias, táticas, manobras, truques, procurando que as pessoas se convertam com base nos nossos argumentos. Hoje o Senhor diz-nos muito claramente: na lógica do Evangelho, não se convence com os argumentos, as estratégias, as tácticas, mas simplesmente aprendendo a alojar, a hospedar.

 

A Igreja é uma mãe de coração aberto que sabe acolher, receber, especialmente a quem precisa de maior cuidado, que está em maior dificuldade. A Igreja, como a queria Jesus, é a casa da hospitalidade.”

 

Orai sem cessar: “Alguns, não o sabendo, hospedaram anjos...” (Hb 13,2)

Apresentação de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.