Liturgia de 13 de julho de 2024

SABADO – XIV SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – Ofício do dia)

 

Antífona

- Recebemos, Senhor, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Como vosso nome, ó Deus, assim vosso louvor ressoa até os confins da terra; vossa destra está cheia de justiça (Sl 47,10s).

 

Coleta

- Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, dai-nos uma santa alegria, para que, livres da escravidão do pecado, cheguemos à felicidade eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: Is 6,1-8

- Leitura do livro do profeta Isaías: 1No ano da morte do rei Ozias, vi o Senhor sentado num trono de grande altura; o seu manto estendia-se pelo templo. 2Havia serafins de pé a seu lado; cada um tinha seis asas, duas cobriam-lhes o rosto, duas, os pés e, com duas, eles podiam voar. 3Eles exclamavam uns para os outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está repleta de sua glória”. 4Ao clamor dessas vozes, começaram a tremer as portas em seus gonzos e o templo encheu-se de fumaça. 5Disse eu então: “Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos”. 6Nisto, um dos serafins voou para mim, tendo na mão uma brasa, que retirara do altar com uma tenaz, 7e tocou minha boca, dizendo: “Assim que isto tocou teus lábios, desapareceu tua culpa, e teu pecado está perdoado”. 8Ouvi a voz do Senhor que dizia: “Quem enviarei? Quem irá por nós? Eu respondi: “Aqui estou! Envia-me”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 93,1ab.1c-2.5 (R: 1a)

 

- Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.
R: Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.


- Deus é Rei e se vestiu de majestade, revestiu-se de poder e esplendor!

R: Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.


- Vós firmastes o universo inabalável, vós firmastes vosso trono desde a origem, desde sempre, ó Senhor, vós existis!

R: Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.


- Verdadeiros são os vossos testemunhos, refulge a santidade em vossa casa, pelos séculos dos séculos, Senhor!

R: Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Felizes serei vós se fordes ultrajados por causa de Jesus, pois repousa sobre vós o Espírito de Deus (1Pd 4,14).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 10,24-33

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24“O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. 25Para o discípulo, basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu senhor. Se ao dono da casa eles chamaram de Bel­zebu, quanto mais aos seus familiares! 26Não tenhais medo deles, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. 27O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, pro­clamai-o sobre os telhados! 28Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno! 29Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. 30Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. 31Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. 32Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. 33Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Eu me declararei por ele diante de meu Pai... (Mt 10,24-33)

Com estas palavras, Jesus Cristo se compromete a ser, diante de seu Pai, o defensor daqueles que se comprometeram, aqui na terra, a defender o Seu nome. Naturalmente, defender a Jesus Cristo inclui a defesa da Igreja, que é seu Corpo místico. Então, seria um completo absurdo a pretensão de se arriscar por Ele e, ao mesmo tempo, não se arriscar pela Igreja. Assim como seria absurdo amar a Cristo e odiar sua Igreja.

 

Algumas traduções mais antigas preferem o verbo “confessar”: “aquele que me confessar diante dos homens” – o que nos remete ao papel do “confessor da fé”, como o bispo vietnamita Nguyên Van Thuan, mantido no cárcere durante treze anos pelo governo comunista de seu país. Esta confissão é, de fato, um testemunho explícito da fé, sem ceder às pressões de tiranos, mas também do sistema materialista, da mentalidade pagã, das pressões sociais. A promessa de Jesus traz a garantia de que esse testemunho não será em vão, mas terá sua recompensa.

 

Nas palavras do arcebispo de Tessalônica, Gregório Palamas (1296-1359), “enquanto servidor de Deus, cada um dentre os santos se declara por Cristo nesta vida passageira e diante dos homens mortais. Ele o faz por um curto lapso de tempo e na presença de um pequeno número de homens. Já nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus e Senhor do céu e da terra, se declarará por nós no mundo da eternidade, diante de Deus, seu Pai, cercado pelos anjos e arcanjos e todas as potestades do céu, na presença de todos os homens, desde Adão até o fim dos séculos”.

 

Mais uma vez, nós percebemos a notável desproporção entre o pouco que fazemos por Cristo nesta vida e a incomparável recompensa que dele teremos em retribuição. Tantos erros e crimes cometidos para conseguir as magras glórias deste mundo, abrindo mão de uma glória eterna, acima de todo preço! Tantos pecados em busca de alegria e prazeres que pouco duram, jogando no lixo as alegrias e as beatitudes reservadas para quem dedica sua vida ao Senhor!

 

Mas este Evangelho não esconde o outro lado da moeda: “Todo aquele que me renegar diante dos homens, eu também o renegarei diante de meu Pai que está nos céus”. (Mt 10,35). Objetos de tantas graças, começando pelo inestimável dom do batismo cristão, que nos torna filhos de Deus, a covardia em confessar Jesus Cristo e seu Evangelho diante do mundo pagão não poderia ficar sem justa paga. Tão prontos a condenar Judas... tão prontos a imitá-lo!

 

Orai sem cessar: “Só Ele é minha rocha de defesa; não vou vacilar!” (Sl 62,2)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.