Liturgia de 14 de agosto de 2024

QUARTA FEIRA – SÃO MAXIMILIANO KOLBE – PRESBÍTERO E MÁRTIR

(vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)

 

Antífona

- Vinde, benditos de meu Pai, diz o Senhor. Em verdade vos digo, todas as vezes que fizestes isto a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes

(Mt 25,34.40).

 

Coleta

- Ó Deus, enriquecestes de grande zelo pastoral e dedicação ao próximo o presbítero e mártir são Maximiliano Maria Kolbe, inflamado de amor à Virgem Imaculada; concedei-nos benigno, por sua intercessão, que, trabalhando incansavelmente pela vossa glória no serviço ao próximo, possamos nos tornar semelhantes ao vosso Filho até a morte. Ele, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: Ez 9,1-7;10,18-22

- Leitura da profecia de Ezequiel: 9,1O Senhor gritou a meus ouvidos, com voz forte: “Aproxima-se o castigo da cidade! Cada um tenha sua arma destruidora na mão!” 2Então, eu vi seis homens vindo da porta superior, voltada para o norte, cada qual empunhando uma arma de destruição. Entre eles havia um homem vestido de linho, que levava um estojo de escriba na cintura. Eles foram colocar-se junto do altar de bronze. 3Então a glória do Deus de Israel elevou-se de cima do querubim sobre o qual estava, em direção à soleira do Templo. E chamou o homem vestido de linho, que levava um estojo de escriba à cintura. 4O Senhor disse-lhe: “Passa pelo meio da cidade, por Jerusalém, e marca com uma cruz na testa os homens que gemem e suspiram por causa de tantos horrores que nela se praticam”. 5E escutei o que ele dizia aos outros: “Percorrei a cidade atrás dele e matai sem dó nem piedade. 6Matai velhos, jovens e moças, mulheres e crianças, matai a todos, até o extermínio. Mas não toqueis em nenhum homem sobre quem estiver a cruz. Começai pelo meu santuário”. E eles começaram pelos anciãos que estavam diante do Templo. 7Ele disse-lhe: “Profanai o Templo, enchei os átrios de cadáveres. Ide”. E eles saíram para matar na cidade! 10,18Então a glória do Senhor saiu da soleira do Templo e parou sobre os querubins. 19Os querubins levantaram suas asas e elevaram-se da terra à minha vista, partindo juntamente com eles as rodas. Eles pararam à entrada da porta oriental do Templo do Senhor, e a glória do Deus de Israel estava em cima deles. 20Eram estes os seres vivos que eu tinha visto debaixo do Deus de Israel, nas margens do rio Cobar, e compreendi que eram querubins. 21Cada um tinha quatro faces e quatro asas, e debaixo das asas, uma forma de mão humana. 22Suas faces eram semelhantes às faces que eu tinha visto junto ao rio Cobar. Cada um seguia em sua frente.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 113,1-2.3-4.5-6 (R: 4b)

- A glória do Senhor vai além dos altos céus.
R: A glória do Senhor vai além dos altos céus.


- Louvai, louvai, ó servos do Senhor, louvai, louvai o nome do Senhor! Bendito seja o nome do Senhor, agora e por toda a eternidade!

R: A glória do Senhor vai além dos altos céus.


- Do nascer do sol até o seu ocaso, louvado seja o nome do Senhor! O Senhor está acima das nações, sua glória vai além dos altos céus.

R: A glória do Senhor vai além dos altos céus.


- Quem pode comparar-se ao nosso Deus, ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono e se inclina para olhar o céu e a terra?

R: A glória do Senhor vai além dos altos céus.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação, aleluia! (2Cor 5,19).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 18,15-20


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

 

 - Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público.18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Dois ou três em meu nome... (Mt 18,15-20)

Esta é uma frase de Jesus que não se leva muito a sério: a oração em comum, erguendo a Deus um pedido que brota de corações unidos, será atendida sem condições. E a razão dessa certeza, diz Jesus, é que “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles”. (Mt 18,20)

 

Terá sido a oração comum que sustentou a Polônia sob duas invasões da barbárie nazista e comunista? Seria a oração das famílias reunidas que deu forças a centenas de sacerdotes martirizados pelo regime maçônico do México, nos anos 30? Será a oração das comunidades que gera uma nova floração de vocações consagradas nas Filipinas do Séc. XXI?

 

Parece que a oração caiu em descrédito. E não me refiro à queixazinha da mãe que reclama: “Há dois anos que rezo para meu filho passar no vestibular, e não recebo a graça. Parei de rezar...”

 

Penso em algo bem maior. Contemplo o cenário nacional – com sua múltipla crise que estende tentáculos a todos os quadrantes: crise social, crise econômica, crise moral. E vejo que nossa reação tem-se limitado a queixas e acusações, marchas e passeatas, greves e depredações, piadinhas nas redes sociais...

 

Mas não percebo uma “reação” com base na fé, que apele ao poder divino para a transformação e regeneração de seu povo. Na prática, já eliminamos a hipótese de uma intervenção de Deus em nossa História. Aposentamos Deus, considerado inútil e impassível diante de nosso drama existencial.

 

Exagero? Creio que não. São bem poucas as famílias que ainda rezam e atraem com fervor o olhar de Deus sobre nossa realidade. Pior: gente da própria Igreja prefere rotular nossas preces como “alienação”, como se rezar fosse uma fuga do real, e não uma potencialização de nossas ações humanas!

 

Se acolhêssemos esta Boa Notícia: “estou no meio de vocês quando rezam unidos”, há muito teríamos inaugurado um novo tempo da humanidade. Deixando Deus de lado, preferimos erguer bandeiras, maldizer o sistema e arremessar coquetéis Molotov. Incapazes de aceitar a Paz como um dom, fabricamos a guerra...

 

Algo me diz que há muito tempo deixamos de crer em Deus. Se ainda crêssemos, estaríamos de joelhos...

 

Orai sem cessar: “O Senhor abençoará seu povo com a Paz!” (Sl 29,11)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.