Liturgia de 26 de agosto de 2024

SEGUNDA FEIRA – DA XXI DO TEMPO COMUM
(verde, - I semana do saltério)

 

Antífona

- Inclinai, Senhor, o vosso ouvido para mim e escutai-me. Salvai vosso servo que confia em vós meu Deus. Tende compaixão de mim, Senhor, pois clamei por vós o dia inteiro (Sl 85,1s).

 

Coleta 

- Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num único desejo, concedei ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, nossos corações estejam ancorados lá onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: 2 Ts 1,1-5.11b-12 

- Leitura da segunda carta de são Paulo aos Tessalonicenses: 1Paulo, Silvano e Timóteo, à Igreja dos Tessalonicenses reunida em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus Cristo: 2a vós, graça e paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. 3Devemos agradecer sempre por vós, irmãos, com toda justiça, porque progredis sempre mais na fé e porque aumenta a caridade que tendes uns para com os outros. 4Assim, nos gloriamos nas Igrejas de Deus por causa da vossa perseverança e da vossa fé em todas as perseguições e sofrimentos que suportais. 5Estes constituem um sinal do justo juízo de Deus, pois servem para serdes julgados dignos do reino de Deus, pelo qual também estais sofrendo. 11bQue o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação. Que ele, por seu poder, realize todo o bem que desejais e torne ativa a vossa fé. 12Assim o nome de nosso Senhor Jesus Cristo será glorificado em vós, e vós nele, em virtude da graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 96,1-2a.2b-3.4-5 (R: 3)

 

- Anunciai as maravilhas do Senhor entre todas as nações!
R: Anunciai as maravilhas do Senhor entre todas as nações!


- Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!

R: Anunciai as maravilhas do Senhor entre todas as nações!


- Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios!

R: Anunciai as maravilhas do Senhor entre todas as nações!


- Pois Deus é grande e muito digno de louvor, é mais terrível e maior que os outros deuses; porque um nada são os deuses dos pagãos. Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus.

R: Anunciai as maravilhas do Senhor entre todas as nações!



Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem

(Jo 10,27).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 23,13-22

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus: 13“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós, porém, não entrais, 14nem deixais entrar aqueles que o desejam. 15Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes pior do que vós.
16Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: ‘Se alguém jura pelo Templo, não vale; mas, se alguém jura pelo ouro do Templo, então vale!’ 17Insensatos e cegos! O que vale mais: o ouro ou o Templo que santifica o ouro? 18Vós dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferta que está sobre o altar, então vale!’ 19Cegos! O que vale mais: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? 20Com efeito, quem jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele. 21E quem jura pelo Templo, jura por ele e por Deus que habita no Templo. 22E quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

Liturgia comentada

Ai de vós, guias cegos! (Mt 23,13-22)

No tempo de Jesus, o Povo Escolhido estava sob severa dominação romana, cujo Império envolvia todo o litoral do Mediterrâneo, o “mare nostrum”. Na Palestina ocupada, até mesmo as autoridades religiosas se acomodavam à cultura pagã, esforçando-se por não perderem seus privilégios. Do ponto de vista religioso, a massa não recebia os cuidados pastorais. Era até mesmo desprezada pelos homens do Templo, pelos escribas e fariseus (cf. Jo 7,48-49).

 

Conhecedores da Lei e dos profetas, as lideranças religiosas deveriam ter reconhecido em Jesus o Messias prometido, mas resistiram a isso. Por isso mesmo, mereceram de Jesus o rótulo de “cegos e guias de cegos” (Lc 6,39). Foram até provocados pelo Mestre, que falava em parábolas exatamente para que não entendessem a mensagem: “para que, vendo, não vejam...” (Lc 8,10.)

 

De certo modo, o povo diz o mesmo com o provérbio: “ninguém dá o que não tem”. E tem razão. Como os pais darão a adequada formação religiosa a seus filhos se eles mesmos são ignorantes na matéria? De que maneira os sábios mestres universitários orientarão os seus alunos, se eles mesmos são desorientados em sua vida pessoal? O ministro de Deus poderá cumprir sua missão de pastor se ele mesmo não encontra tempo para viver na intimidade do Senhor?

 

A mesma cegueira se verifica em autores famosos, filósofos e pensadores que são adotados como gurus da sociedade, mas foram profundamente erráticos e infelizes em sua vida pessoal? Tal como Jean Paul Sartre, um dos pais do existencialismo moderno, que morreu urrando como um animal. Ou como Sigmund Freud, que ainda possui um exército de adoradores, mas viveu cheio de fobias, dependente de drogas, afastou a maior parte de seus amigos, atacando-os com os piores qualificativos, e recebia da filha Anna cartas iniciadas pelo vocativo: “Querido demônio”?

 

Seriam esses os guias para nossos filhos? No entanto, eles são modelos propostos nas universidades, onde se faz a mais deslavada campanha para erradicar a fé de nossa juventude. Ali, os valores cristãos são combatidos, são alvo de zombaria e escárnio. E os pais pagam caro para expor seus filhos a esta demolição... Eles deviam acreditar mais em si mesmos: apoiados na oração, sustentados pela Palavra de Deus e pelos sacramentos, dariam eles mesmos aos filhos a base de uma vida feliz, segundo os desígnios de Deus.

 

A pergunta urgente e aflitiva é a seguinte: estariam os pais dispostos a ser os olhos para seus filhos?

 

Orai sem cessar: “Tenho os olhos sempre no Senhor!” (Sl 25,15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.