Liturgia de 15 de setembro de 2024

DOMINGO – XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde, glória, creio – IV semana do saltério)

 

Antífona 

- Dai a paz, Senhor, aos que em vós esperam, para confirmar a veracidade dos vossos profetas; escutai as preces do vosso servo e vosso povo, Israel

(Eclo 36,18).

 

Coleta 

- Ó Deus, vós que criais e governais todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos a ação da vossa misericórdia, dai-nos a graça de vos servir de todo coração.Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos

 

1ª Leitura: Is 50,5-9a 

- Leitura do livro do profeta Isaías: 5O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas, o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.
8A meu lado está quem me justifica; alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se. 9aSim, o Senhor Deus é meu Auxiliador; quem é que me vai condenar?

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 115,1-2.3-4.5-6.8-9 (R: 9)

 

- Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.
R: Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.


- Eu amo o Senhor, porque ouve o grito da minha oração. Inclinou para mim seu ouvido, no dia em que eu o invoquei.

R: Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.


- Prendiam-me as cordas da morte, apertavam-me os laços do abismo; invadiam-me angústia e tristeza; eu então invoquei o Senhor: “Salvai, ó Senhor, minha vida!”

R: Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.


- O Senhor é justiça e bondade, nosso Deus é amor-compaixão. É o Senhor quem defende os humildes; eu estava oprimido e salvou-me.

R: Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.


- Libertou minha vida da morte, enxugou de meus lábios o pranto e livrou os meus pés do tropeço. Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos.

R: Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.



2ª Leitura: Tg 2,14-18 

- Leitura da carta de são Tiago: 14Meus irmãos: que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo?
15Imaginai que um irmão ou uma irmã não têm o que vestir e que lhes falta a comida de cada dia; 16se então alguém de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos”, e: “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que adiantará isso? 17Assim também a fé: se não se traduz em obras, por si só está morta. 18Em compensação, alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho a prática!” Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras!

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu de nada me glorio, a não ser da cruz de Cristo; vejo o mundo em cruz pregado e para o mundo em cruz me avisto (Gl 6,14).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 8,27-35

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

- Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?”28Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. 29Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. 30Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito.31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei; devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. 34Então chamou a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor! 

 

 

Liturgia comentada

Tome a sua cruz... (Mc 8,27-35)

Este convite (não é um imperativo...é um convite!) é dirigido àqueles que manifestam o desejo de seguir os passos de Jesus de Nazaré, o crucificado do Calvário. Os candidatos a este seguimento – a sequela Christi – em geral já tiveram uma experiência de conversão. Foi quando surgiu esse desejo que brotava silenciosamente do íntimo do ser.

 

Como terá sido aquele movimento que mereceria o nome de “conversão”? Talvez uma leitura inesperada, como fez Edith Stein ao longo de uma madrugada. Talvez uma pregação inspirada, como Agostinho ouvindo Ambrósio de Milão. Talvez a iluminação interior diante de um cristal de neve contemplado, como confessou Jacques Loew. Nem precisava ser o encontro chocante com Cristo na estrada de Damasco...

 

Depois desse momento, seguiu-se um tempo de alegria inimaginada, de luzes interiores, de belos propósitos. Uma autêntica primavera com cânticos de pássaros e harpas angélicas. Mas esse tempo não dura muito...

 

É quando Jesus atravessa nosso caminho, e ele carrega uma cruz: a nossa. Mesmo sem dizer nada, seu simples olhar nos inquire: - Você aceita levar sua cruz?

 

Paul Evdokimov descreve bem a nova etapa: “Nossa própria cruz se perfila nitidamente, e não existe mais um retorno possível para a fé simples e infantil de outrora. As dolorosas dissonâncias rasgam a alma em sua clarividente visão do mal e do pecado: é a extrema tensão entre os dois estados que se excluem mutuamente. A experiência brutal das quedas e impotências pode levar à beira do desespero”. Chegou a cruz...

 

Que fazer? Gritar contra o céu? Por que eu? Eu não mereço! Quanta injustiça! E o mesmo anjo que levou Jesus ao deserto estende a mão para nos levar também.

 

Sabe, aquele Deus que você amava tanto? Neste momento ele está de olho em você. Quer saber de suas verdadeiras motivações. Se você buscava apenas um Cristo vencedor, em cujo reino a gente pode ser ministro ou, ao menos, um embaixador. Nesse momento, o Tabor foi apagado e se delineia a silhueta do Calvário, a única montanha que dá acesso à santidade.

 

Acredito que você já está desconfiando: chegou o momento decisivo de sua existência. O céu está à sua frente, mas a chave da porta é a cruz de Cristo...

 

Orai sem cessar: “Senhor, a quem iremos?” (Jo 6,68)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.