Liturgia de 18 de setembro de 2024

QUARTA FEIRA – XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde, glória, creio – IV semana do saltério)

 

Antífona 

- Dai a paz, Senhor, aos que em vós esperam, para confirmar a veracidade dos vossos profetas; escutai as preces do vosso servo e vosso povo, Israel

(Eclo 36,18).

 

Coleta 

- Ó Deus, vós que criais e governais todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos a ação da vossa misericórdia, dai-nos a graça de vos servir de todo coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos

 

1ª Leitura: 1Cor 12,31-13,13 

- Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 12,31Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparável-mente superior. 13,1Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. 2Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não seria nada. 3Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria. 4A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; 5não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; 6não se alegra com a iniquidade, mas regozija-se com a verdade. 7Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. 8A caridade não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. 9Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. 10Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. 11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. 12Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido. 13Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 33,2-3.4-5.12.22 (R: 2b)

 

- Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!


- Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!


- Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!


- Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna (Jo 6,63.68).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 7,31-35

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

- Naquele tempo, disse Jesus: 31“Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem? 32São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!’33Pois veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e vós dissestes: ‘Ele está com um demônio!’ 34Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vós dizeis: ‘Ele é um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores!’ 35Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor! 

 

Liturgia comentada

Amigo de publicanos e pecadores... (Lc 7,31-35)

De quem eles estavam falando? De Jesus de Nazaré. Este “rótulo” foi criado pelos adversários de Jesus, os fariseus e os homens do Templo. Ora, aquilo que parece uma ofensa é, na verdade, um elogio: eles chamam Jesus de amigo. E ser amigo é um dos maiores elogios que se possa fazer de alguém...

 

A palavra “amigo” (do latim amicus) é da mesma família que amor, amar, amizade, amistoso, amável. O amigo se opõe ao inimigo. O amigo está do nosso lado. Podemos contar com ele.

 

Não podemos esquecer que o próprio Jesus faz questão dessa amizade. No Evangelho de João, está registrada a sua declaração íntima e pessoal: “Já não vos chamo servos, porque oservo nãosabe o que faz seu senhor;mas eu vos tenho chamadoamigos, pois tudo o que ouvi de meu Pai eu compartilhei convosco...” (Jo 15,15)

 

Sim, aí está uma prova da amizade de Jesus: ele compartilha conosco os “segredos” do Pai. A começar pela revelação de que nosso Deus não é o Júpiter Tonante, nem o Netuno com o tridente, nem o Marte dos campos de batalha... Nosso Deus é Pai. Podemos começar a conversa chamando-o de: Pai Nosso.

 

É bom lembrar a situação social dos publicanos no tempo de Jesus. Com a Palestina invadida e transformada em província do Império romano (ano 37 a.C.), cidadãos judeus aceitavam o servicinho sujo de cobrar impostos de seus compatriotas e repassar o dinheiro ao governo invasor (não sem antes desviar uma parte para sua própria bolsa). Colaboracionistas e traidores, era odiados pelos chefes judaicos. Ficavam automaticamente excluídos da “comunhão” e da sinagoga. Associados simplesmente aos ladrões, perdiam seus direitos cívicos e políticos.

 

E Jesus era amigo dos publicanos? Claro que sim! Chegou ao ponto de convocar um deles entre os doze apóstolos (cf. Mt 9,9). Jesus era amigo dos publicanos e dos pecadores. Jantava com eles (cf. Lc 15,1-2). Jesus é realmente amigo dos pecadores? Claro que sim! Deu a vida por eles... digo, por nós, os pecadores...

 

Como é difícil entender em profundidade a declaração explícita de Jesus Cristo: “Não são os que têm saúde que precisam de médico,massim os doentes.Eu não vimchamar os justos,mas os pecadoresao arrependimento”. (Lc 5,31-32)

 

Orai sem cessar: “Vós sois meus amigos se fazeis o que vos mando.” (Jo 15,14)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.